Especiais

Classificados

Administração

Patrocinadores

 Visitem os Patrocinadores
dos Nobres do Grid
Seja um Patrocinador
dos Nobres do Grid
A procissão alaranjada de Zandvoort e a espetacular etapa da NASCAR em Darlington PDF Print E-mail
Written by Administrator   
Monday, 06 September 2021 07:42

Olá leitores!

 

Espero que estejam todos bem, e assim como eu tenham se divertido com as corridas que tivemos no final de semana. Até mesmo a previsível procissão da Fórmula Barbie em Zandvoort teve lá seus atrativos, nem que fosse pra xingar o cidadão que tem o melhor carro das últimas temporadas na mão e fica choramingando que nem criança mimada de quem foi retirado o prato de brigadeiro da frente... vai pilotar um carro da Haas pra poder reclamar com motivos, cáspita! A rodada completa do Autódromo dos Pinhais também foi muito boa de se acompanhar, e a corrida da NASCAR... espetacular talvez seja pouco para definir como ela foi.

 

Comecemos com a corrida do sábado, quando as garotas da W Series enfrentaram o renovado circuito de Zandvoort perante um mar de torcedores vestidos de cor de laranja nas arquibancadas. Largada atrasada em meia hora por conta do iluminado (no melhor sentido Stephen King da expressão) diretor de prova da Fórmula Barbie, que resolveu partir para a técnica do “dar bandeira vermelha primeiro, pensar depois” e fez tanto os treinos de sexta como os de sábado extremamente truncados. Logo na volta de alinhamento, Bruna Tomaselli – que largaria em 14º lugar – rodou e acabou largando do fundo do pelotão... Emma Kimiläinen aproveitou a pole position e largou muito bem, mas não ficou muitas voltas na posição: a líder do campeonato Alice Powell assumiu a liderança em uma manobra ousada e abriu vantagem na liderança, ficando na ponta até a bandeirada final para subir ao degrau mais alto do pódio. Praticamente 3 segundos atrás chegou Jamie Chadwick, fazendo uma dobradinha britânica em 1º e 2º lugares. O degrau mais baixo ficou com Kimiläinen, talvez não o resultado que a finlandesa esperava mas aquele que foi possível nesse sábado. Aliás, foi praticamente um massacre britânico: no Top 10 tivemos 6 súditas de Elizabeth II (1º, 2º, 5º, 6º, 7º e 9º lugares). Bruna terminou a corrida em 17º lugar, muito provavelmente extremamente brava consigo mesma. A próxima corrida das garotas será daqui um mês e meio, no Circuito das Américas, no Texas.

 

Se os carros de Fórmula 3 conseguiram propiciar boas corridas em Zandvoort, a combinação de carros grandes e pilotos excessivamente mimados da Fórmula Barbie apenas poderia render uma corrida onde as disputas foram em sua maior parte nas estratégias de paradas de trocas de pneus. Existiram ultrapassagens na pista, claro, mas do meio para trás do pelotão, onde o pessoal sabe que não possui um carro de ponta e portanto tem que batalhar para conseguir alguma coisa, já que para eles as reclamações no rádio não surtem o efeito obtido lá na frente. De cara devo dizer que lamentei profundamente o anúncio feito no meio da semana por Kimi Räikkönen de que irá se aposentar da categoria ao final dessa temporada. Eu sabia que em algum momento esse anúncio aconteceria, mas torcia que fosse ano que vem ou um pouco mais à frente. Se já não ando muito empolgado para assistir a outrora mais importante categoria do automobilismo mundial, sem o Kimi muito provavelmente se eu assistir a categoria será por puro vício. Como desgraça pouca é bobagem, após os treinos de sexta foi divulgado que Kimi testou positivo para Covid e portanto perdeu não apenas essa corrida da Holanda como deve perder a próxima etapa em Monza. Nessa corrida o substituto foi Robert Kubica, e provavelmente em Monza também o será, e confesso que é bom ver o polonês de volta ao volante. Fica aqui a torcida desse colunista para a rápida e completa recuperação do Iceman em relação à doença.

 

No tocante à corrida em si, as 5 primeiras posições mantiveram a ordem da largada: Max Verstappen em 1º, Lewis Hamilton em 2º, Valtteri Bottas em 3º, Pierre Gasly em 4º e Charles Leclerc em 5º. Como de costume a cada vez que não está na ponta, Hamilton protagonizou aquele deprimente espetáculo de reclamações no rádio a respeito de tudo e de nada, numa tentativa de fazer parecer que a pilotagem do melhor carro do grid e das últimas temporadas é algo extremamente difícil e insatisfatório. Tem povo que acredita, fazer o quê... dessa vez Max não deu oportunidade para receber novamente um toque na traseira e ser posto pra fora da prova e sempre que pôde manteve a distância maior que um segundo e meio. A Mercedes ainda protagonizou uma cena inusitada: com o medo de que Hamilton perdesse o ponto extra da melhor volta, chamou Bottas para colocar pneus novos no final e avisou especificamente para não fazer a melhor volta... ele fez. A solução foi chamar Hamilton para também colocar pneus novos e recuperar a volta mãos rápida da prova... e apesar de não ser o resultado que a equipe Ferrari esperava, o 5º de Leclerc e o 7º lugar de Sainz Jr. levaram a equipe de volta ao 3º lugar entre os construtores, já que a McLaren marcou apenas um ponto com Lando Norris em 10º (Ricciardo foi 11º). Agora vamos ver o que Monza nos reserva semana que vem...

 

A Copa Truck foi até Pinhais para mais uma rodada dupla, e o sábado presenciou o completo domínio de Beto Monteiro (VW), que não contente em liderar a primeira corrida de ponta a ponta não deu muita bola para o grid invertido na segunda e, largando em 8º, escalou o pelotão até assumir novamente a liderança. Trabalho espetacular, só isso. Na primeira corrida ele foi acompanhado no pódio por Felipe Giaffone (Iveco) em 2º, mais uma vez mostrando que é muito melhor piloto que tradutor de rádios na transmissão de Fórmula Barbie, Wellington Cirino (Mercedes) em 3º, Débora Rodrigues (VW) em 4º e Fábio Fogaça (protótipo) em 5º. Na segunda corrida Beto foi acompanhado por André Marques (Mercedes) em 2º, Wellington Cirino novamente em 3º, Felipe Giaffone em 4º e José Augusto Dias (VW) fechou o pódio em 5º. Assim como no sábado, o domingo teve um dono: André Marques (Mercedes) venceu as duas corridas da tarde, com o auxílio luxuoso de Roberval Andrade (VW), que logo na primeira curva após a largada fez um pequeno “strike” com os companheiros de equipe Paulo Salustiano e Beto Monteiro. Roberval ainda conseguiu continuar na corrida, mas os companheiros foram obrigados a recolher aos boxes para consertar os caminhões pra segunda corrida... na primeira corrida do domingo Marques foi acompanhado no pódio por Felipe Giaffone (Iveco) em 2º, Wellington Cirino (Mercedes) em 3º, José Augusto Dias (VW) em 4º e Adalberto Jardim (protótipo) em 5º. A segunda corrida do domingo teve o pódio completado por Felipe Giaffone novamente em 2º, Paulo Salustiano em 3º, Danilo Alamini (VW) em 4º e uma esfuziante Débora Rodrigues em 5º lugar. Esses resultados colocam André Marques na liderança do campeonato com 213 pontos, seguido por Cirino com 209 e Giaffone com 196. Disputa apertada, e é isso que o público gosta de ver... agora vejamos como os grandões se comportam lá em Minas Gerais no autódromo Potenza. Confesso estar curioso com a pista recebendo a categoria.

 

E a primeira corrida dos playoffs da NASCAR já foi em uma pista que nunca foi fácil, Darlington, em uma corrida de 500 milhas que fez alguns dos que disputam o título começarem a batalha com o pé esquerdo – caso de Kyle Busch, William Byron e o atual campeão Chase Elliott, por exemplo – e trouxe desempenhos até então inéditos na temporada. O primeiro estágio ficou nas mãos de Denny Hamlin, e o segundo com Kyle Larson. Esses dois pilotos praticamente monopolizaram a liderança da corrida, deixando muito pouca coisa para os outros: das 367 voltas da prova, Larson liderou 156 e Hamlin 146... 302 voltas na mão deles. Verdade que no final ambos receberam uma pressão inusitada: o carro #42 de Ross Chastain se manteve com chances de tomar a liderança, disputando bem próximo dos dois primeiros, até bem poucas voltas para o final, talvez o melhor desempenho de um carro da Ganassi em muito tempo. Esperamos que já seja um reflexo dos donos que assumirão a equipe em 2022... o fato é: Hamlin liderava e ao abrir a última volta Larson percebeu que não conseguiria se aproximar de maneira convencional para ganhar a posição... e tentou o que ele mesmo definiu como “manobra de videogame”. Como volta e meio o que funciona no videogame não funciona na vida real, Hamlin conseguiu sua primeira vitória no ano (além de um passe automático para a próxima fase da disputa) enquanto Larson, com o carro danificado pelo forte toque no muro das curvas 3 e 4, teve de se contentar com o 2º lugar. Chastain foi um gigante em levar seu carro ao 3º lugar, seguido por Martin Truex Jr. em 4º, após se recuperar de punição por excesso de velocidade no pit lane e uma porca mal e porcamente presa na roda (desculpem, não resisti ao trocadilho...), com Kevin Harvick fechando o Top-5. A ser destacado também o desempenho de Chris Buescher (9º) e Ryan Preece (12º), que chegaram a disputar em posições razoavelmente à frente de onde terminaram. Saindo de uma pista difícil (Darlington), a próxima corrida é em outra pista que não facilita pra ninguém: Richmond. Promete ser uma corrida tensa... aguardemos.

 

Até a próxima!

 

Alexandre Bianchini

 

 

Nota NdG: Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do site Nobres do Grid.