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O dia D para o futuro da Fórmula 1: porque postergar? PDF Print E-mail
Written by Administrator   
Wednesday, 02 February 2022 21:25

Caros Amigos, A história da humanidade tem várias passagens que ficaram e ficarão para sempre sendo lembradas, de geração em geração, como momentos de grandes conquistas ou grandes perdas. A chegada do homem à Lua, a descoberta do continente americano, a derrubada das torres gêmeas em Nova York...

 

Um desses momentos ficou conhecido como “o Dia D”. O dia 6 de junho de 1944 entrou para a história com a ação militar que envolveu tropas do Reino Unido, dos Estados Unidos, do Canadá e da França, atacando as forças alemãs no litoral norte da França, na região da Normandia. Maior operação militar já realizada, ela marcou o início da campanha para libertar o território noroeste da Europa ocupada pelos nazistas, mudando o rumo da segunda guerra mundial. Desde o pós-guerra, onde ocorreu este momento histórico, a sociedade ocidental passou a usar o termo “Dia D” para se referir à momentos decisivos.

 

Eu iria postergar esta nossa coluna semanal de todas as quintas-feiras em 24 horas por um bom motivo: a quinta-feira, 3 de fevereiro de 2022, foi a data que a Federação Internacional de Automobilismo determinou que concluiria a investigação sobre os fatos relativos à corrida de Yas Marina, palco da conturbada decisão campeonato mundial de Fórmula 1. No final da última semana, o secretário-geral de esportes a motor da FIA, Peter Bayer, em entrevista, deixou no ar que os dias de Michael Masi estariam contados como diretor de corrida, com o foco da investigação sendo a tomada de decisão de Masi e o tratamento da retirada do Safety Car com uma volta restante.

 

Tal admissão de uma figura sênior da FIA parece ter desencadeado uma reação do corpo diretivo da F1, que emitiu uma breve declaração no último sábado confirmando que o status da investigação permanecia inalterado. Esta atitude me leva a pensar e a partilhar com você, estimado leitor, este pensamento: o que ganha a FIA, o Grupo Liberty Media e o novo presidente da entidade, Mohammed bin Sulayem com mais um adiamento sobre este assunto tão incômodo?

 

A história da segunda guerra mundial narra que o dia para o ataque à Normandia foi alterado para ter-se uma melhor condição de desembarque e possibilidade de sucesso. A invasão deveria acontecer no dia 5 e não no dia 6, mas as condições meteorológicas obrigaram o adiamento. No caso do anúncio da decisão da FIA, porque continuar adiando o anúncio das conclusões deste processo? Não consigo crer que todos os pontos já foram analisados e que um parecer já não esteja pronto.

 

As declarações de Peter Bayer podem ter sido o motivo de mais um adiamento. Ele não apenas deixou no ar uma possível dispensa de Michael Masi do cargo de diretor de provas, mas também que os chefes de equipe não poderão mais falar com o diretor de corrida via rádio durante os eventos, com essa opção reservada – como era no passado – para gerentes de equipe e diretores esportivos (o que não mudaria muito se Toto Wolff e Christian Horner, por exemplo, tiverem seus cargos renomeados). Com isso, a reunião virtual dos executivos da FIA agendada para o dia 3 de fevereiro, dia de publicação desta coluna, deverá tratar de outros assuntos que não a Fórmula 1.

 

Uma reunião do Conselho Mundial do Esporte a Motor foi anunciada para o dia 14 de fevereiro, bem antes da data trimestral do calendário que a FIA seguia (a reunião anterior foi em Dezembro, onde Mohammed bin Sulayem foi eleito e a próxima estava agendada para 19 de março). Esta passou a ser a data da expectativa de que – finalmente – todas as questões sejam esclarecidas e as decisões dos mandatários do automobilismo apresentadas.

 

Um abraço e até a próxima,

 

Fernando Paiva