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Uma NASCAR sonolenta e uma Copa Truck emocionante PDF Print E-mail
Written by Administrator   
Monday, 14 March 2022 08:40

Olá leitores!

 

Como estão? Espero que todos estejam bem. E também espero que vocês não estejam entre aquele público que na internet reclama de outras pessoas “dando spoiler a respeito do Drive to Survive” da Netflix. Sim, isso acontece. Uma série, mostrando os bastidores de temporadas passadas (isso é, já ocorridas, que já acabaram, cujo resultado já é conhecido), com... spoilers. Ah, a inclusão digital, maldita inclusão digital... em tempo, estou satisfeito em ver que o mundo do esporte a motor começou a gerar séries e documentários para atingir as massas. Não sei se as massas estão preparadas para algo um pouco mais complexo que futebol, mas ainda assim estou satisfeito.

 

Bom, vamos ao que interessa, competições. Esse final de semana começou a temporada 2022 da Copa Truck, e o pessoal da Mercedes deve estar bem feliz com os resultados, já que das 4 corridas disputadas (2 no sábado e 2 no domingo) a marca alemã venceu 3. O sábado de sol viu na primeira corrida a vitória de Wellington Cirino, que logo na largada ultrapassou Beto Monteiro e abriu vantagem , assim permanecendo até o final. Fato que foi ajudado pelo enrosco entre Beto Monteiro, Roberval Andrade e Paulo Salustiano no único ponto claro de ultrapassagem do “técnico” circuito gaúcho. Com sua gigantesca habilidade, Monteiro ainda conseguiu se recuperar e perto do fim ultrapassou o Felipe Giaffone para terminar em 2º lugar.  A segunda corrida mostrou que para provas de curta duração contadas por tempo não faz sentido colocar um safety car (no caso, um safety Truck) na pista: com o acidente da primeira volta e o tempo necessário para limpar o local, a corrida “de verdade” durou menos de 10 minutos. Uma bandeira vermelha, interrompendo a prova, esportivamente teria sido melhor. Mas aí atrasaria a programação da TV... é, difícil. No domingo a chuva apareceu, e as condições da pista mudaram consideravelmente; entretanto, na hora da largada já haviam trechos da pista secos, o que fez algumas equipes (acertadamente) escolher pneus com sulcos menores para a largada, que ao invés das tradicionais duas filas foi feita em fila única com a justificativa da segurança. Essa foi uma prova mais movimentada, e graças ao piso molhado em alguns trechos tivemos mais alterações de posição, o que certamente foi mais agradável para o público. A vitória ficou com Roberval Andrade, que conseguiu uma confortável vantagem de praticamente um segundo e meio sobre Beto Monteiro, que por sua vez teve monstruosos mais de 10 segundos para o restante do pelotão, liderado por Paulo Salustiano, o 3º colocado. A última corrida do final de semana já começou com pedaços de fibra espalhados pela pista: após a primeira tentativa de largada ser abortada por falta de um alinhamento minimamente aceitável por parte dos pilotos, na segunda tentativa a pole Débora Rodrigues não conseguiu tracionar tão bem quanto o pessoal que veio atrás, e na tentativa de manter sua posição freou muito tarde e acabou se enroscando com Paulo Salustiano (que largou muito bem) e Luiz Lopez. Quem agradeceu isso tudo foi Cirino, que assumiu a liderança, e Beto Monteiro, que após terminar 2 vezes em segundo lugar queria uma vitória para chamar de sua em Santa Cruz do Sul. Pois bem... ele tentou. Tentou bravamente. Tentou com muito empenho. Mas a experiência e competência de Cirino, ajudadas pelo traçado “técnico” que só possui um ponto claro de ultrapassagem, fizeram ele não ser bem sucedido no seu empenho. Quase nove segundos atrás, Paulo Salustiano terminou em 3º lugar. Com esses resultados, Cirino e Roberval saem empatados em pontos, com Monteiro bem perto deles. Se a temporada toda for nesse patamar de competitividade, o público estará bem servido.

 

A NASCAR foi para a pista da decisão do campeonato para mais um sonolento espetáculo propiciado pelo carro da nova geração. Pelas informações que andei lendo, aparentemente a solicitação foi que fizessem um carro mais difícil de dirigir, para que – em tese – o público tivesse mais emoções durante a corrida. Bom, funcionou em parte; o tédio, afinal, não deixa de ser uma emoção. O fato é que, aparentemente, os carros ficaram mais difíceis de pilotar do que os pilotos conseguem lidar, e então não se arrisca mais em tentativas de ultrapassagem, as corridas tendem a se tornar uma procissão pelo Caminho de Santiago, com algumas bandeiras amarelas provocadas por um estouro de pneu ou uma batida no muro fruto de alguma tentativa de retirar um pouco mais do rendimento do carro. Eu diria que na corrida da NASCAR desse domingo o maior vitorioso fui eu, que consegui não dormir a prova toda. A categoria está parecendo a Fórmula Um naqueles tenebrosos anos antes da adoção do DRS, quando – literalmente – se tinha no máximo 4 ultrapassagens por corrida. Eu, se vivesse nos EEUU como a chefe Catarina, além de já ter me naturalizado estaria batendo bumbo pelo retorno dos carros da temporada passada. Como a NASCAR não é lerda como a FIA pra fazer mudanças, espero que elas venham logo. Ao menos a bandeira amarela perto do fim da corrida movimentou um pouco as coisas e nos presenteou com um novo vencedor: Chase Briscoe, com seu Mustang (que na atual carroceria da categoria parece ter uma frente de Nissan GT-R R35 enxertada), conquistou sua primeira vitória na categoria principal. Atrás dele, mais dois pilotos que merecem muito uma vitória, Ross Chastain em 2º (Chastain, por sinal, fez uma corrida belíssima) e Tyler Reddick em 3º. O piloto que mais liderou voltas nessa corrida, Ryan Blaney, teve de se contentar com a 4ª posição e o Top-5 foi encerrado pelo experiente Kurt Busch trazendo mais um bom resultado para a equipe de Michael Jordan.

 

Agora é aguardar a primeira corrida da temporada da Fórmula Um no próximo fim de semana, pra ver qual dos caminhos aerodinâmicos seguidos vai se tornar o melhor.

 

Até a próxima!

 

Alexandre Bianchini

 

 

Nota NdG: Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do site Nobres do Grid.