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Domingo de corridas espetaculares na F1, WEC, IMSA, IndyCar, NASCAR, MotoGP e Stock Car PDF Print E-mail
Written by Administrator   
Monday, 21 March 2022 08:58

Olá leitores!

 

Assim como eu estava com saudades das temperaturas civilizadas aqui onde moro, estava com saudades de um domingo com tantas corridas que ficasse difícil acompanhar tudo ao mesmo tempo. Que sensação deliciosa! Foram tantas as corridas que nem mesmo comentarei a respeito da Stock Car, haja vista que – segundo informações que obtive – na terça-feira teremos comentários tecidos a respeito da corrida por quem esteve in loco no meio da torcida acompanhando a etapa, assim sendo não estragarei a surpresa... mas não posso deixar de dar os parabéns ao Rubens Barrichello, que “varreu” a etapa e alcançou um feito poucas vezes alcançado nessa era de corridas duplas em sequência da Stock. Muito bom ver Rubinho em um dia inspirado.

 

Comecemos com o IMSA, campeonato que promoveu ainda na sexta-feira a tradicionalíssima prova de 12 Horas de Sebring, pista exigente tanto para pilotos como para carros. Ali a suspensão do carro chora e a mãe (ou, no caso, o projetista da peça) não vê. Lá o sistema é bruto. Evidentemente, numa situação como essa, aqueles com mais experiência acabam se sobressaindo, e o pódio na DPi consistiu numa trinca de Cadillac. Em 1º chegou o carro #02 da equipe comandada por Chip Ganassi, dirigido pelo ótimo trio Earl Bamber/Neel Jani/Alex Lynn, que nas mãos de Bamber no trecho final da prova superou 2 choques com outros competidores e 1 drive-through para subir ao degrau mais alto do pódio. Na 2ª posição ficou o carro #5 de Loic Duval/Tristan Vautier/Richard Westbrook, pouco mais de 6 segundos atrás do líder. Nem Westbrook nem Vautier (que fez o trecho final) conseguiram capitalizar os incidentes nos quais se enfiou Bamber nos últimos 75 minutos de corrida, já que estavam controlando o combustível no final da corrida para não ter pane seca ou precisar fazer um splash-and-go, e portanto a segunda posição foi mais do que merecida. No degrau mais baixo do pódio nosso velho conhecido carro #31 da Action Power, com Mike Conway/Pipo Derani/Tristan Nunez, com o brasileiro sendo o responsável por levar o carro no trecho final. Os carros da DPi percorreram 351 voltas em 12 horas, estabelecendo um novo recorde de voltas para a categoria nessa prova. Na LMP2, assim como nos 2 anos anteriores, a vitória ficou com o carro #52, dessa vez pilotado por Scott Huffaker/Mikkel Jensen/Ben Keating, dando à equipe PR1 Mathiasen sua 5ª vitória na categoria nos últimos 10 anos. Na LMP3 tivemos a presença de Felipe Fraga, mas infelizmente o carro teve de abandonar ainda na volta 94. Entre os GTs, uma prova muito, mas muito movimentada, com disputas de posição acontecendo deste a ponta da classificação até o pessoal do fundão. Na GTDPRO, vitória do Corvette C8.R #3 de Nicky Catsburg/Antonio Garcia/Jordan Taylor, com o Lamborghini Huracán #63 em 2º e o Mercedes-AMG #97 na 3ª posição. Entre os GTD, vitória do Ferrari 488 #47, quase 50 segundos à frente do Mercedes-AMG #32, com o Ferrari 488 #21 da tradicional AF Corse em 3º.

 

E se as 12 Horas de Sebring aconteceram sexta-feira, o motivo foi que no sábado tivemos... as 1000 Milhas de Sebring, dessa vez pelo WEC. Verdade que a corrida teve de ser encurtada por conta da aproximação de uma tempestade de raios que ameaçou seriamente o que seria a última hora da corrida... como nos EEUU eles levam essas tempestades de raios muito a sério, a bandeira vermelha foi acionada. E a Alpine conseguiu comemorar um pouco antes sua vitória na classe Hypercar, com o trio Nicolas Lapierre/André Negrão/Matthieu Vaxiviére conduzindo o carro #36 sem erros e assim obtendo a vantagem sobre o Toyota #8, que pagou o preço pelos erros durante a longa e exigente corrida terminando em 2º, e a grata surpresa de ver o carro #708 da Glickenhaus obter seu primeiro pódio ao terminar em 3º lugar. Na LMP2, vitória do carro #23, na LMGTE-Pro o Porsche #92 terminou pouco mais de 9 segundos à frente do Corvette #64, e na LMGTE-Am o Aston Martin #98 se sobressaiu perante os demais carros. Novamente, uma corrida cheia de disputas da LMP2 pra baixo... pena que a Hypercar por enquanto não tem quórum suficiente para vermos grandes disputas entre eles. Embora o BOP do WEC tenha colocado os LMP2 andando perto dos Hypercar, ainda não dá pra ver grandes aventuras dos LMP2 em busca da vitória na Geral.

 

O Mundial de Motovelocidade foi até a Indonésia para correr na bela pista construída em Mandalika... e aparentemente foi contratada uma empreiteira brasileira para tocar a obra. Ora, em um país que quando chove dificilmente a chuva vem em pequena quantidade, como que fizeram uma pista com... problemas de drenagem? Enfim, problemas de terceiro mundo. Na Moto3, Dennis Foggia não deu chances pro azar e levou a bandeira italiana ao lugar mais alto do pódio na Indonésia novamente, 25 anos após um certo Valentino Rossi fazer isso... em 2º chegou Izan Guevara, com Carlos Tatay completando a festa no pódio. O brasileiro Diogo Moreira teve problemas antes da largada, teve de largar do fundo do pelotão, e acabou abandonando a corrida após poucas voltas. Na Moto2 tivemos a oportunidade de conhecer o hino da Tailândia, com a vitória do Somkiat Chantra, mais um dos talentos garimpados pela Honda no sudeste asiático, que venceu em condições de pista difíceis, com o temporal de raios se aproximando e as gotas tornando a pista escorregadia. Celestino Vietti chegou em 2º, logo à frente do seu principal rival nesse começo de temporada, Aron Canet, que teve de se contentar com o 3º lugar. E evidentemente os céus desabaram entre a corrida da Moto2 e a da MotoGP, com raios caindo no asfalto da área de escape da pista e tudo mais de direito. Assim sendo, a corrida teve um considerável atraso, e quando finalmente a largada foi dada vimos um desempenho monumental do português Miguel Oliveira, que já na largada pulou de 7º para 2º lugar, pouco depois ultrapassou o pole position e então líder Quartararo, e assumiu a liderança com segurança e convicção. Lentamente foi ampliando a vantagem, enquanto mais lá atrás o pessoal se enfrentava em belas trocas de posições. Ao cabo da corrida, vitória mais do que justa para Oliveira, com Quartararo conquistando um 2º lugar absolutamente justo e com Zarco completando o pódio com sua Ducati da Pramac. O motivo de preocupação do final de semana foi o espetacular tombo levado por Marc Márquez, que destruiu a moto e se levantou após a queda... um tanto quanto zonzo, mas se levantou. Posteriormente os exames no hospital mostraram uma concussão cerebral que impediu que ele largasse, acrescentando mais um drama na história da recuperação do #MM93 após a fratura... agora vamos ver se está pronto pra outra até a Argentina.

 

A Fórmula Um iniciou sua temporada 2022 com uma corrida das mais interessantes para o espectador, mostrando que o novo regulamento realmente melhorou a competição, permitindo ao piloto que vem atrás percorrer as curvas bem mais próximo do carro adiante. Dessa maneira, vimos disputas de posição com frequência bem maior que nas temporadas anteriores. Aparentemente também os pilotos se acostumaram rápido com a nova realidade da ausência de conversas entre direção de prova e equipes. Agora a direção comunica algo e cabe à equipe obedecer (ou não), na primeira etapa foi tranquilo, vamos ver no final do ano, com campeonato em processo de decisão, como será esse relacionamento... falando em campeonato, quem começou com o pé direito a temporada foi a Ferrari: carros largando em 1º e 3º lugares, terminou a prova com dobradinha nos dois primeiros lugares, e acho pouco provável que o resultado fosse diferente se os carros da Red Bull não quebrassem no final. Sainz tinha ritmo no fim para passar Verstappen mesmo que o defeito que levou ao abandono se manifestasse apenas após a bandeirada. E com a conquista do ponto extra pela melhor volta da corrida (que foi de Leclerc), a Ferrari sai do Bahrein com o máximo de pontos possíveis conquistados. As gratas surpresas desse início de temporada foram a Alfa Romeo (que pontuou com seus dois carros, Valtteri Bottas em um grande 6º lugar e o estreante Zhou Guanyu em sua primeira corrida terminou em 10º, marcando seu primeiro ponto na categoria) e a Haas, que ao mesmo tempo em que Mick Schumacher não passou do 11º lugar teve Kevin Magnussen (que veio substituir Mazepin, afastado por conta da guerra russo-ucraniana) em um excelente 5º lugar. Pelo jeito a pequena Laura deu sorte ao papai Kevin, e espero que aquela pessoinha rosada e bochechuda apareça mais vezes nos boxes durante a temporada. Em compensação o vexame total ficou com a McLaren, que não apenas fez um carro com pintura de gosto discutível como um carro que não anda o quanto os pilotos podem andar. Terminaram em 14º (Ricciardo) e 15º (Norris), numa performance que não era vista desde o primeiro ano da volta do motor Honda. Os carros da Williams e da Aston Martin também não andaram bem, mas ao menos a pintura deles é bonita... quem continua com sorte, muita sorte, é Lewis Hamilton: quando parecia que a temporada iria começar com um pífio (para uma equipe que dominou quase tudo na última década) 5º lugar, os 2 carros da Red Bull que estavam na frente dele apresentaram problemas, e ele conseguiu se juntar à dupla da Ferrari no pódio com um 3º lugar. Russell, nitidamente com vontade de se demonstrar um bom segundo piloto, comboiou Hamilton para terminar em 4º. Agora vamos ver na Arábia Saudita, pista com características completamente diferentes, como serão as coisas semana que vem. Por enquanto, grazie Ferrari!

 

A Indycar foi fazer mais uma corrida numa daquelas pistas preparadas especificamente para a NASCAR, com aquele composto usado em pistas de arrancada – e que favorece bastante as corridas da NASCAR – atrapalhando os monopostos da Indy e fazendo uma prova marcada pelas filas indianas. Não fossem as quebras mecânicas e os choques no muro, a corrida teria sido muito, mas muito tediosa. Quem saiu bravo foi Hélio Castroneves, atingido pelo estreante Devlin DeFrancesco e que saiu gesticulando muito para o adversário e pros fiscais que foram retirar ele do local... ao menos o final da corrida foi de alto nível, com Josef Newgarden passando seu companheiro de equipe (e atual líder do campeonato) Scott McLaughlin a poucos metros da linha de chegada, diferença de 66 milésimos de segundos que fez com que Newgarden conquistasse a 600ª vitória da Penske somando todas as categorias da qual ela participa ou participou. Isso acabou levando à inusitada cena de Roger Penske premiando o piloto no “Winners Circle” com 600 dólares, cena típica do automobilismo americano... dos anos 50, não da atualidade. O Top-5 foi composto por Marcus Ericsson em 3º, Will Power em 4º e Scott Dixon, o melhor dos pilotos com motor Honda, em 5º. Destaque para o 6º colocado, Jimmie Johnson, em sua melhor posição de chegada desde a mudança para os monopostos de rodas descobertas. Talvez o conhecimento de uma pista em que ele venceu tantas vezes na NASCAR tenha ajudado...

 

Por falar em NASCAR, foram para Atlanta correr em uma pista completamente reformada, com inclinações de curvas dignas de superspeedways... e nessa pista em particular, a corrida não foi tão entediante como as anteriores. Será que o carro da nova geração só propicia disputas em pistas com mais de 20° de inclinação nas curvas?? Isso pode ser um problema... bom, enfim, o importante é que a corrida foi muito boa, com direito a um final digno de Talladega. E com punições estilo Talladega: por conta da inclinação aumentada, a parte interna da pista possui aquela dupla faixa amarela, que não deve ser ultrapassada, principalmente em manobras de ultrapassagem. Pois bem, na última volta Christopher Bell, na tentativa de ultrapassar Ross Chastain, foi pra cima da tal linha. Como Bell não tinha um Michael Masi pra passar o pano pra ele, foi punido e terminou em 23º na classificação oficial da corrida. A vitória ficou com William Byron, que fez as 10 últimas voltas praticamente em ritmo de classificação e conseguiu manter aquele grande pelotão que tentava arrancar a vitória das mãos dele sob um relativo controle. Com Chastain terminando em um merecido 2º lugar, o 3º foi ocupado por Kurt Busch, trazendo mais um ótimo resultado pra equipe, em 4º chegou Daniel Suárez e fechando o Top-5 apareceu... Corey LaJoie. Sim, vocês não leram errado. E a gente, em 2020, achando inocentemente que o mundo voltaria ao normal em 2022...

 

Até a próxima!

 

Alexandre Bianchini

 

 

Nota NdG: Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do site Nobres do Grid.