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Ótimas corridas no final de semana PDF Print E-mail
Written by Administrator   
Monday, 11 October 2021 12:58

Olá leitores!

 

Final de semana não teve grande quantidade de corridas, mas a qualidade foi garantida. Seja por conta de decisões de título (DTM), seja por conta de corrida eliminatória pra ver quem continua na disputa pelo título (NASCAR), seja pela providencial intervenção da chuva para impedir que os espectadores durmam em uma pista que quase não tem reta para ultrapassagens por conta do “projetista” (entre aspas mesmo) dela achar que uma sequência de curvas intercaladas por retas curtas traz emoção – e olha que o elemento pernicioso nem nasceu/cresceu na República Sebastianista da Banânia, o lugar em que “circuito Mickey Mouse” (como perfeitamente definiu Nelson Piquet em relação ao circuito japonês de Aida) é considerado “circuito técnico”... bom, talvez levando em conta a péssima qualidade dos treinadores tabajaras de futebol na atualidade, realmente possa ser considerado “técnico”... enfim, a chuva salvou o espectador da Fórmula Barbie de dormir em frente a TV.

 

Comecemos com decisão de título: este ano a decisão do DTM trocou de palco, saindo da tradicional decisão em Hockenheim para a pista urbana de Norisring. Decisão de campeonato em pista curta e sem possibilidades de erros para os envolvidos sempre é um negócio interessante, e a decisão do campeonato 2021 do DTM não fugiu à regra. No sábado tivemos uma corrida “limpa”, salvo aqueles tradicionais encontros entre pilotos na apertada primeira curva do circuito. Ainda assim, nada muito excepcional, e os 3 pilotos com chance de título (pela ordem, do primeiro para o terceiro na classificação, Liam Lawson, Maximilian Götz e Kelvin van der Linde) fizeram suas corridas pensando em maximizar os próprios pontos para a corrida de domingo. Götz (Mercedes) fez a lição de casa direitinho, largou bem, fez as ultrapassagens que precisava e conquistou a vitória, com o indiano Arjun Maini (Mercedes) na 2ª posição e o jovem (22 anos) neozelandês Liam Lawson (Ferrari) se esquivando de problemas (mesmo quando os problemas, no caso toques de adversários, vinham até ele) e fazendo uma corrida pensando no campeonato de pilotos (o de equipes já estava decidido a favor da AF Corse Red Bull Alpha Tauri – sim, o nome completo é esse). E no domingo, assim como no sábado, a pole position (e seus 3 pontos) ficaram com Lawson e o 2º lugar para a largada com van der Linde... o sul africano da Audi, para ser campeão, não dependia apenas dele mesmo, e na largada resolveu partir para o “tudo ou nada”: aproveitou o grampo que é a curva 1 de Norisring e acertou em cheio Lawson. Com problemas de suspensão, Lawson acabou abandonando a corrida antes da bandeirada final, apesar do esforço da equipe em o manter na pista. Linde também não saiu ileso da pancada, até conseguiu terminar a corrida, mas fora da zona de pontuação – o que não servia aos propósitos dele. Com dois adversários fora de combate, e 22 pontos atrás, Götz precisava da vitória para alcançar o título... e nesse momento a velha tradição DTM de ordens de equipe entre equipes diversas que correm com a mesma marca de carro entrou em ação, e os pilotos de carros Mercedes que estavam mais à frente abriram caminho para o experiente piloto (35 anos) alemão alcançar a liderança. Liam Lawson acabou no 2º lugar no campeonato e van der Linde em 3º. Acompanharam Götz no pódio da corrida do domingo os pilotos Lucas Auer (Mercedes) e Maximilian Buhk (Mercedes). Pessoalmente achei essa temporada do DTM com carros GT3 muito interessante, mas sempre tem a turma saudosista dos protótipos Silhouette utilizados até temporada passada... pode até ser que fossem realmente interessantes, mas em uma época de contenção de custos em âmbito global, absolutamente inviáveis. De qualquer maneira, a competitividade – que é o que mais interessa ao público – foi maior nessa temporada que nas últimas 4 com os protótipos, então... não tentem me convencer que estou errado ao preferir os GT3. Se é pra ser saudosista, retorne-se ao regulamento da época dos anos 80, sedãs de rua utilizados na pista. Se bem que, por falta de sedãs, provavelmente teriam que ser SUVs na pista... enfim, deixem os GT3 em paz.

 

A NASCAR foi para mais uma corrida eliminatória, dessa vez no Roval de Charlotte. E a corrida foi excelente, como não poderia deixar de ser uma prova sem os “não-me-toques” do decadente automobilismo padrão FIA. E quem não estava seguro com a pontuação para passar para a próxima fase fazia o possível pra estar na frente e conquistar o máximo de pontos. Assim, Chase Elliott (Chevrolet) venceu o 1º segmento, ao passo que Kyle Busch (Toyota) venceu o 2º... e os pilotos foram cheios de vontade para o segmento final. Nesse momento, uma crise afetava a equipe Hendrick, com problemas elétricos no carro #5 de Kyle Larson forçando rápidas trocas de bateria durante as paradas de reabastecimento e trocas de pneus. Contudo, após o atribulado ano de 2020, Larson voltou para as pistas esse ano com muita vontade de correr, e foi galgando posições até alcançar a liderança nas voltas finais. Resultado monstruoso para ele e para a equipe, e de quebra ele ainda conseguiu o recorde de 3 vitórias em circuitos mistos em uma única temporada, algo que desde os primórdios da categoria ninguém tinha conseguido na categoria principal – e antes que venham com piadinhas do tipo “mas até pouco tempo atrás tinha só dois circuitos mistos na categoria principal”, lembro que antes da década de 80 existiam mais corridas em circuitos mistos. O 2º lugar ficou com Tyler Reddick, que teve uma chance enorme de conquistar sua primeira vitória na categoria principal... mas encontrou um inspiradíssimo Larson pelo caminho. Em 3º terminou Chris Buescher (Ford), pela primeira vez entre os 5 primeiros nessa temporada, em uma grande corrida dele e de sua equipe. O 4º lugar ficou com Kyle Busch, conquistando pontos valiosos para passar para a próxima fase, e finalizando o Top-5 chegou Denny Hamlin, que com a vitória em Bristol já estava garantido para a próxima. Agora vamos falar dele, aquele que pode demorar, mas não falha: o Karma. Sim. Kevin Harvick (Ford) ainda estava irritado com o atual campeão Chase Elliott (Chevrolet) por conta do incidente em Bristol onde – na cabeça de Harvick – ele tinha chances de vitória que foram retiradas por Elliott. Com ambos na zona de eliminação, Harvick achou por bem jogar Elliott no muro da curva anterior à de reentrada do oval, e a pancada danificou consideravelmente a traseira do carro de Elliott. Foi feito um remendo do jeito que dava na traseira do carro, mas evidentemente ele não resistiu até o fim da corrida e acabou se soltando, com a chapa da traseira caindo no meio da pista e causando (mais uma, até então) bandeira amarela. E de bandeira amarela em bandeira amarela, de relargada em relargada, Elliott foi avançando... e a 11 voltas do final, eis que Elliott aparece atrás do Harvick na saída da chicane antes da linha de chegada. Não se sabe se Harvick foi avisado pelo spotter ou se ele viu o logotipo da NAPA no retrovisor... o que sabemos é que ele tentou frear pra lá de Deus-me-livre na freada da Curva 1, os pneus travaram e ele seguiu reto até a mureta, danificando consideravelmente a frente do carro e encerrando ali a participação dele na corrida e as chances de passar para a fase seguinte dos playoffs também. Para completar, Elliott avançou até a 12ª posição, que lhe deu os pontos para... prosseguir na defesa do seu título. Harvick, pela entrevista ao chegar no paddock, não aprendeu lição alguma... mais ou menos previsível para um piloto na fase descendente da carreira.

 

E por fim, a Fórmula Barbie foi até a Turquia para mais uma corrida, onde a Red Bull fez uma pintura especial homenageando a Honda [afinal, essa corrida da Turquia entrou no calendário em substituição à prova que deveria acontecer no Japão e não foi realizada por conta ainda dos reflexos da pandemia que muita gente acha que acabou, mas NÃO ACABOU (caixa alta pra ver se assim o Boobus brasilianus consegue entender)], que por sinal ficou belíssima, e deve fazer as miniaturas com essa padronagem serem disputadas no mercado de colecionadores. E conforme vamos avançando na temporada, mais e mais pilotos precisam trocar peças da “unidade de potência”, consequentemente recebendo punições de perda de posições no grid de largada. Dessa vez os atingidos foram Lewis Hamilton, Daniel Ricciardo e Carlos Sainz Jr., que em uma corrida com pista molhada largaram no meio do spray de água levantado pelos carros adiante. A pista nunca chegou a estar exatamente seca, embora algumas partes da pista apresentassem um trilho que induziu Sebastian Vettel a tentar uma jogada arriscada e trocar os pneus intermediários pelos médios... em breve percebeu que seria absolutamente inviável e retornou para colocar novamente os intermediários para terminar a prova. Esteban Ocon tentou uma outra jogada arriscada – já que a pista não estava completamente seca mas também não tinha grandes volumes de água, fez a prova inteira com os pneus da largada. Largou em 12º e terminou em 10º, creio até que podemos considerar uma vantagem que ele conseguiu. Aparentemente Leclerc e Hamilton iriam tentar a mesma coisa, mas os pneus de Leclerc acabaram faltando ainda algumas voltas, o piloto da Ferrari entrou pra trocar pelos intermediários... e voltou andando muito forte. Nesse momento, Lewis e a Mercedes discutiam pelo rádio se deviam parar ou não. Talvez sob efeito das voltas iniciais do Charles, a equipe resolveu chamar definitivamente Lewis, eles trocaram os pneus... e aconteceu o mesmo que com o Leclerc: primeiras voltas muito rápidas, depois com o excesso de temperatura os pneus degradaram muito rápido, perderam rendimento e ambos terminaram mais atrás do que estavam antes da parada. O pessoal que fez a troca antes, com a pista ainda mais molhada, se deu bem, pois os pneus degradaram “conforme o previsto”, mas quem deixou para o final da prova não conseguiu um bom resultado. Isso tudo lá no meio do pelotão... e lá na frente? Lá na frente Valtteri Bottas (Mercedes), pilotando com aquela leveza do funcionário que está de aviso prévio, já caiu o FGTS na conta e já tem novo emprego para o ano que vem, venceu de ponta a ponta, fazendo valer a pole position (herdada com a punição ao Hamilton), abrindo vantagem para o segundo colocado Max Verstappen (Red Bull) e ainda conquistando no final a melhor volta da prova. Hat-trick para o finlandês. Bottas e Max foram acompanhados no pódio por Sérgio Pérez, que fez uma CORRIDAÇA, resistindo bravamente à forte pressão que recebeu de Hamilton, inclusive teve um momento em que achei que o Gabinete do Inferno (também conhecido como Sala dos Comissários) fosse punir o Pérez por ter cruzado a linha de entrada dos boxes quando Hamilton não deixou o menor espaço para o mexicano fazer o traçado normal da curva... talvez tenha faltado a presença como piloto convidado do mais medíocre piloto a vencer as 24 Horas de Le Mans, Emanuelle Pirro (as vogais que uso para me referir ao sobrenome dele não são bem essas, mas no texto vai assim mesmo), para dar aquela ajudinha marota... tecnicamente, quem mereceria uma punição por não deixar espaço – segundo os parâmetros adotados pela Fórmula Barbie – seria o Hamilton, mas é mais fácil a Terra finalmente ser atingida pelo tão esperado meteorito do que Michael Masi & Cia. punirem o piloto principal da Mercedes. Com o resultado, Verstappen abriu uma pequena vantagem de 6 pontos no campeonato e deverá nas próximas corridas correr como correria Thierry Boutsen, sem fazer nada que possa ser considerado “infração”, pois certamente não será desperdiçada chance de jogar ele para trás na corrida, ao contrário do que acontece com Hamilton.

 

Essa semana a FIA divulgou os planos para o futuro da Fórmula Barbie, e uma coisa que me chamou favoravelmente a atenção é a intenção de desenvolver um combustível sintético e menos poluente que o petróleo atualmente utilizado. Muito mais lógico e sensato que a atual paranoia europeia em torno de veículos elétricos, que basicamente poluem o mesmo que os veículos com motor a combustão, apenas a fonte da poluição é modificada. Seja na extração do lítio (um metal raro essencial para o atual estado de desenvolvimento das baterias), seja na geração de energia (energia eólica depende de ventos constantes, energia solar depende da luz solar, ambas coisas não exatamente muito constantes no continente europeu, o que leva às poluentes termoelétricas... já que a atual geração tem pavor da única energia obtida de forma limpa, que é a nuclear; energia nuclear só tem o enorme problema da destinação dos resíduos, mas a produção da energia elétrica por meio nuclear é efetivamente limpa), a reciclagem da ideia do carro elétrico apenas transfere a poluição de um lugar para outro. Ademais, nos pequenos países europeus a autonomia dos veículos elétricos é suficiente... para locais mais extensos, você tem que fazer longas paradas para reabastecimento no meio do caminho, o que em um motor a explosão é resolvido em, sei lá, 5 minutos. Essa iniciativa do combustível líquido sintético tentarei acompanhar com atenção, já que – conforme citei – é extremamente mais lógico e racional que a muleta chamada “veículo elétrico”. Que, cabe lembrar, está sendo alavancada por pressões governamentais, não por viabilidade técnica. Sabem os desenhos da Disney? Então, o carro da Vovó Donalda já era elétrico (o Jay Leno tem um operacional na coleção dele), estão requentando um conceito que no passado já se mostrou inferior ao motor a combustão e atualmente continua sendo inferior.

 

Até a próxima!

 

Alexandre Bianchini

 

 

Nota NdG: Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do site Nobres do Grid.