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A sabedoria oriental e o desafio dos promotores de corridas PDF Print E-mail
Written by Administrator   
Wednesday, 23 March 2022 21:57

Caros Amigos, Acredito que meus estimados leitores já ouviram – ao menos uma vez – a expressão “uma imagem vale mais do que mil palavras”.

 

Esta expressão é mais antiga do que se imagina: tem algo em torno de 2.500 anos. Ela é uma das diversas expressões sobre o pensamento e o comportamento humano difundida pelo pensador político e filósofo Confúcio (Chiu Kung era seu verdadeiro nome) viveu entre 552 e 479 a.C, e ficou conhecido como o Mestre Kung, devido aos seus sábios provérbios.

 

Quando Confúcio sugere que “uma imagem vale mais que mil palavras”, este está se referindo ao uso dos ideogramas, tidos como formas de comunicação simbólicas que, quando unidos, formavam imagens que expressavam muito mais do que palavras, mas também conceitos completos e complexos. Na cultura ocidental, em particular no seguimento de publicidade e propaganda, no sentido de ser a comunicação visual muito mais apelativa e explicativa do que a descrição ou narração de fatos. Entretanto, o estudo da semiótica é crucial para a interpretação e analise das imagens como transmissoras de mensagens, conceitos e informações.

 

A imagem e seu poder serão o tema desta nossa conversa semanal, na qual buscarei fugir do tema por demais explorado da abertura do campeonato mundial de Fórmula 1, onde aqui no Site dos Nobres do Grid foi abordado de forma excelente pelos colunistas Alexandre Bianchini e Luiz Carlos Lima. Apesar de ter assistido – e gostado muito – da corrida, inclusive precisando fazer uso da minha garrafa de oxigênio, não retive meus olhos apenas neste evento do domingo.

 

Em seguida à Fórmula 1, consegui assistir boa parte da corrida da Fórmula Indy, na TV Cultura, antes de voltar para a TV Bandeirantes e assistir a Stock Car. Corridas excelentes, com pilotos de altíssimo nível, ambas sob uma organização impecável e possuidoras de fortes patrocinadores, tanto do evento quanto das equipes e dos próprios pilotos, com promotores que sabem como produzir um evento de competição automobilística.

 

Em Goiânia, o – quase – cinquentão, Rubens Barrichello, foi o dominador do traçado externo desde o sábado, fazendo a pole position e, no domingo, foi imparável para conquistar as duas vitórias, mesmo saindo da 10ª posição na segunda corrida com o grid invertido. No Texas Motor Speedway, Nas voltas finais o bicampeão da categoria, Josef Newgarden, tomou a liderança do seu jovem companheiro de equipe, Scott McLaughlin para vencer, na corrida em que – finalmente – o heptacampeão da NASCAR – Jimmie Johnson conseguiu andar entre os mais rápidos e terminou em 6º lugar.

 

A festa de sempre para os vencedores e a emoção de ambos – assim como de quem obteve uma vitória pessoal como Johnson – não foi nada contida. O ponto em questão está na quantidade de pessoas que presenciaram estes eventos. Os autódromos de Goiânia, no Brasil, e no oval de 1,5 milha de Fort Worth no Texas, estavam praticamente vazios diante da capacidade de público que ambos os espaços possuem e a quantidade de pessoas presentes.

 

Goiânia estava com sol e calor, como quase sempre, mas não com uma temperatura escaldante, algo próximo dos 30 graus, não seria nada que pudesse desestimular o público goiano a comparecer no Autódromo Ayrton Senna. Talvez o grande desestímulo fosse o valor do ingresso – cem reais – e os custos de bebida e alimentação, que neste tipo de eventos são sempre elevados. Felizmente a organização não fez nenhum release com números artificialmente multiplicados. As imagens da transmissão não negam (foi feita uma tomada aérea por drone pouco antes da largada).

 

Nos Estados Unidos, as gigantescas arquibancadas para 181 mil pessoas recebeu um público em torno de 5.000 pessoas. Não faltaram “motivos para tentar justificar” a ausência de torcedores. As opiniões foram sobre porque a multidão era quase inexistente foram as mais diversas: Alguns atribuíram ao jogo de basquete da NCAA. Outros apontaram os indicadores para a Fórmula 1, com o final do Grande Prêmio do Bahrain acontecendo momentos antes da largada da Xpel 375. Era o primeiro dia da primavera que foi citado como motivo para alguns texanos abrirem mão da corrida e desfrutarem da Mãe Natureza. No aspecto divino, definir o horário de início por volta das 11:30, antes do final dos eventos religiosos – e o Texas é um estado muito religioso – colocou o promotor em conflito direto com Deus e esse, não tem como nós, humanos, superar.

 

Um autódromo vazio é uma péssima apresentação que um promotor de evento passa àqueles que investiram para expor suas marcas. Ao levar um evento para um autódromo, o promotor aluga aquele espaço por pelo menos 10 dias, onde suas equipes vão preparar a apresentação do evento para o público e para as televisões. O fracasso promocional na bilheteria é algo embaraçoso em todos os sentidos imagináveis e os promotores, tanto da IndyCar e da VICAR precisam encontrar respostas para o que ocorreu, tanto lá quanto cá.

 

Um abraço e até a próxima,

 

Fernando Paiva

  
Last Updated ( Friday, 25 March 2022 08:27 )