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Le Mans, NASCAR e Indy: final de semana maravilhoso PDF Print E-mail
Written by Administrator   
Monday, 23 August 2021 08:55

Olá leitores!

 

Felizmente tivemos mais um final de semana em que o verdadeiro fã de automobilismo não teve nada do que reclamar. Além de uma edição sensacional das 24 Horas de Le Mans, as corridas da Indycar e da NASCAR não deixaram nada a dever em termos de emoção.

 

A edição de 2021 da tradicional prova de resistência francesa foi daquelas de deixar o espectador atento até o final; da largada com presença do safety-car por conta da quantidade de água na pista que fazia os competidores do 10º lugar para trás literalmente entrarem em “vôo cego” na pista (e largaram 61 carros) até a bandeirada final com a disputa na LMP2 dando um susto no homem da bandeira, uma edição muito boa. Infelizmente o carro para o qual eu estava torcendo (o LMP2 #1 da Richard Mille Racing, com o trio feminino Tatiana Calderón/Sofia Flörsch/Beitske Visser) acabou rodando ao ser atingido por outro competidor e, em consequência da rodada, atingido por um terceiro carro, sendo assim obrigado a abandonar a prova, mas ainda assim a corrida – como sempre – propiciou um belo espetáculo de imagens. Como era previsível, a vitória na Geral e na categoria principal (Hypercar) ficou nas mãos da Toyota pela 4ª vez consecutiva, mas dessa vez o lugar de honra ficou com o carro #7 de Mike Conway/Kamui Kobayashi/José Maria Lopez (aliás, a segunda vez que um piloto argentino alcança a vitória na Geral, o primeiro foi Froilán Gonzalez), com o carro vencedor nas edições anteriores (o #8 de Sébastien Buemi/Brendon Hartley/Kazuki Nakajima) o escoltando na bandeirada final ao terminar em 2º, com 2 voltas de atraso. O degrau mais baixo do pódio teve presença brasileira, afinal o 3º colocado foi o Alpine A480 #36 pilotado por Nicolas Lapierre/ André Negrão/Matthieu Vaxivière, que terminou a prova 2 voltas atrás do Toyota #8. Na hipótese de um dos Toyota abandonar, teríamos 2 brasileiros no pódio, já que o Glickenhaus 007 #708 pilotado por Pipo Derani/Franck Mailleux/Olivier Pla terminou a corrida na 4ª colocação, excelente resultado para uma equipe sem apoio de fábrica que participou pela primeira vez da corrida Aliás, justiça seja feita, conseguiram o que muita equipe com apoio de fábrica não consegue: os dois carros terminaram as 24 horas (o outro chegou em 5º lugar na geral). Na LMP2 vitória apertada (7 décimos de segundo após 24 horas de corrida!) do carro #31 de Robert Frijns/Ferdinand von Habsburg/Charles Milesi sobre o carro #28 de Tom Blomqvist/Sean Gelael/Stoffel Vandoorne, com o #65 de James Allen/Julien Canal/Will Stevens ocupando o degrau mais baixo do pódio da categoria, cruzando a bandeirada uma volta atrás dos 2 primeiros. Vitória com sabor ligeiramente amargo para o Team WRT, que até muito perto do final estava fazendo 1-2 na categoria e aí, na última volta, o líder (carro #41) quebra pouco após passar pelos boxes... lamento menos pela equipe e mais por um dos pilotos do #41, um tal de Robert Kubica, que definitivamente mereceria essa glória. Na LMEGT-Pro a Ferrari levou a melhor sobre o Corvette e o Porsche, com o 488 GTE #51 da equipe AF Corse de James Calado/Alessandro Pier Guidi/Côme Ledogar terminando em 1º lugar, com o Corvette #63 de Nicky Catsburg /Antonio Garcia/Jordan Taylor em 2º e o Porsche #92 de Michael Christensen/Kevin Estre/Neel Jani em 3º. Infelizmente o Ferrari #52 de Sam Bird/Miguel Molina/ Daniel Serra perdeu muito tempo nos boxes por conta dos estragos causados por um estouro de pneu. Na LMGTE-Am mais uma vitória da AF Corse, dessa vez com o carro #83 de François Perrodo/Nicklas Nielsen/Alessio Rovera, mas tivemos brasileiro no pódio com o Aston Martin #33 de Felipe Fraga/Ben Keating/Dylan Pereira terminando em 2º lugar, à frente do Ferrari #80 de Matteo Cressoni/Rino Mastronardi/Callum Ilott que terminou em 3º. Infelizmente um dos sustos da prova ficou por conta de Marcos Gomes, que ao ser tocado na entrada da leve curva para a direita que leva até a curva Indianapolis seguiu reto brita adentro e – felizmente – bateu numa grossa barreira de pneus existente ali... décadas atrás, sem a barreira, ele teria acertado a meia nau quem estivesse saindo da Indianapolis. Felizmente apenas danos materiais, com o piloto saindo do carro nitidamente tonto por conta da força do impacto, mas sem maiores consequências.

 

A Indy foi até a periferia de Saint Louis para uma etapa consideravelmente movimentada na noite de sábado, em que os ânimos estavam acirrados nas primeiras dezenas de voltas, até que na relargada da volta 65 menino VeeKay errou o golpe de vista e fez boliche com Scott Dixon e Alex Palou, tirando de uma só vez os então líder e 3º colocados no campeonato... os rivais agradeceram, em especial Josef Newgarden, que ao vencer a corrida conseguiu respirar no campeonato (pulou para 3º), e Pato O’Ward, que após sobreviver ao caos do começo da corrida dosou o arrojo com a prudência para chegar em 2º lugar e assumir com 10 pontos de vantagem a liderança do campeonato, que teve em Gateway sua última prova em oval (as próximas 3 corridas serão em Portland, Laguna Seca e Long Beach) do ano. O 3º colocado foi Will Power, que conseguiu o melhor resultado possível com o ritmo do carro dele. Tony Kanaan terminou em 13º lugar, bom para um piloto que não participa mais da temporada inteira, e à frente de Romain Grosjean, que andou bem na sua estreia em ovais, mas teve alguns problemas com o carro e perdeu terreno.

 

E a NASCAR voltou após algum tempo para o oval de Michigan, pista que historicamente produziu corridas tão desinteressantes para a categoria quanto o oval de Indianapolis... felizmente esse domingo o roteiro foi diferente. A prova como um todo foi bem mais disputada que o padrão as corridas nessa pista, e apesar dos dois primeiros segmentos (vencidos, respectivamente, por Chase Elliott e Kyle Busch) propiciarem bons momentos, o que realmente empolgou foi o segmento final. A 8 voltas do fim da corrida, em uma relargada das mais acirradas, Ryan Blaney (com um empurrãozinho de Kyle Busch) alcançou a liderança da prova pela primeira vez... e lá permaneceu até a bandeirada, defendendo a posição com todas as armas que tinha a seu dispor. A vantagem que ele conseguiu sobre o segundo colocado William Byron foi de ínfimos 77 milésimos de segundo, uma das menores da história da categoria e sem dúvida a menor dos tempos modernos da NASCAR. Assistindo a disputa bem de perto, na esperança que os dois primeiros se tocassem e algo de interessante sobrasse para ele, estava Kyle Larson, que teve de se contentar com o 3º lugar mesmo, a 2 décimos de distância de Blaney. Em 4º lugar chegou Kurt Busch, mais uma vez tendo um bom desempenho com seu carro, e fechando o Top-5 apareceu Denny Hamlin, que com essa posição assegurou com uma corrida de antecedência sua passagem para os Playoffs mesmo sem vencer uma única prova no campeonato. Próximo final de semana tem uma das corridas que eu mais gosto, a prova noturna de 400 milhas no oval de Daytona, dessa vez com o tempero especial de ser a última prova da temporada regular... e ainda tem gente que não está garantida para as finais. Promete ser excelente (para compensar as barbaridades que provavelmente veremos – isso é, ACHO que vocês devem ver, eu não tenho certeza ainda – em Spa-Francorchamps protagonizadas por Michael Masi, sua trupe de comissários e Os Reclamões, aqueles pilotos que qualquer coisa ficam chorando pelo rádio “Fulano me atrapalhou, Beltrano não estendeu o tapete vermelho para eu o ultrapassar, Sicrano fechou a porta pra mim” e outros mimimis típicos dessa geração de pilotos leite com pera). Queria ver só qualquer um deles correndo de protótipo em Le Mans, tendo que negociar ultrapassagem, pois os carros mais lentos na frente estão disputando posição entre eles e não vão parar pra “prima donna” passar...

 

Até a próxima!

 

Alexandre Bianchini

 

 

Nota NdG: Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do site Nobres do Grid.