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Cascavel, a capital da velocidade do Paraná! Cascavel de Ouro e de Prata PDF Print E-mail
Written by Administrator   
Monday, 01 November 2021 18:06

E aê Galera... agora é comigo!

 

A história do automobilismo brasileiro tem nos seus registros algumas corridas que podem ser chamadas de icônicas e uma delas é a Cascavel de Ouro, que começou a ser disputada nas ruas desta cidade do oeste paranaense até que fosse construído o autódromo, na época há alguns km da cidade, hoje encravado no cinturão industrial do que eu chamo de “a capital do automobilismo do estado do Paraná”, por ser uma região onde o automobilismo fala muito alto.

 

A Cascavel de Ouro (e de Prata) foi disputada com os carros da Gold Classic, organizada pelo meu camarada e melhor narrador de corridas do Brasil, Luc ‘Sinestro’ Monteiro, que preparou um Opalão dos anos 70 para encarar a divisão principal da corrida que foi transmitida ao vivo pela TV Cultura para todo o Brasil, passando o VT das corridas da manhã e em seguida – ao vivo – as corridas da tarde que eu vou tentar resumir agora.

 

Na manhã do domingo tivemos a 1 bateria da Cascavel de Prata, com carros clássicos indo para a pista e um grid gigante, colorido e selvagem pra fazer em 30 minutos uma corrida selvagem. Logo na primeira volta o gol ”quadrado” de Diego Lino jogando combustível pela boca de abastecimento nas curvas para a esquerda, mas foi na seguida volta que o Uno de Ike Nodari lavou a antiga reta dos boxes com óleo e rodou na entrada da curva dos boxes, provocando a entrada do Safety Car.

 

 O Passatão que largou na Pole com Alexandre Peppe foi o destaque da primeira corrida (Reprodução: Youtube).

 

Até espalharem cimento pra secar o óleo na reta e relargarem, engoliram metade do tempo da corrida, mas na retomada a coisa foi espetacular, com Alexandre Peppe e Diego Lino despachando o pelotão e fazendo uma disputa sensacional até faltarem 3 minutos para o final do tempo de prova, quando o gol foi perdendo velocidade e parou na grama da saída do bacião (a gasolina que caiu pela boca do tanque fez falta... não teve nenhuma indicação de problema mecânico). Melhor para Alexandre Pepe e seu Passat que venceu com 10s de vantagem para Hamilton Morsch com seu chevette. Fabio Tokunaga, com um gol foi o 3°.

 

Logo em seguida veio a primeira bateria da Cascavel de Ouro, com carros mais potentes com Aldees (obra de Almir Donato), Ômegas, Mavecões, Opalas, Alfas e uma Willys Interlagos e um Porsche 914. Os Aldee mostraram força e tomaram as 3 primeiras posições. Logo na terceira volta Caio Lacerda perdeu o capô enquanto Paulo Loco vinha em terceiro. Quem veio voando foi Denísio Casarini, que largou em 11° e em 3 voltas já estava em 5°, atacando o Mavecão de Leovaldo Petry. Mesmo Sem capô, Caio Lacerda atacava o líder e pole, Giovani Almeida. A corrida de Casarini “acabou” 2 voltas depois, lamentavelmente. Ele voltou para a pista, mas sem chances de vencer.

 

 Na Cascavel de Ouro, um festival de carros clássicos aceleraram no Autódromo Internacional Zilmar Beux (Reprodução: Youtube). 

 

Na briga pela vitória, Giovani Almeida negociou melhor as ultrapassagens sobre os retardatários e abriu vantagem. O Mavecão que vinha em 4° abriu o bico e Denísio Casarini, que vinha tentando se recuperar, entrou novamente nos boxes junto com Leovaldo Petry. Caio Lacerda foi perdendo rendimento e Paulo Loco pra cima e ganhou a 2ª posição. Faltando menos de 2 minutos de corrida, Giovani Almeida saiu da pista na última perna do S, rodou e ficou parado na grama por conta de um problema no câmbio. Melhor para Paulo Loco, que assumiu a ponta com um Aldee travestido de Alfa Romeo, que sofreu nas últimas curvas a pressão de Caio Lacerda. O Ômega de Ciro Pacielo terminou em 3°.

 

Parada para o almoço na pista em Cascavel e os sobreviventes das corridas da manhã estavam de volta à pista para a segunda bateria da Cascavel de Prata e Cascavel de Ouro, com a Cascavel de Prata abrindo os trabalhos e como era a última corrida do dia, os pilotos puxaram o pino da granada para os 30 minutos de corrida, mais uma volta para os sobreviventes da corrida da manhã. O grid favorecia quem andou na frente na primeira corrida, sem mimimi de inversão. Era tudo que o Passatão de Alexandre Peppe queria, mas ao seu lado tinha um Chevette nervoso com Hamilton Morsch ao seu lado. O pessoal escapou co bacião, mas foi chegar no S para ter confusão. Cassio Torres e Fabio Takunaga tentaram ocupar o mesmo lugar no mesmo espaço de tempo. Não deu certo!

 

 Corrida nova e o mesmo destaque. Alexandre Peppe e seu Passatão deu show novamente (Reprodução: Youtube).

 

Aquele gol quadrado que lavou o asfalto de gasolina e parou com pane seca faltando 3 minutos para o fim da corrida 1 quando brigava pela ponta veio babando lá do final do grid. Babou tanto que passou reto na curva de entrada da antiga reta dos boxes e encheu de frente o guard rail. Foram tantos problemas na primeira volta que a direção de prova colocou o Safety Car na pista para tentar acalmar os pilotos e o resgate recolher os carros avariados. Para ajudar, começou a chover, pra diminuir a aderência, mesmo com os carros todos usando pneus radiais, mas ficou só na ameaça. Restaram 20 minutos para os pilotos decidirem quem iria levar o troféu pra casa e na retomada, Alexandre Peppe não deu chances pra concorrência, contornou o bacião na frente e foi abrindo vantagem, mas o Chevette ia tentando acompanhar. Duda Weirich com um Voyage era o 3°, mas não conseguia acompanhar os líderes.Alexandre Peppe não deu chances para ninguém, mesmo com uma escapada na grama a 5 minutos do final quando tinha 10s de vantagem na liderança. Passado o susto, recebeu a bandeirada de chegada com mais de 10s de vantagem para o Chevette de Hamilton Horsch que quase foi pro muro na última curva da prova, percorrendo metade da reta dançando na grama molhada. Duda Weirich fechou em 3° com seu Voyage.

 

Não demorou muito e tivemos a segunda bateria da Cascavel de Ouro, com Paulo Loco largando na Pole e Caio Lacerda (de capô novo cobrindo o motor) na primeira fila. Alguem errou na dose do Rivotril do Loco que dormiu na hora que as luzes apagaram na largada e foi engolido pelos carros da 2ª fila enquanto Caio Lacerda tomava a ponta. Acabou recuperando a P3 depois que Deninho Casarini escorregou na baba e foi pra grama no bacião com seu Porsche 914. Vindo de trás depois de ver a vitória escapar entre os dedos na 1ª bateria, Giovani Almeida veio babando, marcando voltas mais rápidas.

 

O segundo colocado, Evandro Camargo, abandonou a corrida e deixou uma situação interessante, com a inversão dos dois primeiros da primeira bateria nas duas primeiras posições da corrida. O regulamento dá, em caso de empate, o troféu para quem tiver a melhor colocação na segunda corrida, mas na volta seguinte, Paulo Loco ficou lento e seguiu para os boxes, punido com um drive thru, deixando o título na mão de Caio Lacerda, que estava sobrando na corrida e podia se dar ao luxo de controlar o ritmo para evitar surpresas, mesmo com Paulo Loco tentando recuperar terreno, escalando o pelotão.

 

 Caio Lacerda, dessa vez com capô, deixou o pole Paulo Loco pra trás e partiu pra conquista do troféu (Reprodução: Youtube).

 

Os 10 minutos finais de prova mostraram um momento sensacional, com Giovani Almeida, depois de uma corrida sensacional, Caio Lacerda abriu passagem para o companheiro de equipe assumir a liderança. Paulo Loco fez o que era possível, mas não conseguiu voltar para a briga. A diversão ficou por conta das escapadas de pista de Deninho Casarini, que compete no Rally dos Sertões e parecia estar com saudades do off Road. Faltando 5 minutos para o fim, a corrida acabou para Paulo Loco, que perdeu uma roda (que saiu da pista, passou pela grade e foi parar no estacionamento dos carros do público. Felizmente, nem vítimas) e o piloto ficou na saída do quando já estava em 4° lugar. Giovani Almeida venceu a corrida e Caio Lacerda chegou em segundo para conquistar a Cascavel de Ouro com 2 segundos lugares, num domínio completo dos carros da equipe de Humberto Guerra, falecido antes da corrida e homenageado por diversos pilotos com sua foto estampada nos carros. Seus carros venceram as quatro baterias, fazendo também as poles nas corridas.

 

Pra gente não ficar sem assunto na semana que vem (mas vamos ter pílulas da F1) e pra não fazer textão e para dar a atenção que a categoria merece vou combinar com vocês para falarmos sobre a etapa da GT Sprint Race em Londrina, com direito a corrida noturna, na semana que vem, tá valendo?

 

Sessão Rivotril.

Seguindo meu mestre inspirador, está na hora de receitar as pílulas da semana.

 

- Transmissão de primeira com o Alexi Lalas e com o Taquara Rachada, dupla titular da TV Cultura, que ainda contou com a participação do experiente jornalista Wagner Gonzalez, o Begola, comentarista de corridas de bigas na Roma antiga, contemporâneo do Matuzaleme.

- Sem ter outras corridas para assistir na TV na hora do almoço do domingão, fui assistir umas corridas pela internet e, entre elas, assisti a última corrida da Fórmula Regional Europeia, que o narrador caprichoso chama erradamente de “Fórmula 4”, mas que tem carros e estrutura da Fórmula 3. Corridinha selvagem! Terminou com dois carros da mesma equipe numa panca bizarra e 3 Safety Cars em 25 minutos!

- Três brasileiros na categoria... e andando no fundo do pelotão. Um deles, o filho de Rubens Barrichello. A gente ainda vai ficar sem piloto na Fórmula 1 por um bom tempo. Ou alguém “compra um lugar” no grid ou vai ser difícil.

- Como todos os meses eu tenho que “traduzir para o português” as colunas de kart do nosso colunista, o Boneco de Olinda, decidi assistir as finais do Mundial de Kart. O nosso grande favorito, Rafael Câmara começou bem, liderando, abrindo vantagem, mas foi caindo, caindo e seu kart o deixou na mão. De uma forma geral, tudo deu errado para os brasileiros.

 

Felicidades e velocidade,

 

Paulo Alencar

 

 

Nota NdG: Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do site Nobres do Grid.