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A mutilação da criatividade PDF Print E-mail
Written by Administrator   
Wednesday, 16 March 2022 20:56

Caros Amigos, Apesar de ser formado na área das ciências exatas, onde buscamos processos lógicos e através de cálculos precisos apresentar a explicação para praticamente tudo, ainda somos seres humanos e, como seres humanos, não vivemos apenas da lógica e do cálculo.

 

Como seres humanos que somos, é preciso equilibrar a lógica e as humanidades. Não apenas os estudos sobre as ciências humanas, mas também nos libertarmos e nos deixarmos levar pelas artes, seja a música, a pintura, o desenho, a escultura, a poesia... tudo aquilo que possa tocar nossos sentimentos.

 

Na história da humanidade, um homem em particular conseguiu, talvez, a mais perfeita fusão e equilíbrio entre as humanidades e a lógica do cálculo: Leonardo da Vinci. Este grande gênio da história da nossa civilização conseguia unir em suas obras a precisão que um engenheiro, um calculista consegue extrair dos números. Mas Leonardo da Vinci não foi o único artista a se superar em sua capacidade de encontrar soluções que fundissem a arte e a precisão matemática.

 

A genialidade de descobrir coisas que nenhum outro ser humano pensou antes e tentou fazer acontecer também pode ser trazida para a temática dessas nossas semanais de todas as quintas-feiras. Ao longo da história do esporte a motor como em geral, do automobilismo em particular e mais especificamente da Fórmula 1 e seus projetistas foram pródigos em criar verdadeiras obras de arte para fazer dos carros que projetaram os dominadores da categoria.

 

Como não se maravilhar com as obras de arte produzidas por Colin Chapman, desde o carro com o chassi em forma de cunha, o modelo 72, que deu o título – póstumo – a Jochen Rindt e o primeiro campeonato mundial de Emerson Fittipaldi. O conceito de suspensão revolucionária das vitórias em Indianápolis, nos anos 70, o fantástico carro asa e o uso do chamado “efeito solo” e o Lotus 88, o carro sem aerofólios que não teve autorização para competir.

 

Colin Chapman e suas ideias revolucionárias fizeram escola e diversos projetistas seguiram seu caminho buscando formas de criar as soluções mais eficientes para seus carros. Patrick Head, Rory Bryne, Adrian Newey são apenas alguns dos que se seguiram ao protagonista Colin Chapman. Mas desde os anos 80, quando o próprio Chapman foi vítima do “engessamento” das regras na criação dos carros da categoria, a Fórmula 1, este expediente, sob a justificativa de regrar a categoria, vem impedindo há tempos que a criatividade e a genialidade seja incentivada.

 

A equipe Mercedes nos últimos anos tornou-se protagonista – e vitima – de sua inventividade. O primeiro caso foi o do DAS, o recurso que alterava cambagem das rodas dianteiras que era algo que não constava em regulamento e que acabou “autorizado apenas para aquela temporada”. Este ano todos foram surpreendidos com o carro praticamente sem volumes laterais ao cockpit e um “suporte de espelho retrovisor” que, assim como o DAS, ficou “aprovado por uma temporada”.

 

Lamentavelmente, na necessidade de regulamentarem a categoria, estão matando a criatividade de projetistas e engenheiros. Leonardo da Vinci teria lugar na Fórmula 1? Provavelmente não.

 

Um abraço e até a próxima,

 

Fernando Paiva

 
Last Updated ( Thursday, 17 March 2022 19:19 )