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Qual o limite de pista fora da pista? PDF Print E-mail
Written by Administrator   
Wednesday, 24 November 2021 20:52

Caros Amigos, a história do esporte está repleta de histórias de rivalidades. Algumas, como no futebol, chegam a ser seculares como o “Fla x Flu” no Rio de Janeiro e de alguns times na Inglaterra.

 

Em esportes individuais estas rivalidades também tiveram grandes histórias e momentos de superação e outros de vergonha, como o caso de doping de Bem Johnson na sua rivalidade contra Carl Lewis ou até mais grave como o episodio das patinadoras norte americanas Nance Kerrigan e Tonya Harding, com a primeira sofrendo um ataque físico por parte da segunda para tirá-la das competições e Tonya se tornar favorita à vaga olímpica.

 

No automobilismo tivemos grandes rivalidades, como Emerson Fittipaldi e Jackie Stewart, Nelson Piquet x Alain Prost, Michael Schumacher x Fernando Alonso (não vou considerar disputas dentro da mesma equipe, mas fora delas tivemos o desfecho de uma disputa interna, que foi a entre Alain Prost e Ayrton Senna). Todas estas disputas tem algo em comum: a disputa se deu na pista, mesmo quando – especificamente no caso Prost-Senna – extrapolou os limites da ética.

 

Entretanto, ao menos até onde se tenha notícia, não houve um embate fora das pistas entre Ken Tyrrell e Colin Chapman ou entre Jean Todt e Flavio Briatore na forma como temos visto acontecer, durante os finais de semana e entre ao finais de semana de corridas como estamos testemunhando as declarações à imprensa entre Toto Wolff e Christian Horner nesta temporada da Fórmula 1.

 

Não preciso dizer que a batalha pelo campeonato entre Lewis Hamilton e Max Verstappen é a mais cativante que a Fórmula 1 já teve em anos. O drama em andamento foi se acirrando corrida a corrida, com momentos de extrema tensão como os que vimos em Silverstone e Monza, para não falar na dupla saída de pista no GP São Paulo. A disputa extrapolou os limites da pista, invadiu os boxes, as fábricas e os dois chefes de equipe tem alimentado o drama político que vem superando limites – no limite (ou não) da ética – nas suas atitudes e palavras, com um grau de acidez e agressividade que tem chamado tanta atenção do público e da mídia como as disputas entre os dois principais pilotos das equipes Mercedes e Red Bull.

 

Por um lado, ao menos aos olhos dos dirigentes do Grupo Liberty Media, uma disputa como essa tem um aspecto comercial extremamente forte, associada a disputa que Lewis Hamilton e Max Verstappen tem protagonizado. Atualmente, com as divulgações das conversas de rádio entre pilotos e equipes, os fãs de Fórmula 1 tem algo que as disputas do passado não propiciavam e com a multiplicação do número de câmeras, a disputa ganha em intensidade.

 

Aproveitando este momento, o Grupo Liberty Media colocou Toto Wolff e Christian Horner frente a frente, em um estúdio, para uma entrevista de 30 minutos, onde sentaram lado a lado e foram sabatinados elo jornalista Tom Clarkson, que não fez questão de fazer rodeios e uma vez que as equipes tem se acusado mutuamente de terem irregularidades em seus carros – mais especificamente nas asas – mas mesmo passados dias desde a bandeirada final em Losail, os protestos de Christian Horner com relação à punição sofrida por Max Verstappen por não ter reduzido a velocidade em um trecho com bandeiras amarelas duplas.

 

A situação tomou uma proporção preocupante: Christian Horner foi convocado para uma reunião com os comissários desportivos e com diretor de prova na noite de domingo logo após a corrida e recebeu um “aviso oficial” por seus comentários, com o diretor da corrida Michael Masi deixando claro que não toleraria qualquer crítica à oficiais ou voluntários nos eventos. Nem assim o chefe da equipe austríaca se calou, afirmando esta semana que “decisões adultas precisam ser tomadas por adultos”. Toto Wolff, informado da declaração, deu a sua alfinetada, dizendo que “há muito em jogo e você sempre precisa ... de uma forma que nem quero comentar sobre ele, porque todos somos responsáveis ​​pelo que dizemos e pelo que fazemos”.

 

Aguardemos o que virá pela frente com as duas corridas decisivas para o campeonato, em uma pista completamente nova e uma velha conhecida, mas alterada em pontos que podem permitir mais ultrapassagens, além do que será protagonizado fora dos cockpits. Afinal, os “limites de pista” não tem se limitado às linhas brancas.

 

Um abraço e até a próxima,

 

Fernando Paiva 
Last Updated ( Thursday, 25 November 2021 09:11 )