 Olá leitores!
Mais um final de semana no qual o fã de esporte a motor teve boas opções de entretenimento. Da Fórmula Barbie em Sochi à decisão do título da Fórmula Indy, passando por mais uma etapa dos Playoffs da NASCAR, uma boa quantidade de corridas para entreter o apreciador da velocidade. Comecemos com a decisão de título: pela primeira vez um espanhol foi campeão da mais veloz categoria de monopostos dos Estados Unidos, a Indycar Series, e a honra coube ao jovem (apenas 24 anos) Alex Palou, que garantiu para a equipe Ganassi seu 14º título de pilotos desde a fundação da equipe no começo dos anos 90, se aproximando da grande campeã Penske, que conquistou 16 títulos de pilotos, mas foi criada nos anos 70. O título ficou mais fácil para Palou logo ao final da primeira volta, quando um estabanado Ed Jones tocou na traseira do carro do mexicano “Pato” O’Ward e o fez rodar na saída do hairpin antes da reta de largada da pista de Long Beach. Além de fazer o piloto perder diversas posições, a batida acabou levando à quebra do semieixo de tração do lado direito, causando o abandono do piloto. A equipe ainda tentou consertar o carro e O’Ward voltou com muitas voltas de atraso na tentativa de ao menos tentar assegurar o vice campeonato... não deu certo, e quando perceberam que efetivamente a segunda posição estava fora do alcance recolheram o carro. Claro que o mexicano ficou bem irritado com Ed Jones, que felizmente por enquanto está sem carro para 2022. Os diversos pilotos que ele atrapalhou essa temporada torcem para que ele continue fora, com certeza. Mas Alex Palou não foi o único com motivos para comemorar: Colton Herta largou em 14º lugar, escalou o pelotão, já na 34ª de 85 voltas conseguiu assumir a liderança, lá ficou até a volta 55, a recuperou na volta 64 com uma bela ultrapassagem sobre Graham Rahal e no final, mesmo com pneus desgastados, conseguiu segurar Josef Newgarden para conquistar sua terceira vitória na temporada com apenas meio segundo de vantagem. Não que Newgarden tenha muito a reclamar: as chances de título dele eram apenas matemáticas, mas o acidente envolvendo O’Ward lhe garantiu o vice campeonato, sendo disparado o melhor piloto da Penske nessa temporada. Em 3º e 4º chegaram os pilotos da Ganassi, pela ordem Scott Dixon e Patrício “Pato” O’Ward, respectivamente os campeões de 2020 e 2021. Não pensem que Dixon “está acabado”: pode não ter participado da última corrida com chances de ser campeão, mas em um ano “ruim” ainda terminou em 4º lugar na classificação. O posto de “estreante do ano” ficou com Scott McLaughlin, mostrando que a aposta da equipe Penske em trazer da Supercar V-8 australiana a revelação neozelandesa foi acertada. Grosjean bem que tentou alcançar esse posto, mas a resistência inicial a correr nos ovais, somada ao abandono na última etapa após um toque mais forte no muro de proteção, fizeram com que o ex piloto da Fórmula Um terminasse o campeonato 33 pontos atrás do McLaughlin. E por falar em Long Beach, no sábado a IMSA fez uma de suas etapas “sprint” nessa pista como parte das preliminares da decisão do título da Indy e tivemos a agradável surpresa de contar com vitória da dupla brasileira “Pipo” Derani e Felipe Nasr, cujo domínio na corrida com seu Cadillac DPi #31 pode ser definido pela seguinte informação: a corrida teve 78 voltas... e os brasileiros só não lideraram 5 delas. Tá bom pra vocês? Venceram com quase 11 segundos de vantagem de outra dupla que corre com os Cadillac DPi, o carro #01 de van der Zande/Magnussen. Esse resultado também fez a dupla brasileira se aproximar dos líderes na pontuação, a dupla do Acura DPi #55, Ricky Taylor/Filipe Albuquerque. Final do campeonato promete... A NASCAR foi para mais uma etapa dos Playoffs, dessa vez na terra natal dos irmãos Busch, Las Vegas, e infelizmente boa parte da corrida se pareceu mais com uma partida de xadrez do que uma mesa de roleta, bacará ou pôquer. Faz parte... o primeiro segmento foi vencido por Kyle Larson, ao passo que o segundo ficou com Denny Hamlin. O terceiro e último segmento apenas não foi tão chato quanto os dois primeiros pois as últimas voltas trouxeram uma disputa de gato e rato entre Chase Elliott e Denny Hamlin. Elliott tentou bravamente, mas não teve condições de fazer o movimento decisivo pra cima de Hamlin, que com a vitória já garantiu sua presença na próxima fase dos playoffs. Elliott com esse segundo lugar por enquanto está passando para a próxima fase dos playoffs, mas como está em 6º lugar na pontuação e a próxima etapa é em Talladega, onde um “Big One” pode zonear completamente a classificação, melhor ele ficar esperto... em 3º chegou Kyle Busch, em uma corrida em que não decepcionou mas também não empolgou. Completando o trio de carros da Joe Gibbs Racing no Top-5, Martin Truex Jr. cruzou a bandeirada em 4º lugar, com Ryan Blaney mais uma vez sendo o melhor piloto da Penske na categoria e cruzando a bandeirada em 5º lugar. Próxima corrida, Talladega, e sempre fica aquela expectativa sobre o que pode acontecer nessa pista... A Fórmula Um foi até a Rússia para uma etapa que, ao contrário do esperado, garantiu um bocado de emoções para o público. Seja por conta de piloto de ponta largando lá atrás, seja por conta de gente do fundo do pelotão largando na frente, a combinação de carros projetados de um jeito tal que não conseguem correr com qualquer coisa mais intensa que uma chuva mediana com um regulamento que pune quem troca motor com perda de posições embaralhou bem as cartas e fez a corrida ter atrativos que normalmente não são propiciados pela pista feita dentro do Parque Olímpico. E após a vitória de Ricciardo em Monza novamente a McLaren teve sérias chances de vencer novamente. Não conseguiu, pois Lando Norris esqueceu da regra de ouro da desobediência: para desobedecer a regra, você precisa conhecer a regra de trás pra frente, o que só é conseguido com a experiência... Norris é jovem e acreditou piamente que daria para continuar na chuva com os pneus de pista seca, desobedecendo ao pedido do engenheiro de pista pra entrar nos boxes e trocar de pneus. Não posso garantir que fazendo a troca quando a equipe o chamou ele teria vencido, mas com certeza estaria no pódio. Dessa maneira, a vitória nº 100 caiu no colo de Hamilton, que brilhou apenas no terço final da corrida, tendo enfrentado sérias dificuldades para ultrapassar carros em tese bem mais lentos quando o carro estava mais pesado. Valtteri Bottas teve o motor propositalmente trocado para – na cabeça do “Briatore 2 – A Missão” Toto Wolff – retardar o avanço de Max Verstappen... na prática, como Bottas já sabe que não continua na equipe ano que vem e inclusive já assinou contrato com a Alf Romeo, quando Max chegou para o ultrapassar quase que Bottas estendeu o tapete vermelho pro holandês passar. Por sua vez, Max fez uma corrida monstruosa, largando em último e terminando em 2º lugar, obedecendo fielmente as instruções passadas pela equipe. Pérez poderia ter conseguido um pódio, mas a leitura que ele fez das condições da pista e do clima acabou não se mostrando a mais correta, pelo que a teimosia em não trocar pneus o fez cair para o 9º lugar. Ainda marcou pontos, mas bem menos do que poderia. O degrau mais baixo do pódio ficou com Carlos Sainz Jr., que no meio da semana foi vítima de uma péssima interpretação feita pela imprensa bananeira a respeito de uma declaração que ele deu, mas acabou dando a resposta na pista com uma pilotagem veloz e segura que lhe garantiu uma posição no pódio. Daniel Ricciardo terminou em 4º, ao passo que Norris não conseguiu aderência para nada melhor que um 7º lugar na última volta da corrida. Digna de nota foi a corrida de George Russell, que obteve no chuvoso sábado a terceira posição no grid de largada e, ao menos até começarem as trocas de pneus, manteve-se com dignidade no pelotão da frente. Ao final da prova a 10ª posição conquistada pode não ter sido o resultado desejado, mas foi o resultado possível com o carro que tinha. Até a próxima! Alexandre Bianchini Nota NdG: Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do site Nobres do Grid. |
