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Emoções gigantes na Fórmula 1, Moto GP e IMSA PDF Print E-mail
Written by Administrator   
Monday, 15 November 2021 12:51

Olá leitores!

 

Tivemos um final de semana recheado de emoções, de títulos, infelizmente marcado pelo falecimento de um dos maiores especialistas em automóveis, motocicletas e jornalismo do Brasil, Josias Silveira, criador da primeira revista de motos brasileira (a Duas Rodas) e da excelente revista Oficina Mecânica, uma publicação que serviu de impulso/iniciação de muitos jovens que, por meio da linguagem acessível e descrições detalhadas, por meio dela aprenderam eles mesmos a consertar/preparar seus carros. De minha parte, além da tristeza de ver uma das minhas referências na área do Jornalismo falecer, fica ainda mais um gosto amargo: mais ou menos desde 2016 ou 2017 eu estava para pedir o autógrafo dele no meu exemplar do livro “Sorvete de Graxa”, escrito por ele e uma das leituras mais deliciosas que um aficionado por automóveis pode ter. Cada vez que eu o encontrava, tinha esquecido de levar o livro. Agora o livro permanecerá sem o autógrafo do autor... Resquiat in pace, Mestre Josias, que do outro lado não faltem “lasanhas” pra você se divertir consertando e/ou aperfeiçoando.

 

Comecemos a coluna com brasileiro sendo campeão: tivemos na linda pista de Road Atlanta a Petit Le Mans, corrida de 10 horas de duração que encerra o campeonato da IMSA, e a disputa pelo título durou – literalmente – até a última volta de uma corrida de 10 horas. Na pista, Felipe Nasr (Cadillac DPi) e Ricky Taylor (Acura DPi) disputaram com afinco o melhor posicionamento na pista, até que na última volta Taylor tentou encontrar um espaço onde não tinha, ultrapassou... mas acabou saindo da pista, atravessando uma caixa de brita, e até retornou ao asfalto na frente de Nasr, mas este logo em seguida recuperou a posição e cruzou a bandeirada final em 2º lugar, apenas 4 décimos de segundo à frente de Taylor, garantindo para a dupla “Pipo” Derani/Felipe Nasr o título da DPi com 3407 pontos perante os 3396 de Filipe Albuquerque/Ricky Taylor. Lembrando que a pontuação para os 3 primeiros lugares é de 350 pontos pro 1º, 320 pro 2º e 300 pro 3º, ou seja, não tinha muita, muita margem de folga não, em que pese os números pareçam grandiosos para nós, acostumados com categorias que distribuem poucos pontos aos competidores. A vitória na Geral e na DPi ficou com Mazda de Jonathan Bomarito/Oliver Jarvis/Harry Tincknell, pouco mais de 3 segundos à frente dos dois carros que disputavam o título, e propiciando à marca japonesa uma despedida da categoria com vitória. Jarvis e Tincknell, mesmo com a vitória na última corrida, acabaram em 3º no campeonato. O Acura #60 de Dane Cameron/Hélio Castroneves/Juan Pablo Montoya enfrentou alguns problemas e terminou a corrida na 10ª posição da Geral, atrás dos 4 LMP2 que terminaram a corrida. Na LMP3, vitória na categoria (e um ótimo 11º na classificação geral) para o carro #74, garantindo com isso o título da categoria pra Gar Robinson, o 4º lugar para o brasileiro Felipe Fraga e o 9º lugar para o terceiro piloto do carro nessa corrida longa, Scott Andrews. Na GTLM, após diversas corridas de ausência a BMW-RLL fez o favor de voltar a aparecer em uma corrida, e assim o trio do carro #24, composto por John Edwards/Augusto Farfus Jr./Jesse Krohn subiu ao pódio na última etapa do ano na 3ª posição, atrás da dupla de Porsche da WeatherTech Racing, com o carro #79 de Matt Campbell/Mathieu Jaminet/Cooper MacNeill conquistando a vitória e o carro #97 de Michael Christensen/Kevin Estre/Fred Makowiecki terminando na 2ª posição.

 

O TCR South America foi até uma das pistas latino-americanas que eu mais gosto, o Oscar Galvéz, em Buenos Aires. Infelizmente para a prova “endurance” (40 minutos, bateria única, piloto titular mais um piloto convidado) foi escolhida a alternativa de traçado menos interessante disponível, aquela bem travada (ou “técnica”, como os bananeiros gostam de falar com a boca cheia) criada para o retorno da Fórmula Um à Argentina nos anos 90. Eu adoraria ver os carros da categoria na pista “longa”, aquela usada pelas máquinas da Turismo Carretera e que era usada pela F-1 nos anos 70. Enfim... quase nada é do jeito que a gente sonha, certo? Talvez até por ser uma opção de traçado mais ao estilo tapuia, pela primeira vez na temporada a vitória ficou com o brasileiro Raphael Reis, com seu Honda #77. Ele correu em dupla com Néstor Girolami, que compete no WTCR (onde, obviamente, o nível dos competidores é BEM mais alto) e foi o responsável pela largada com o carro. Largando de 3º, em pouco tempo estava na liderança da prova, e após a troca de pilotos Raphael manteve a liderança obtida e conquistou seu primeiro triunfo nessa temporada inicial da categoria. Pódio inteiramente Honda, a propósito: em 2º chegou o carro de Matías Milla/Juan Ángel Rosso e em 3º a dupla Esteban Guerrieri/Manuel Sapag. O campeonato permanece em aberto, com a liderança de Pepe Oriola com 198 pontos, Rodrigo Baptista tem 190 e agora Raphael Reis tem 182. Próxima etapa, teremos rodada dupla em Córdoba no primeiro final de semana de dezembro.

 

Isso tudo foi no sábado. No domingo, logo de manhã um dos momentos mais emocionantes deste Século XXI: a última corrida como piloto profissional de Valentino Rossi. Vendo o circuito Ricardo Tormo, dá pra entender o Marc Márquez ter “passado o atestado médico” pra não competir na última etapa. Uma pista espanhola totalmente dedicada a homenagear não apenas um piloto italiano, mas um italiano que é desafeto pessoal do #MM93... o prédio ao lado dos boxes tinha uma gravura do rosto de Valentino ocupando praticamente toda a altura da lateral do prédio, e o mar de bandeiras, bonés e perucas amarelas reverenciando Rossi era visível em toda a arquibancada. Vejam bem, não estou duvidando que Márquez tenha problemas físicos; estou apenas pontuando que a última passagem pelo Departamento Médico foi extremamente oportuna para o espanhol se ausentar desse momento. Mas comecemos pelo princípio: na Moto3 a última corrida do ano teve a primeira vitória de Xavier Artigas, favorecido pelo entrevero em plena última volta na curva 2 entre os dois primeiros colocados no campeonato (Acosta e Foggia) enquanto disputavam a liderança. Acompanharam Artigas no pódio na comemoração de sua primeira vitória na Moto3 o Sérgio García no 2º lugar e o Jaume Masia na 3ª posição. A Moto 2 era a única categoria que ainda tinha disputa de título, e Raul Fernandez fez a sua parte na disputa pelo título: venceu a corrida. E ele esteve perto de conseguir, já que Remy Gardner resolveu testar as condições cardíacas do papai Wayne, que estava nos boxes acompanhando o filhote andando no meio do pelotão da confusão o tempo todo enquanto o rival estava no pelotão da frente. No final, tudo acabou dando certo para o jovem australiano, que com um 10º lugar se tornou o segundo filho de campeão mundial de motociclismo a também conquistar um título mundial. Grande comemoração por parte de Gardner pai e filho, assim como os integrantes do pódio estavam muito felizes. A bem da verdade, Gardner e Fernandez demoraram tanto pra voltar aos boxes comemorando o campeonato e o vice campeonato que, para não embolar a programação da MotoGP, simplesmente a organização mandou o carro madrinha “recolher” o pessoal na pista e cancelou a entrevista dos pilotos antes de subirem ao pódio. E chegou o momento da MotoGP... e o melhor que posso dizer é que foi uma festa italiana: além da despedida de Valentino Rossi, um pódio completamente Ducati: vitória de Francesco Bagnaia, com Jorge Martin (da equipe satélite Pramac) no 2º lugar e o outro piloto oficial da Ducati, Jack Miller, em 3º lugar. Também foi a despedida da categoria para Danilo Petrucci, que irá se aventurar nas areias do Dakar a partir do próximo ano. Joan Mir tentou bravamente com sua Suzuki atrapalhar a festa italiana, mas em que pese uma excelente largada, acabou perdendo um pouco de rendimento no final da prova e terminou na 4ª posição. Ao final da prova, Valentino Rossi terminou a corrida no 10º lugar, e ao parar na área de escape para agradecer ao público... foi cercado por colegas de profissão, dando os parabéns para ele, descendo de suas motos para o abraçar, e eram visíveis as lágrimas nos olhos de Rossi ao final da volta, ao receber tanto carinho seja de competidores, fiscais de pista ou da torcida que enchia as arquibancadas da pista. Após a corrida, Valentino Rossi ainda recebeu a honraria de ser incluído pela FIM no rol das Lendas do Motociclismo. Leiam a lista e me digam se ele está bem acompanhado ou não: entre outros, ele está agora na mesma relação de Giacomo Agostini, Mick Doohan, Geoff Duke, Wayne Gardner, Mike Hailwood, Daijiro Kato, Eddie Lawson, Anton Mang, Angel Nieto, Wayne Rainey, Phil Read, Jim Redman, Kenny Roberts, Jarno Saarinen, Kevin Schwantz, Barry Sheene, Marco Simoncelli, Freddie Spencer, Casey Stoner, John Surtees, Carlo Ubbiali, Alex Crivillé, Franco Uncini, Marco Lucchinelli, Randy Mamola, Kork Ballington, Dani Pedrosa, Stefan Dörflinger, Jorge ‘Aspar’ Martinez o finado Nicky Hayden. Que me desculpem os fãs de Marc Márquez, ele pode se recuperar 100% de saúde e bater as marcas de Valentino Rossi (9 títulos mundiais, 115 vitórias e 235 pódios somando as classes da Motovelocidade), mas jamais terá o carisma e a capacidade de atrair multidões para as pistas como Valentino teve.

 

Também no domingo tivemos o GP São Paulo de Fórmula Um, corrida igualmente marcada por acontecimentos positivos (não diria que foi a melhor etapa do ano, mas definitivamente foi a melhor das “Sprint races” do ano e a corrida em si esteve longe de ser chata) e acontecimentos negativos (afinal, os tabajaras andam com tanta preguiça de utilizar o cérebro que conseguem colocar a odiosa política maniqueísta tapuia em TUDO, inclusive uma corrida internacional); sem contar que estou curioso para ler os comentários do Shrek a respeito da narração da corrida, que em minha modesta opinião foi, de longe, a pior do ano. Mas de bem longe mesmo. Quase deu saudades do Cléber Machado, para verem o naipe de ruindade da narração. Espero que o Grupo Bandeirantes, que possui ótimos narradores de corridas em sua folha salarial, dê oportunidade a algum dos outros narrar a categoria, pois o narrador contratado da Globo conseguiu ganhar nota ZERO esse final de semana. Foi tão ruim quanto o lado psicológico do Charles Leclerc, que simplesmente não reage mais às tentativas de ultrapassagem. Acho que a nossa psicóloga de plantão e editora Catarina terá que ter o auxílio de um psiquiatra passando uma medicação tarja preta pro menino Leclerc se recuperar, pois do jeito que está, sem condições. Vitória de Lewis Hamilton, que passou o final de semana sem deixar os mortos em paz e postou foto nas redes sociais com o finado colocando a mão no ombro dele, ao final da prova quis dar uma de político em época de eleições e terminou a volta segurando uma bandeira do Brasil... cuidado, Lewis, com esse negócio de imitar o ídolo: pode ser que seu fim seja em um muro também... pegue leve. E principalmente, deixe a alma dos mortos descansar em paz. Em 2º lugar chegou um Max Verstappen que nitidamente não teve carro para acompanhar a Mercedes, mesmo em uma pista onde tecnicamente a Red Bull deveria ter um bom desempenho. Como a punição por troca de motor é de 5 posições, talvez para as últimas etapas seja interessante a Red Bull já na próxima corrida levar essa punição para não ficar economizando rotações do motor como aconteceu esse final de semana. Mais uma vez, a estratégia da Red Bull demonstrando que devem ter tido aulas com os vizinhos do lado Sul dos Alpes... e tomar aulas de estratégia com a Ferrari NÃO É uma ideia nem ao menos razoável, que dirá uma boa ideia. Completando o pódio chegou Valtteri Bottas, cumprindo seu aviso prévio e ajudando a Mercedes no campeonato de construtores sem grande esforço (você vai se esforçar para o patrão que não renovou seu contrato pro ano seguinte? Pois é...). Agora é aguardar pra ver se até a data da corrida a pista em Jeddah estará pronta, afinal as informações é que as obras estavam atrasadas... enfim, tem mais 2 semanas e meia pra terminar.

 

Até a próxima!

 

Alexandre Bianchini

 

 

Nota NdG: Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do site Nobres do Grid.