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O desafio dos primeiros 100 dias (ou menos) para o Presidente da FIA PDF Print E-mail
Written by Administrator   
Wednesday, 19 January 2022 21:10

Caros Amigos, Quando uma grande empresa ou corporação troca o seu CEO alguma coisa não estava “funcionando de acordo”. Um estudo que começou a ser conduzido, em 2000, identificou que mais CEOs foram demitidos por lapsos éticos do que por desempenho financeiro ou problemas do conselho.

 

Às vezes, quando um CEO sai tudo ocorre bem. Infelizmente, a história registra que o contrário pode ocorrer, isto é, a transição acabar em um desastre. Um exemplo é o que aconteceu com a General Electric em 2017. 

 

Como é de imaginar, quando um CEO tem um bom desempenho por um longo período é difícil pensar em mudança. Por outro lado, se pensarmos que a maioria dos líderes fica obsoleto em algum momento, a mudança pode até ser considerada questão de estratégia. Sem dúvidas, as tecnologias digitais e a rápida disseminação da informação contribuem para que CEOs de longa data tenham que lidar com um contexto significativamente diferente daquele que vivenciaram logo no início do cargo.

 

Um bom exemplo de um “capitão de indústria” – termo utilizado nos anos 80 – que foi um revolucionário, mas que, com o passar do tempo e a mudança do perfil de consumo da sociedade ficou obsoleto é Bernie Ecclestone. O homem que revolucionou a Fórmula 1 e a transformou no grande espetáculo que nos acostumamos a ver tinha uma enorme resistência ao acesso do esporte através das novas ferramentas de comunicação via internet.

 

Paralelo à Ecclestone, a FIA também parecia (ou parece) estar no mesmo processo de engessamento, a quebra do ‘status quo’ com a eleição de Mohammed bin Sulayem pode ser uma mudança de direção no modelo de gestão da entidade. Uma mudança como essa leva a um raciocínio lógico e quase imediato de que “mudanças irão gerar mudanças”.

 

Sulayem tem neste processo de seus primeiros dias de mandato o problema herdado do final da gestão passada com o final da temporada da Fórmula 1. Entretanto, uma decisão que precisa chegar mais cedo do que isso diz respeito ao futuro do homem no centro do furor: o diretor de corrida Michael Masi. Quaisquer decisões ou alterações podem não receber a aprovação final do Conselho Mundial de Automobilismo até 18 de março, apenas dois dias antes do início da nova temporada no Bahrein. Há uma promessa de que o processo investigativo se encerre no início de fevereiro. Enquanto isso, o Presidente da FIA é o homem sob pressão.

 

Durante os cem primeiros dias, o novo CEO deverá identificar os principais desafios, determinar os objetivos principais da sua gestão e formular um cronograma de ação condizente com o plano traçado, que deve estar pronto preferencialmente antes de assumir a cadeira. Esse tempo inicial é visto por todos como necessário para que o novo primeiro executivo se ambiente. O tempo corre contra Sulayem nesse processo e o desfecho deste processo terá peso nos seus quatro anos de gestão.

 

Pragmaticamente, precisamos lembrar que os patrocinadores do esporte, o público que vai aos autódromos e/ou acompanha a Fórmula 1 pela TV ou pelas mídias diversas tem como produto de consumo as competições, não as reuniões do clássico prédio na praça da Concórdia em Paris. Hoje temos um assunto delicado e controverso ocupando espaço na mídia que poderia – e deveria – estar sendo ocupado pela expectativa em torno dos novos carros e pneus para a temporada 2022.

 

Até o momento não está confirmado se Michael Masi deixará de ser o diretor de provas da categoria. Um problema que certamente a FIA está enfrentando é, dada a falta de substitutos óbvios, quem poderia ocupar este lugar. Aparentemente um problema mais complexo em uma evidente falta de um projeto de formação na linha sucessória das peças chave dentro da estrutura esportiva da categoria, que por anos foi comandada por Bernie Ecclestone e os antigos integrantes da equipe Brabham, quando ele era o dono.

 

O desafio agora para a FIA é recuperar a confiança que pode ter perdido em Abu Dhabi, entre os pilotos, equipes e, crucialmente, os fãs. Decidir sobre o futuro de Masi e o que qualquer reestruturação de sua equipe de F1 implica será uma parte importante disso.

 

Um abraço e até a próxima,

 

Fernando Paiva 
Last Updated ( Thursday, 20 January 2022 14:23 )