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A busca do novo pode nos levar ao passado? PDF Print E-mail
Written by Administrator   
Wednesday, 22 December 2021 22:47

Caros Amigos, No mundo corporativo algumas empresas trocam seus CEOs em busca de algum tipo de mudança na linha de ação que eles buscam e o substituído não está tendo a capacidade de fazer esta mudança ou não tem o perfil que a mudança exige.

 

 

O CEO é o cargo que está no nível mais alto da hierarquia organizacional. Por isso, é o profissional responsável por tomar decisões, gerenciar recursos e operações a aprovar investimentos. Como se trata de uma função de alta complexidade, quem atua como CEO deve desenvolver algumas competências comportamentais relevantes. Resiliência, curiosidade, coragem, comunicação interpessoal e adaptação são algumas delas.

 

Quando um novo CEO assume a liderança de uma empresa, é comum que se busque a mudança no contexto organizacional. Esta é uma ferramenta elementar de melhoria que hoje as empresas possuem, buscando acompanhar tendências e aprimorar seus produtos e serviços bem como a adequação da cultura organizacional, visando melhoria continua também no clima organizacional.

 

Na última sexta-feira, “um novo CEO” assumiu a Federação Internacional de Automobilismo (FIA). Mas no caso deste órgão ligado ao nosso prazer – o esporte a motor – o “CEO” é eleito e não escolhido por um Conselho de Diretores ou Conselho de Acionistas, apesar de talvez podermos considerar os delegados que representam os países como um “Conselho de Diretores” a buscar um CEO capaz de direcionar as ações da “empresa FIA” a seguir em uma determinada direção.

 

O recém-eleito presidente da FIA, Mohammed ben Sulayem, é o primeiro não europeu a ocupar o cargo, mas sua nomeação no lugar de Jean Todt também é significativo por sua nova abordagem à governança do automobilismo mundial. Caso consiga realizar seus projetos, os efeitos serão sentidos em todo o mundo. A eleição para presidente da FIA é algo que acontece à cada quatro anos. O que é raro são as mudanças. Os três últimos presidentes da entidade foram Jean Marie Ballestre, Max Mosley e Jean Todt. Eles ficaram mais de quatro décadas no poder. Jean Todt, que está entregando o cargo, os últimos 12.

 

Mohammed ben Sulayem assume o papel mais poderoso do automobilismo em um momento de grandes mudanças no mundo exterior. O automobilismo é apenas metade de seu novo mandato, já que ele também lidera o lado da Mobilidade da FIA, que se relaciona a tópicos em torno do automobilismo em geral; segurança rodoviária, testes de colisão, emissões de veículos e assim por diante. A indústria automotiva está indiscutivelmente no maior ponto de pivô de sua história desde a invenção do motor de combustão interna, e tudo o que acontece no automobilismo está correlacionado com os rumos dos próximos anos.

 

Natural dos Emirados Árabes Unidos, campeão em múltiplas competições de rally e mais recentemente organizador da região do Oriente Médio. Ele é um homem com pressa, com a ambição de dobrar o número de titulares de licenças de competição em todo o mundo em seu mandato inicial de quatro anos. Esta foi a principal promessa e um alavancador para a vitória sobre Graham Stoker – o “candidato da continuidade”, uma vez que era o vice-presidente de Jean Todt para o esporte – por 61,6% a 36,6%. Uma margem robusta, sem dúvidas, mas muito bem articulada, com uma massiva campanha junto aos representantes dos países com mais de 2.000 horas de consulta, ouvindo suas preocupações e ambições. Seu manifesto deu-lhes a narrativa que procuravam: uma mudança de abordagem, uma nova ordem mundial.

 

Evidentemente que a vitória de Mohammed ben Sulayem não diminui em nada o legado de Jean Todt, e muito foi conquistado em seus 12 anos como presidente da FIA. Mas existem algumas mudanças significativas que ocorreram com esta eleição e uma delas seria uma virada de página da ordem anterior com uma potencial diminuição da influência das antigas nações poderosas (excluindo o Reino Unido) e a federação avançando com mais prioridade no desenvolvimento do esporte e no alavancamento deste fora da Europa.

 

Uma dos mais importantes cargos na FIA foi confiado à Fabiana Ecclestone (atual esposa de Bernie Ecclestone) que foi apresentada para ser a vice-presidente de esportes na América do Sul. Antes de ser esposa do ex-mandatário da Fórmula 1, Fabiana trabalhou junto à FIA na área de mobilidade e posteriormente na organização das corridas no Brasil. Resta saber se isso significará também um retorno, embora em segundo plano, para Bernie Ecclestone. O ex-CEO da F1, hoje com 91 anos, e que apoiou Mohammed ben Sulayem.

 

Recém eleito, Mohammed ben Sulayem não fugiu de sua primeira polêmica, afirmando que Lewis Hamilton será punido se for confirmada alguma violação por parte dele ao não comparecer ao evento de gala anual da FIA, onde são entregues as premiações das diversas categorias. Tanto o piloto como o chefe da equipe, Toto Wolff, não foram à Paris. Esta parece ser apenas a primeira volta desta corrida.

 

Um abraço e até a próxima,

 

Fernando Paiva