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Um final de semana com corridas de qualidade para os amantes da velocidade PDF Print E-mail
Written by Administrator   
Monday, 20 September 2021 10:57

Olá leitores!

 

Tudo bem convosco? Faço votos que sim... devo dizer que fiquei agradavelmente surpreso com as corridas do final de semana, que podem ser definidas com uma palavra: QUALIDADE. O fã de esporte a motor teve o privilégio de acompanhar corridas de alto nível, com os pilotos disputando entre si sem a interferência maléfica de comissários de corrida querendo aparecer mais do que os verdadeiros protagonistas de uma corrida de automóveis ou de motocicletas.

 

Comecemos pelo Brasil, onde o autódromo de Goiânia recebeu no seu traçado tradicional e no anel externo corridas da Stock Car no sábado e no domingo, e um final de semana que teve um “dono”. Ricardo Maurício disputou 4 corridas e venceu 3, sendo que a última teve luta pela posição até os últimos centímetros de prova. A 8ª etapa do campeonato, disputada em duas corridas no sábado, e logo na largada da primeira corrida o fortíssimo calor de Goiânia deve ter desconcentrado Beto Monteiro e Christian Hahn, que não contentes em queimar a largada ainda se tocaram e começaram um festival de batidas que forçou 4 competidores a ir reparar os carros nos boxes e outros 10 simplesmente não tiveram condições de continuar. Com isso, a corrida que já é curta no regulamento atual ficou mais curta ainda e Rubinho Barrichello (Corolla) se aproveitou da pole position e conseguiu se manter à frente até a bandeirada final, sendo acompanhado no pódio por César Ramos (Corolla) e Gabriel Casagrande (Cruze). Na segunda corrida, também largando da pole, Ricardo Maurício (Cruze) disparou na frente e dominou a corrida com autoridade, cruzando a bandeirada pouco mais de 6 segundos à frente de Júlio Campos (Cruze), que terminou em 2º, e pouco mais de 9 segundos à frente do 3º colocado Átila Abreu (Cruze). A 9ª etapa do campeonato, também disputada com um Sol para cada um dos presentes no autódromo, teve na primeira corrida a repetição de parte do script do dia anterior: o pole position não teve dificuldades para se manter na liderança. Assim, Ricardo Maurício levou mais uma corrida com relativa tranquilidade, conseguindo se defender sem grandes problemas dos ataques do 2º colocado Allam Khodair (Cruze) e do 3º colocado Ricardo Zonta (Corolla). Invertendo o grid dos 8 primeiros pra largada da segunda corrida do dia, e sem a necessidade de poupar o equipamento para a corrida do dia seguinte, a última prova do fim de semana foi eletrizante. A chegada foi digna de Talladega ou Daytona, com o líder da corrida (naquele momento o novo líder do campeonato, Gabriel Casagrande) sendo ultrapassado por dois carros e esses dois carros disputando a liderança praticamente sobre a linha de chegada. Ricardo Maurício venceu Thiago Camilo (Corolla) pela ínfima margem de um centésimo de segundo. Não, você não leu errado não: 0s010 de vantagem, recebeu a bandeirada cerca de meio metro à frente do segundo colocado. Mais uma vez nesse final de semana o degrau mais baixo do pódio ficou com Gabriel Casagrande, que somando esses dois bons resultados com desempenhos não exatamente felizes de Daniel Serra assumiu a liderança do campeonato.

 

O Mundial de Motovelocidade foi até a Itália disputar o GP de San Marino, e – talvez com exceção da Moto2 – definitivamente valeu a pena acordar tão cedo no domingo após ter ido dormir tarde por conta dos embalos de sábado à noite da NASCAR. Com esse vosso escriba absolutamente sonado às 6 horas da manhã de domingo, a Moto3 largou para uma corrida que ficou na memória e nos corações da torcida italiana, pódio preenchido com 3 pilotos locais, além das clássicas e esperadas disputas intensas de posição entre os participantes da categoria. A vitória ficou com Dennis Foggia, seguido pouco mais de meio segundo atrás por Niccolò Antonelli no 2º lugar e por Andrea Migno em 3º. Moto2 infelizmente teve uma corrida relativamente burocrática, com as disputas concentradas na primeira metade da prova. Claro que meu desapontamento com a prova não encontrou eco na equipe Red Bull KTM, que fez dobradinha com Raul Fernandez em 1º e Remy Gardner em 2º, apesar dos esforços de Aron Canet para alcançar Gardner... não conseguiu e teve de se contentar com o 3º lugar e o menor troféu do pódio. Na categoria principal, que esteve o tempo todo sob ameaça de chover a qualquer instante, podemos até pensar, observando a frieza dos números, que foi fácil para Francesco Bagnaia (Ducati) conquistar sua segunda vitória em seguida... nada mais errado. Sim, ele largou na frente e lá se manteve até o final da corrida... só que esteve o tempo todo naquela fina linha de equilíbrio entre poupar o pneu traseiro macio que escolheu para a prova a fim de que durasse até a bandeirada e pilotar o mais rápido possível para não perder a liderança – o que se tornou mais difícil depois que o líder do campeonato Fabio Quartararo (Yamaha) passou Miller e ficou em 2º lugar. Quartararo pressionou, pressionou com fé e com método, mas Bagnaia conseguiu se manter à frente e cruzou a bandeirada meros 36 centésimos de segundo de vantagem para o francês, que tem tudo para se sagrar campeão por antecipação. Em 3º lugar, com muita festa, chegou Enea Bastianini (Ducati), conseguindo seu primeiro pódio na categoria principal com uma moto de 2019, a pouco menos de 5 segundos do líder e com mais de 5 segundos de vantagem para o 4º colocado, Marc Márquez. Fantástica corrida do jovem Enea. Na outra ponta da classificação, Andrea Dovizioso foi contratado para ocupar o lugar de Morbidelli, que foi “promovido” da SRT para a equipe oficial da Yamaha, e Dovi chegou em 21º e último lugar... não que Morbidelli tenha feito grandes coisas com a moto oficial, terminando apenas em 18º, atrás de Rossi (17º) que praticamente só apareceu antes da corrida e depois da corrida, quando foi agradecer aos fãs que foram ver ele participar da última prova oficial em território italiano antes de se aposentar ao final a temporada.

 

Por falar nos embalos de sábado à noite da NASCAR, acabou a primeira rodada dos playoffs e a corrida que decidiu os 3 primeiros eliminados foi cheia de disputas, troca de tinta entre os carros e a clássica divergência de opiniões entre os pilotos após a bandeirada, infelizmente separada pela “turma do deixa disso”. Chatos de galocha. Enfim, uma corrida das mais acirradas e das mais disputadas, até devido ao fato que alguns pilotos sabiam que ali era a chance para decidir se continuariam a disputar o título ou não. Os dois primeiros segmentos já deram uma imagem do que seria a prova, com Denny Hamlin (Toyota) vencendo o primeiro deles e Kyle Larson (Chevrolet) vencendo o segundo. E os competidores foram para o terceiro segmento dispostos a decidir as coisas, e então claro que não faltaram toques entre os carros, para absoluto desespero de Michael Masi e companhia, que ficariam absolutamente escandalizados com o nível de competitividade e agressividade dos pilotos. Nas voltas finais Kyle Larson e Kevin Harvick (Ford) quase “se pegaram a tapa” na pista, competindo com muita firmeza mas sem deslealdade, e Larson acabou se impondo no final da prova arrematando a vitória e deixando para Harvick o consolo da 2ª colocação, com o auxílio do companheiro de equipe Chase Elliott, que após ser alijado da disputa pela liderança por Harvick por um toque que levou a um furo de pneu no final da corrida deixou Larson passar e deu uma segurada não muito educada em Harvick... e isso levou à melhor cena do final da prova: após a bandeirada, na entrada dos boxes o Elliott já emparelhou com o Harvick reclamando de algo, passou à frente dele e, parando o carro lá na frente, Harvick quis “crescer” pra cima de Elliott. O garoto Chase é um cavalheiro, definitivamente... o “machão” Harvick desceu do carro pra reclamar sem nem mesmo ter a hombridade de retirar o capacete pra discutir e ainda ficou bravo que o Elliott (sem capacete) apenas enfiou o dedo na cara dele. Nessa hora lamentavelmente a turma do “deixa disso” interveio e separou os dois pilotos antes que chegassem àquilo que eu e a torcida queríamos ver, a “troca de carinho” com punhos fechados entre ambos. O Top-5 foi completo com William Byron (Chevrolet) em 3º, Ryan Blaney (Ford) em 4º e Alex Bowman (Chevrolet) em 5º. Aric Almirola, Tyler Reddick, Kurt Busch e Michael McDowell foram eliminados da disputa pelo título.

 

A Indycar foi para sua penúltima etapa do ano na bela e desafiadora pista de Laguna Seca, um autódromo onde não tem aquele problema de comissário ficar arrumando punição para piloto que excedeu os limites de pista: saiu dos limites da pista, meleca o pneu de areia e vai perder um tempo razoável até limpar novamente os pneus para terem a aderência desejada. A vitória ficou com o “piloto da casa” Colton Herta, continuando a tradição familiar de se dar bem nessa pista. Perdeu a liderança apenas nos momentos em que diferentes estratégias de trocas de pneus fizeram ele recuar um pouco na posição de pista, mas não deixou dúvidas que a vitória tinha um dono certo, e esse dono atendia pelo nome de Colton. Em 2º lugar, correndo com o cérebro e privilegiando obter o maior número possível de pontos, chegou Alex Palou, que vai para a última corrida da temporada, no próximo final de semana em Long Beach, com 35 pontos de vantagem sobre “Pato” O’Ward, que nessa corrida se esforçou bastante, mas terminou em 5º lugar. O degrau mais baixo do pódio ficou com um velho conhecido, que fez uma corrida brilhante: Romain Grosjean não apenas terminou em 3º como foi o único outro piloto além de Colton Herta a liderar a corrida. Principalmente no final, com pneus mais macios, fez ultrapassagens lindas e sem dúvida foi a sensação da corrida. Até mesmo Jimmie Johnson, que está tendo um ano de estreia em monopostos não exatamente brilhante, fez uma linda ultrapassagem no Saca-Rolhas. Ansioso pela corrida de decisão do campeonato próximo final de semana...

 

E o ponto baixo ficou com a apresentação do projeto de destruição do Autódromo de Pinhais... pensei numa maneira educada de comentar o assunto, mas desisti. Lamentável.

 

Até a próxima!

 

Alexandre Bianchini

 

 

 

Nota NdG: Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do site Nobres do Grid.

 

 

Last Updated ( Monday, 20 September 2021 15:16 )