E aê Galera... agora é comigo!

O final de semana chegou para amortizar a minha abstinência de velocidade. Valeu a pena virar a noite na companhia dos meus camaradas Sinestro no Bandsports, com o piloto de Safety Car e Ex da Giovanna Antonelli, o Torresmo e, na pista, meu assessor de imprensa favorito, que devia mudar de função, o coçador de saco oficial das transmissões de automobilismo, Chucky, o brinquedo assassino (apesar da transmissão noturna e em horário em que podemos ver certas coisas, o diretor de imagens da transmissão cuidou para que ele só fosse mostrado da cintura pra cima) e da galera do Portal High Speed, com meu camarada Pedro Malazartes, o Urso do Cabelo Duro e eles arranjaram um tucano desnutrido pra pitaquear.

A churrasqueira, que normalmente coloco para arder com carvão aos domingos por volta das 10 da manhã, começou seu expediente com 12 horas de antecedência, às 10 da noite do sábado. No melhor estilo dos irmãos gaúchos, que fazem a festa nas madrugadas das 12 Horas de Tarumã, aqui em casa eu também fiz a festa para prestigiar esse evento que tem história, que ficou perdida por anos e que – apesar dos do contra – voltou e está crescendo ano a ano. O promotor, Thiago Pereira merece nosso reconhecimento. Este ano tivemos 34 carros no grid e se lembrarmos que na volta da prova em 2020 o grid teve apenas 13 carros e o total desprezo por parte da “imprensa especializada”, que – de uma forma geral – também ignorou esta terceira edição após a volta, que contou com 34 carros no grid. Coisa interessante: os carros tinham fitas de LED na parte superior, que durante o período noturno, serviu para identificar a qual categoria pertenciam. Grande ideia!

A corrida aconteceu no melhor dos palcos – Interlagos – sem chuva, sem grandes percalços e, para o vencedor, “sem competição”. Depois de conquistar a pole position, o time formado por Jindra Kraucher (veterano piloto que despediu-se das pistas), Aldo Piedade Jr. e Beto Ribeiro, ao volante do protótipo Sigma da classe P1, equipado com um motor V8 Chevrolet, largou na frente, tomou o ‘S’ da Sadia na liderança e tchau! Não sofreu nenhuma ameaça de disputa ao longo de 373 voltas nos 4.309 metros do traçado e quase 12 horas de corrida. As paradas nos boxes ficaram limitadas às trocas de pilotos, de pastilhas de freio e pequenos ajustes, comuns em corridas de longa duração.

A vitória do protótipo Sigma P4 na edição 2022 das “1000 Milhas Chevrolet Absoluta” (nome comercial da prova, patrocinada em grande parte pela concessionária Chevrolet do empresário e piloto Ney Faustini) pode ser considerada uma das mais significativas da história da tradicional competição. Afinal, quantas corridas de endurance como essas, de 12 horas ou mais, a gente viu um carro liderar a corrida inteira? Esse é um mérito do pessoal da Sigma P1 Engenharia pelos engenheiros Pedro Fetter e Evandro Flesch, que levou pra pista a quarta geração do protótipo, que tem participado do Campeonato Brasileiro de Endurance.

O segundo colocado chegou impressionantes 11 voltas atrás... e foi uma entrada de última hora! O Porsche 718 Cayman GT4 da Sttugart, tendo ao volante Alan Hellmeister/Marcel Visconde/Ricardo Maurício, sequer havia treinado até a largada e não constava inicialmente entre os inscritos (coisas de Mil Milhas). Como “Porsche é Porsche”, confiabilidade dos modelos da marca e a larga experiência dos pilotos levaram o carro até o final e venceram em sua categoria. Não fosse essa entrada, a diferença para o carro seguinte seria “coisa de Guiness Book”: o terceiro colocado, ficou 33 voltas atrás. Foi o protótipo MRX pilotado por Alex Seid, Henrique Assumpção (promotor do Brasileiro de Endurance), Leandro Totti e Pedro Queirolo, vencedores na classe P3, posição que só se decidiu na última hora de corrida. Depois de enfrentar problemas em uma homocinética eles contaram com o problema do outro MRX, o da Sette Racing, pilotado por Aldoir Sette, Gérson Zarpelão Jr., Estevão Garcia e Gustavo Bandeira.

Corridas como estas Mil Milhas aqui no Brasil sempre foram a festa pluralidade, parece essa coisa que quando eu era criança a gente dividia em “Bicha e Sapatão”, mas que hoje tem umas ‘trocentas’ letras, uma para cada “subdivisão”. No caso da corrida, tivemos as classes e alguns protagonistas, como alguns modelos alinhados na TN1 (com pneus radiais). Alexandre Peppe, Luiz Cirino e Thiago Sala levaram o Chevrolet Celta da Alpie à sexta posição geral, logo à frente de outro Celta, da equipe OTO Racing (Kasai, Salva, Carmácio). Bom resultado também para o protótipo Roco (substituiu o MCR VW previsto inicialmente) de Robbi Pérez, Alexandre Andrade, Dudu Pimenta e Guga Ribas, na oitava posição, além de “carros homenagem” como o Fuspyder que homenageou o Fitti-Fusca dos irmãos Fittipaldi e o Fusca Proto da família Pimenta que não só concluíram a edição 2022 das Mil Milhas como brigaram um com o outro em alguns momentos da prova. Outra atração foi o Hyundai HB20S (sedan) com câmbio sequencial e pneus slicks alinhado pela HRacing com Beto Monteiro, Renato Marlia, Fabiano Cardoso, Pedro Pimenta e Wellington Cirino. O vencedor em 2021, o MRX #73 (LT Racing) enfrentou problemas ao longo da corrida e terminou apenas em 11º.

Que em janeiro de 2023, com o final de semana ainda à confirmar, possamos ter uma edição da Mil Milhas Brasileiras com um grid ainda maior. Esse pessoal que faz corrida raiz me representa e sempre me representará.

Sessão Rivotril.

Seguindo meu mestre inspirador, está na hora de receitar as pílulas da semana.

- Ainda falando sobre as Mil Milhas Brasileiras, vergonhosa a “cobertura” da chamada “imprensa especializada”. Vou falar a real: se não rolar um ‘jabá’, eles sequer mencionam o evento! Foram poucos, como o Nobres do Grid, que comentaram a corrida. Inclusive com o “silêncio” de profissionais famosos, que costumam prestigiar este tipo de acontecimento, e não escreveram uma linha sequer sobre o assunto (essa é pra você, Taquara Rachada).

- Seguindo a linha dos “recados”, o pessoal da organização tem que tomar cuidado com as abreviaturas... uma das classes na Mil Milhas Brasileiras foi a Turismo Nacional Clássicos, para carros mais antigos. Quem assistiu a corrida, viu como ficou a abreviatura nos créditos... depois não adianta vir reclamar com o Ogro. Quem mandou essa nas redes sociais foi o meu camarada e colunista do site, Alexandre Gargamel.

- Fiquei com pena do meu camarada Falcon, o boneco de ação, que assina a coluna Radar aqui no site. Ficou acordado 3 madrugadas esperando o Rafael Câmara ir pra pista na “F4 das Arábias” e não só o brasileiro não foi pra pista como sua assessoria de imprensa não falou coisa (o advérbio não era bem esse...) nenhuma. Esse pessoal que faz assessoria aqui no Brasil é muito fraquinho (o adjetivo não era bem esse...).

- Quando eu falo mal das assessorias de imprensa, coleguinha da “imprensa especializada” fica ‘putinho’, mas olha o exemplo: depois do dia 5 de dezembro, não foi postada sequer uma “nota de rodapé” no site da categoria. Depois da crítica do meu camarada, Alexandre Gargamel, que falou em sua coluna que sequer tinha a informação do calendário, anunciado em redes sociais, em 10 de janeiro foi colocada UMA atualização. Só! Passadas duas semanas, nada sobre nada. E o Chucky ainda é pago para estar lá.

- Parabéns pra meu camarada, melhor narrador de automobilismo do Brasil, dublê de cantor sertanejo, dublê de piloto e promotor de categoria, Sinestro. Colocou um grid de 66 carros na sua categoria, a Gold Classic no evento das Mil Milhas em Interlagos. Fantástico (O advérbio não era bem esse...)!

- Na televisão, uma mudança! O grupo de TV do Pateta mudou o nome do Fox Bola na minha grade de TV por assinatura: agora é “ESPN 4”. Eles agora tem os canais numerados de 1 a 4, tem o ESPN Extra, mas deixaram o Fox Bola 2 com o mesmo nome. Podiam voltar com o canal Speed... fica a dica!

- A notícia saiu e minha coluna já estava publicada: terça-feira da semana passada, deram um pé na bunda do anão francês do nariz torto! A Alpine demitiu o pseudo professor e jogou tudo (não preciso dizer o que...) no ventilador. O substituto deve ser Otmar Szafnauer, que saiu da Aston Martin.

- Pra fechar, um abraço para a muié do dono, pro caipira falido, pro dono do caminhão de sucata e pra os promotores de caminhões gourmet. Minha coluna da semana passada, falando sobre a volta da Fórmula Truck passou de 50 mil visualizações. Número “padrão Milton Carranca”.

Felicidades e velocidade,

Paulo Alencar