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Charles Leclerc - Pés no chão e a cabeça no título PDF Print E-mail
Written by Administrator   
Sunday, 13 March 2022 18:28

Olá fãs do esporte a motor,

 

Depois de duas rodadas de três dias de testes pré-temporada para a Fórmula 1, está tudo pronto (ou quase) para a abertura do campeonato mundial mais esperado dos últimos tempos.

 

Depois de toda a confusão do final da temporada, da demissão do diretor de provas, do silêncio de Lewis durante as férias de inverno (leiam – ou releiam – a minha coluna de janeiro), os projetos dos novos carros – uau, quantas surpresas – e das primeiras voltas dadas, os meus pacientes todos tiveram sessões comigo (hoje tenho 8 dos 20 pilotos do grid como pacientes regulares) e foi difícil escolher quem seria o personagem da coluna deste mês.

 

Eu tenho uma paixão enrustida pelos dois pilotos da Ferrari. Charles Leclerc, que é meu paciente, é um verdadeiro Príncipe. Ele é uma elegância, uma educação, um inglês perfeito (e como é cheiro, Deus do céu) e sempre entra “desarmado” nas nossas sessões. Carlos Sainz Jr. não é meu paciente, mas ele tem algumas coisas que me impressionam. Ele tem “cara de homem”, não de menino e um olhar de toureiro (o pai dele era – e é – conhecido como El Matador), mas daqueles de matar o touro só de olhar! São uma dupla muito forte.

 

 

Na sessão que tive com Charles na segunda-feira, alguns dias antes de todos retornarem à pista, ele estava muito tranqüilo. Lembrou que quando conseguiu trocar a Alfa Romeo pela Ferrari no final de 2018, um sonho havia se tornado realidade. Ele esperava poder disputar o título com a Ferrari, mas logo percebeu que a Mercedes ainda estava muito distante. Depois, com a punição da Ferrari pelo motor irregular, ficou mais distante ainda e neste meio tempo, a Red Bull havia crescido.

 

A mudança no regulamento para a temporada 2022 foi a chance que ele e a Ferrari teriam para mudar o balanço de forças. Depois de duas vitórias e 13 pódios, era hora de poder sonhar mais alto. E o trabalho que a equipe fez ao longo de 2021 e no período do inverno deixou Charles não apenas esperançoso, mas impressionado com o espírito de competitividade na fábrica de Maranello. É como se a equipe tivesse renascido depois do baque sofrido em 2020.

 

 

Quem olha a expressão quase sempre tranquila no rosto de Charles, não enxerga o vulcão a ponto de explodir que ele traz dentro dele. A preparação mental é tão ou mais importante que a preparação física e Charles sabe disso, que não basta estar fisicamente e aquilo – teoricamente – o deixar pronto a ser capaz de extrair o máximo do carro. Esta resposta só vem com a preparação mental e ele sabe que tem um duro adversário, alguém extremamente forte neste sentido, dentro de seu próprio box: Carlos Sainz Jr.

 

Charles sabe que ele e Carlos tem – ambos – plena consciência de que só conseguirão levar a Ferrari para o topo se trabalharem juntos no processo de desenvolvimento do carro, mas também sabe que o espanhol é um adversário duro, rápido e que não dará chances para ele levar qualquer tipo de vantagem. E um processo de competição que precisa ser saudável, para que a disputa ajude e não prejudique a equipe.

 

 

Nos últimos dois anos, a Ferrari não venceu corridas (a última vitória veio com Sebastian Vettel no GP de Singapura de 2019). Mesmo assim, Charles acredita que a escuderia conseguiu ser competitiva em 2021, e os treinos pré-temporada ele chamou de “promissores”. Ele chegou a confidencializar algumas coisas sobre o que realmente a equipe havia testado, mas esta parte ele pediu não para que não fosse divulgada – e isso eu sou obrigada a respeitar.

 

Apesar de muito jovem, Charles não é um piloto inexperiente. Os pilotos que chegam hoje na Fórmula 1 não são mais “meninos encantados com o sonho que se torna realidade”. Eles vem se preparando com trabalhos de coaching direcionado aos passos seguintes desde a Fórmula 3, no mínimo. Quando já não iniciam este processo ainda como kartistas caso façam parte de alguma academia de formação de pilotos de alguma equipe da Fórmula 1.

 

 

Charles tem os dois pés no chão e não acredita que a Ferrari possa vir a ser, em 2022, a equipe dominadora do campeonato, mas crê na possibilidade de um equilíbrio entre as principais equipes e, isso acontecendo, algumas vitórias e uma obrigatória regularidade poderão ser o caminho para a conquista do campeonato.

 

Beijos do meu divã,

 

Catarina Soares 
Last Updated ( Tuesday, 15 March 2022 18:47 )