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Grandes corridas e decisão de título no final da semana PDF Print E-mail
Written by Administrator   
Monday, 16 August 2021 12:01

Olá leitores!

 

Mais um final de semana com ótimas corridas (até pelo fato de não termos etapa da Fórmula Barbie e suas filigranas de regulamento para direcionar o resultado para aqueles que a FIAcedes escolhe para ser campeão), seja em duas ou em 4 rodas, cabine aberta ou fechada, o fã de esporte a motor não teve do que reclamar.

 

Começando pelo sábado, onde tivemos a Indy correndo no traçado misto de Indianapolis para uma etapa de 85 voltas com duas situações diametralmente opostas: antes da primeira bandeira amarela (que demorou 67 voltas para aparecer) o que os espectadores presenciaram foi um duelo de estratégias, com os pilotos se estudando uns aos outros como jogadores de xadrez e com as equipes procurando algum modo de superar os adversários na estratégia. Foi quando Will Power assumiu a liderança, em parte pelo grande trabalho da equipe e em (maior) parte por esforço dele mesmo, que acelerou com muita vontade de assumir a liderança. A corrida estava razoavelmente estabilizada quando o motor de Alex Palou resolveu entregar os pontos e o deixou pelo meio do caminho, chamando a primeira bandeira amarela da corrida. Após a relargada, Romain Grosjean conseguiu enfim passar Colton Herta e assumiu a segunda posição. Mais uma amarela apareceu por conta do ímpeto dos jovens Scott McLaughlin e Rinus VeeKay... para a felicidade de Power, a essa altura Grosjean não tinha mais push-to-pass para utilizar, e as posições terminaram como estavam: Will Power conseguindo sua primeira vitória do ano, Romain Grosjean em 2º e Colton Herta em 3º lugar. Próximo sábado tem a última etapa em circuito oval do ano, na pista de Gateway... geralmente coisa boa acontece por lá.

 

Também no sábado começou a decisão do título da Fórmula E, com uma corrida bastante movimentada, recheada de trocas de posições, que ao término teve a vitória de Lucas di Grassi (Audi), que dessa vez conseguiu assumir a ponta da corrida sem a necessidade de subterfúgios como o que foi tentado em Londres... dessa vez ele esperou para utilizar o seu segundo acionamento do Modo Ataque depois dos demais pilotos, e essa potência extra no final da prova foi decisiva para ele alcançar a vitória nos momentos finais superando Edoardo Mortara (Venturi), que teve que se contentar com o 2º lugar. O degrau mais baixo do pódio ficou com Mitch Evans (Jaguar), a quase 5 segundos e meio dos líderes. Com o pior carro do grid, Sergio Sette Câmara (Dragon) não passou do 18º lugar. A corrida final no domingo tinha 4 pilotos com chances de título... porém logo na largada a disputa ficou reduzida a 2 pilotos: um dos contestantes, Mitch Evans, apresentou problemas no grid e não largou... a maioria dos pilotos atrás conseguiram desviar, mas outro piloto na disputa – Edoardo Mortara – acabou acertando o carro parado de Evans com força. Felizmente nenhum dos dois se machucou, porém a corrida foi interrompida com bandeira vermelha e os carros não tiveram condições de prosseguir. Limpo o local do acidente, corrida reiniciada... e logo na curva 1 mais um piloto com chances de título saiu da prova: num acidente até difícil de explicar, Jake Dennis (Andretti) perdeu o controle da traseira do carro na freada, na correção acabou deslizando até bater lateralmente no muro, encerrando ali não só sua participação na corrida como também sua chance de alcançar o título. Dessa forma, tudo o que Nyck de Vries (Mercedes) precisava fazer era terminar a corrida, coisa que ele fez evitando se enfiar em qualquer tipo de confusão, e assim conquistou o título terminando na 8ª posição. O pódio teve Norman Nato (Venturi) no 1º lugar, Oliver Rowland (Nissan) em 2º e Stoffel Vandoorne (Mercedes) em 3º lugar. Os brasileiros não foram bem na última etapa, com Sérgio Sette Câmara (Dragon) terminando em 18º e o vencedor da véspera Lucas di Grassi em 20º.

 

O WRC foi até a Bélgica, região de Yprés, para realizar sua primeira etapa nesse país; uma etapa predominantemente em asfalto, veloz e com estradas MUITO estreitas... certo que os carros de rally, assim como os veículos normalmente vendidos para o uso cotidiano, estão sofrendo de elefantíase e cada vez ficam maiores, mas... tinha estrada que não chegava a ter meio metro a mais que a largura do carro, e para completar as valas de escoamento de água nas bordas das pistas não são exatamente muito pequenas. Rally veloz significa acidentes e furos de pneus. Acidentes até que foram poucos, mas os furos acabaram com os sonhos de alcançar melhores posições para diversos pilotos. Ao cabo do final de semana de competição, nada melhor que um piloto “da casa” para vencer a etapa inaugural: Thierry Neuville (Hyundai) conseguiu se manter afastado dos problemas que atingiram os competidores e subiu ao degrau mais alto do pódio, com seu companheiro de equipe, o irlandês Craig Breen, o escoltando no 2º lugar para fazer a primeira dobradinha da marca coreana no pódio. O 3º lugar ficou com a jovem revelação, o finlandês Kalle Rovanperä (Toyota), outro que se entendeu muito bem com as condições do terreno. Para maiores detalhes, recomendo a leitura da coluna Pé no Porão, de nossos especialistas em rally.

 

A pista de Red Bull Ring recebeu novamente o Mundial de Motovelocidade, desta vez para o GP da Áustria, que foi uma corrida bem interessante mas que ficou ligeiramente ofuscada por um acontecimento de bastidores: aparentemente Maverick Viñales não estava satisfeito com o tratamento recebido dentro da equipe, e no GP da Estíria recebeu aquele encosto que geralmente acompanha os entregadores de comida e por algumas vezes fez o “randandandandandan”, ou seja, acelerou até atingir o limitador de giros e deixou o motor nesse regime por alguns segundos... o que o jênio, o Iluminado (no melhor sentido Stephen King da expressão) não se lembrou foi que as motos hoje em dia não apenas possuem câmaras para filmar a “tocada” do piloto como também tem a telemetria... resultado: a criatura de luz foi suspensa pela equipe, o boxe em que ficaria Viñales permaneceu vazio (e com a porta aberta, para mostrar que ali não estava quem deveria estar por conta desse alguém tomar atitudes infantis) e o Maverick pediu muitas desculpas para a equipe... pedir desculpas ele tem todo o direito, só quero ver se a Yamaha vai acreditar na conversa mole dele. E imagino que os novos patrões pro próximo ano, a Aprilia, estejam pensando se a ideia de contratar ele foi das melhores. Enfim, com a ameaça onipresente da chuva os pilotos largaram querendo manter a melhor posição possível, garantindo uma corrida muito movimentada. Por si só isso já garantiria o espetáculo, mas... a prometida chuva veio. Não de maneira forte, primeiro veio apenas deixando a pista escorregadia, depois aumentou o suficiente para a maioria dos pilotos optar por entrar nos boxes e trocar de moto para aquela equipada com pneus para pista molhada... a maioria: Brad Binder (KTM) arriscou tudo e resolveu fazer as últimas 3 voltas da corrida com a sua moto ainda com os pneus de pista seca. Quase foi para o chão algumas vezes, notadamente na última volta, mas conseguiu se equilibrar e obteve uma das mais inesperadas vitórias dos últimos tempos. Em 2º lugar ficou o piloto que tinha as maiores esperanças de vencer a corrida, Francesco Bagnaia (Ducati), que após trocar de moto ultrapassou 6 pilotos na última volta na tentativa de alcançar Binder, e o degrau mais baixo foi ocupado pelo vencedor da corrida anterior, Jorge Martín (Pramac Ducati). Marc Márquez (Honda) teve chances reais de vitória, mas após trocar de moto caiu na primeira curva do circuito, na última volta. Graças à estratégia de não parar para trocar de moto, Valentino Rossi (Yamaha) conseguiu voltar ao Top-10, cruzando a bandeirada em 8º lugar.

 

Pela primeira vez a NASCAR Cup Series correu no circuito misto de Indianapolis. As provas no tradicional oval costumavam ser, com muita generosidade, ligeiramente sonolentas. Essa corrida no misto foi simplesmente SENSACIONAL (em caixa alta mesmo), nem as interrupções causadas por uma “zebra” que se recusava a ficar firmemente presa ao chão (e que, durante a última bandeira vermelha, foi devidamente arrancada da pista) estragaram a beleza do espetáculo. Tivemos de duelos de estratégia a duelos porta-com-porta entre os pilotos, aquele tipo de corrida que você não quer que acabe. Os dois primeiros segmentos foram muito bons, e tudo indicava que Tyler Reddick (Chevrolet), o vencedor desses segmentos, fosse um sério candidato à vitória na corrida. Na última relargada, entretanto, quem estava na disputa pela liderança eram Denny Hamlin (Toyota) e Chase Briscoe (Ford), mas Briscoe acabou tocando Hamlin e tirou o veterano piloto da corrida. Logo em seguida, o próprio Briscoe abusou do carro e saiu da pista (karma instantâneo?), deixando a corrida para o piloto A. J. Allmendinger (Chevrolet), que este ano se dedica com prioridade à XFinity Series e fez apenas a sua 4ª corrida na categoria principal essa temporada. Vitória merecida para alguém que já passou muitos maus bocados na categoria principal e deu um passo atrás para ser refazer. Ruyan Blaney (Ford) tentou bravamente, mas não conseguiu alcançar Allmendinger na última volta e teve de se contentar com o 2º lugar. Em 3º ficou Kyle Larson (Chevrolet), um dos pilotos que mais batalhou pelas posições de frente na corrida, seguido por seu rival direto na pista (e contra quem Larson duelou por muitas voltas) Chase Elliott (Chevrolet), que terminou em um bom 4º lugar, e o Top-5 se encerrou com Matt Di Benedetto (Ford), que vem se destacando entre os pilotos das equipes menores.

 

Até a próxima!

 

Alexandre Bianchini

 

 

Nota NdG: Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do site Nobres do Grid.