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Attiyah vence o Dakar 2022 nas areias sauditas e tivemos brasileiro campeão PDF Print E-mail
Written by Administrator   
Monday, 17 January 2022 07:46

Olá pessoal,

 

Com nosso amigo Alexandre Bianchini gozando de merecidas férias com a sua filha, a gente não podia deixar nossos leitores sem uma coluna nas segundas-feiras e de forma “muito democrática” fui guindado a ocupar esta lacuna nesta semana e na próxima, mesmo sem ter o menor cacoete para isso (tanto que, apesar de ser um dos criadores do Nobres do Grid, nunca tive uma coluna. Essa não é a minha praia!).

 

Felizmente não estão faltando assuntos neste início de ano, mesmo sem termos corridas em circuitos. Tivemos nesta primeira quinzena de janeiro a disputa de mais uma edição do Dakar nas areias e montanhas do deserto da Arábia Saudita. Em um cenário de disputa como esses, num trocadilho “padrão Sérgio Maurício” (HaHa), quem tem expertise em areia e deserto leva vantagem. Nesse caso, Nasser Al Attiyah!

 

O nobre natural do Qatar liderou a 44ª edição do Dakar do início ao fim com a nova Toyota Hilux T1+, terminando o último trecho cronometrado 27m46s à frente da lenda viva do Rally, Sebastien Loeb em deu BRX-Hunter, preparado pela Prodrive. O Príncipe – que até medalha olímpica ganhou para seu país em competição de tiro - venceu apenas duas das 12 etapas, ambas na primeira semana, mas mostrou uma consistência (e este costuma ser o segredo) etapa após etapa enquanto seus rivais caindo um a um com erros de navegação ou problemas mecânicos.

 

A chave para a vitória de Al-Attiyah foi a etapa de abertura perto de Ha'il (em corridas a gente costuma falar que não se ganha corrida na primeira, mas se perde. Vamos chamar da “volta” a primeira especial). Ele e o Navegador, Matthieu Baumel, encontraram um caminho melhor que seus concorrentes para passar por waypoint complicado que atrapalhou a maior parte do pelotão, incluindo Carlos Sainz (de quem sou fã desde os tempos de WRC), piloto da Audi.

 

Quem perdeu menos tempo foi Sébastien Loeb, mas o eneacampeão do WRC teve seu momento de infortúnio no estágio 3quano perdeu meia hora fazendo um reparo no seu carro. Com os problemas alheios e muita competência, na metade da competição Al-Attiyah estava 50 minutos à frente do resto do pelotão graças a uma segunda vitória na Etapa 4, com dramas de navegação para Loeb dando mais um golpe em suas esperanças de uma vitória inaugural no Dakar. Loeb conseguiu reduzir a diferença para menos de 30 minutos no final da penúltima etapa... antes de uma penalidade por excesso de velocidade desfazer parte de seu bom trabalho.

 

Na etapa final, evitando maiores riscos, Al Attiyah terminou em 19º lugar o curto estágio final de 164 km entre Bisha e Jeddah. Aos 51 anos conquistou uma vitória no Dakar pela primeira vez desde que o evento se mudou para a Arábia Saudita, sendo essa sua quarta vitória, resultado que faz do Qatari o segundo piloto de maior sucesso na história da categoria de carros do Dakar, empatado com o finlandês Ari Vatanen e atrás apenas da contagem de oito títulos do impressionante Stephane Peterhansel. seus três sucessos anteriores em 2011 (Volkswagen), 2015 ( X-raid Mini) e 2019 (Toyota), conquistados nos anos de disputa na América do Sul.

 

O Dakar tem, além da competição por carros, outras quatro categorias onde as disputas são tão ou maiores do que as dos carros. Nas motos, a disputa entre o inglês Sam Sunderland, o Chileno Pablo Quintanilha e o austríaco Matthias Walkner foi intensa até o final, com os três primeiros separados por menos de 7 minutos em um total cronometrado de quase 39 horas! Equilíbrio igual aconteceu entre os caminhões, onde a diferença entre os três russos – Dmitry Sotnikov, Eduard Nikolaev e Anton Shibalov foi de menos de 10 minutos nas 41 horas e meia. Nos UTVs, o Chimeno Francisco Lopez Contardo chegou mais de 51 minutos à frente do Sueco Sebastian Eriksson. Nos quadriciclos, o francês Alexandre Giroud superou em 2 horas e 22 minutos o argentino Francisco Moreno. Esses foram os vencedores gerais. Em alguns casos temos as divisões nas categorias. Foi nessas divisões que tivemos brasileiro vencendo! O navegador Gustavo Gugelmin, ao lado do norte apericano Austin Jones venceram na categoria T4 dos UTVs.

 

Os Brasileiros:

 

Tivemos 10 brasileiros entre pilotos e navegadores nas diversas categorias do Dakar 2022. Além de Gustavo Gugelmin, mais uma vez foi o navegador do norte-americano Austin Jones, tivemos nos Carros tivemos o retorno/estreia de Marcelo Gastaldi, que correu no ano passado, nos UTVs, mas que este ano assumiu o volante de um Buggy Century CR6 tendo Cadu Sachs como seu navegador. Reinaldo Varela, planejava trocar de categoria nos UTVs – da T4, de que foi campeão em 2017, para T3, que reúne modelos protótipos – categoria onde competiram Jorge Wagenfuhr e Filipe Bianchini, mas não chegou a competir. Na T4 tivemos a primeira participação de Rodrigo Luppi e Maykel Justo. Nos quadriciclos tivemos a estreia nas areias sauditas de Marcelo Medeiros, que competiu em algumas etapas quando a disputa acontecia na América do Sul e terminou em 6° na classificação geral.

 

Com o tamanho das dificuldades que os pilotos enfrentam ao longo de 13 dias do Dakar, não importa onde ele for disputado, só o fato de terminar a competição faz do piloto ou das duplas e trios – caso dos caminhões – um vencedor!

 

Grande Abraço,

 

Flavio Pinheiro