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Grandes disputas no final de semana na Argentina, Espanha e EUA. PDF Print E-mail
Written by Administrator   
Monday, 18 October 2021 00:44

Olá leitores!

 

Esse final de semana tivemos relativamente poucas competições, o que por um lado é meio chato, mas por outro dá tempo de eu comentar algumas coisas que geralmente não abordo para não tornar a leitura da coluna muito maçante e/ou cansativa. De qualquer forma, o que tivemos de competição foi suficiente para o entretenimento de nós, fãs do esporte a motor.

 

Começando com o Mundial de Superbike, que foi correr no território de nossos hermanos argentinos, um povo com carne, vinho, autódromos e automobilismo melhor que o Brasil, e que de quebra recebe mais de um campeonato mundial em seu território. A honra de receber uma etapa de uma categoria mundial mais uma vez coube ao Circuito San Juan Villicum, uma pista moderna e segura, com grandes áreas de escape, igualzinho as pistas mais recentes feitas na Banânia... ops... bom, enfim, a corrida do sábado teve um ingrediente a mais: como comemoração dos 125 anos da fundação da fábrica Kawasaki, os pilotos da equipe KRT correram com pinturas especiais em suas motos. Jonathan Rea correu com uma moto verde, branca e azul nos moldes da moto com a qual Scott Russel se sagrou campeão do Mundial de Superbike em 1993; já a de Alex Lowes buscou inspiração na telona, com pintura preta e vermelha fortemente baseada na GPz 900R do personagem de Tom Cruise no filme “Top Gun”. E, como geralmente acontece com essas comemorações... a Kawasaki não chegou ao degrau mais alto do pódio. No sábado, a corrida 1 da etapa teve como grande vencedor Toprak Razgatlioglu (Yamaha), que largou muito bem e apenas nas primeiras voltas recebeu pressão de Rea, a partir das quais começou a abrir vantagem (no começo da 9ª volta já era de aproximadamente 3 segundos) e completou as 21 voltas da corrida com pouco mais de 5 segundos de vantagem para Rea. Convenhamos, um belo presente de aniversário para Toprak, que sábado completou 25 voltas em torno do Sol. Para Rea ficou o consolo de, com esse segundo lugar, ter feito o melhor que podia, e principalmente ter obtido uma pontuação que não permitiu que Toprak abrisse grande vantagem no campeonato. O degrau mais baixo do pódio ficou nas mãos de Michael Ruben Rinaldi (Ducati), quase 10 segundos atrás de Toprak, o 10º pódio da carreira de Rinaldi na Superbike... e o 980º da Ducati na categoria. Sim, mais 20 pódios e a Ducati completa 1000 pódios. Já no domingo a corrida 2 foi bem mais acirrada. Os 3 primeiros colocados no campeonato disputaram intensamente as posições, e ao cabo das 21 voltas a vitória ficou com Scott Redding (Ducati), quebrando um jejum que vinha desde a rodada catalã e mantendo viva sua chance de vice campeonato – ainda que não dependa apenas e tão somente dele mesmo na etapa final, a ser realizada no final de semana de 19 a 21 de novembro na Indonésia, no Mandalika International Street Circuit. O 2º lugar ficou novamente com Rea, e dessa vez o degrau mais baixo do pódio ficou com Toprak. Curioso para saber como as coisas irão se desenrolar na Indonésia.

 

A respeito da pista da Indonésia, fui pesquisar a respeito. É uma pista “de rua” construída em uma área de resort. Tem tudo para ser interessante... para corridas de moto. O traçado, definitivamente, não serve para carros por conta da sequência de curvas no melhor (ou pior) estilo Jerez de la Frontera original (o atual já é um pouco mais veloz). Talvez a Fórmula E se interesse pela pista, travada do jeito que eles apreciam. E existe uma pequena chance de uma categoria “raiz” como o WTCR se adaptar bem à pista. Monopostos com motor a explosão, esquece, a corrida seria uma procissão.

 

O WRC foi para a penúltima rodada da temporada na Catalunha, tradicional etapa de asfalto onde Thierry Neuville (Hyundai) não deu a menor chance para os adversários e dominou os 3 dias de competição. Simples assim. Deu-se ao luxo de administrar o ritmo e não massacrar muito os colegas de profissão, mas ainda assim foram mais de 20 segundos de vantagem para o 2º colocado Elfyn Evans (Toyota), que com essa posição somada ao 4º lugar do seu companheiro de equipe Sébastien Ogier faz com que ele vá para a última etapa (o Rali de Monza) 17 pontos atrás de Ogier... com 30 pontos em jogo. Não depende apenas dele, claro, mas... as chances não são tão ruins assim. O 3º lugar, para alegria da torcida local, ficou com Dani Sordo (Hyundai), que participou da etapa com um navegador que nasceu para o esporte a motor: o navegador se chama Candido Carrera. Um predestinado às corridas. Maiores e melhores informações a respeito do Rali da Espanha vocês poderão encontrar na coluna “Pé no Porão”, de nossos especialistas em rali, mas não posso deixar de comentar que esse final de semana Oliver Solberg fez seu primeiro rali de asfalto na categoria principal com um Hyundai e já conseguiu terminar em 7º lugar, fazendo o papai Petter Solberg demonstrar toda a corujice possível nas redes sociais... sim, Petter Solberg foi um dos meus ídolos da categoria e eu sigo o cara sim.

 

A NASCAR foi para o Texas fazer a primeira das 3 rodadas do Round de 8, do qual sairão os 4 pilotos a disputar o título em novembro na pista de Phoenix. E foi uma etapa na qual, em que pese as 500 milhas de duração, o espectador não teve muitas oportunidades de ir buscar bebida, salgadinhos ou fazer qualquer outra coisa. De acidentes envolvendo apenas um piloto a um “Mid One”, o piloto do pace car trabalhou consideravelmente esse domingo. E não foram apenas os pilotos que estão na disputa do título que “mandaram ver”, pessoal que já caiu fora da disputa ou nem chegou a entrar para os playoffs também queria conquistar a vitória, o que acabou tornando a prova muito, mas muito interessante para o público. O primeiro segmento ficou nas mãos de Kyle Busch (Toyota), e o segundo segmento foi para Kyle Larson (Chevrolet), após sofrer forte pressão de seu companheiro de equipe William Byron (Chevrolet), que pode ter saído da disputa do título mas não queria facilitar a vida de Larson nem um pouco. E conforme a corrida foi avançando, alguns candidatos ao caneco viram seu caminho ficar mais difícil: o primeiro foi Joey Logano (Ford), cujo motor entregou as pontas pouco antes de completar 300 voltas; depois foi Martin Truex Jr. (Toyota), que desceu mais do que devia na curva, tocou o carro que estava do lado de baixo e foi em direção ao muro. A equipe até tentou fazer algum milagre para o carro retornar à pista, mas acabou sendo improdutivo. O momento de susto na corrida foi quando Anthony Alfredo (Ford) bateu com força na mureta, bem na altura do tanque de gasolina. A força do impacto fez vazar gasolina pelo bocal de abastecimento (que ficou destruído) e o carro começou a pegar fogo. Fogo que foi apagado com muuuiiita calma pela equipe de resgate... queria saber se fosse um carro da Penske, da Gibbs ou da Hendrick pegando fogo se eles seriam tão plácidos no atendimento. Como a equipe de resgate estava em ritmo de romaria, foi exibida a bandeira vermelha interrompendo a corrida para que o pessoal fizesse a limpeza da pista. Após a relargada, a disputa pela liderança continuou acirrada, facilitada por outras bandeiras amarelas que apareceram. Mas ao final não teve jeito: Kyle Larson obteve sua 8ª vitória nessa temporada e já está garantido na disputa do título. Em 2º chegou William Byron, em mais uma dobradinha da equipe Hendrick, em 3º terminou Christopher Bell (Toyota) salvando a tarde da equipe Gibbs, em 4º chegou Brad Keselowski (Ford) e fechando o Top-5 terminou Kevin Harvick. Dignas de atenção foram as corridas de Tyler Reddick e Daniel Suárez (ambos com Chevrolet), mais uma vez entre os 10 primeiros colocados (respectivamente 9º e 10º). Agora vamos ver semana que vem no Kansas como se comportarão aqueles que estão em situação meio periclitante nos playoffs... afinal, deixar pra decidir qualquer coisa em Martinsville não é exatamente a mais sábia das decisões.

 

A Fórmula Um liberou uma prévia do calendário para 2022, com as sonhadas 23 etapas (que já geraram reclamações de alguns pilotos, como Vettel), mas que deve se tornar um pesadelo mesmo para o pessoal das equipes responsável pela logística das viagens. Analisemos: começa “normal”, com 2 etapas no Oriente Médio e a etapa da Austrália (essa dia 10/04). Da Austrália vão para Ímola correr dia 24/04, e já dia 08/05 está prevista a corrida de... Miami. Lá do outro lado do Atlântico. Aí dia 22/05 estarão em Barcelona e 29/05 em Mônaco (até aí, tranquilo, duas corridas próximas fisicamente). Aí de Mônaco eles vão pra correr dia 12/06 no Baku do mundo, lá no Azerbaijão, e um semana depois precisam estar no Canadá pra correr no Circuit Gilles Villeneuve... aí, retornam para a Europa para as últimas 3 corridas antes das férias de verão europeu. 03/07 correm em Silverstone, aí em 10/07 já disputarão corrida na Áustria para dia 24/07 voltar para... a França. E da França seguem novamente para o Leste pra correr dia 31/07 na Hungria. Custava ter invertido França com Áustria? Ficaria bem mais fácil em termos de deslocamentos... A volta das férias será dia 28/08, na Bélgica; semana seguinte, corrida na Holanda (ali ao lado, dessa vez pensaram) e uma semana depois (11/09) estarão na Itália para correr em Monza. Aí final de setembro viajam lá pro leste de novo para correr em Sochi (podiam ter aproveitado a viagem até o Baku do mundo pra passar em Sochi, né?) e aí abandonam o continente europeu, indo pra Ásia e Américas, pra encerrar o ano novamente na pista soporífera de Abu Dhabi. Quando se tem por volta de 16 corridas na temporada ainda dá pra ficar planejando esses zigue-zagues no mapa, com 23 etapas previstas podiam deixar mais “alinhado” o deslocamento... enfim, que isso seja melhor estudado para 2023.

 

Até a próxima!

 

Alexandre Bianchini

 

 

Nota NdG: Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do site Nobres do Grid.