Alô galera que lê os Nobres do Grid... Salve Jorge! Nesse final de semana tivemos apenas as corridas da FIA Fórmula 2, mas durante a semana tivemos muita agitação, dentro e fora das pistas, na Europa e nos Estados Unidos, com ótimas notícias. Começando pelo anúncio de Bruna Tomaselli para sua segunda temporada na W Series, a categoria feminina da FIA. Após um ano de aprendizado nos circuitos da Europa, onde a maioria das suas adversárias já competiam, a representante brasileira tem pela frente alguns dos circuitos em que correu no ano passado e algumas corridas serão em circuitos onde a categoria nunca esteve como Suzuka, COTA (desde que o contrato seja fechado) e Cidade do México. Enquanto Bruna Tomaselli trabalha na sua preparação para a temporada 2022, outros pilotos de outras categorias foram para a pista esta semana. Em Barcelona, os pilotos da Fórmula Regional Europeia treinaram em Barcelona e nossos representantes, Gabriel Bortoleto (R-Ace) e Eduardo Barrichello (Arden), junto com outros 38 pilotos treinaram por dois dias no circuito de Barcelona e nossos pilotos estiveram sempre entre os 10 primeiros, um bom sinal para a temporada. Se em Barcelona tivemos 40 pilotos treinando, a Tattus, fabricante dos chassi da FIA Fórmula 4 fez um mega teste pré-temporada em Spa-Francorchamps com nada menos que 60 carros com competidores que participarão de campeonatos em diversos países. Três brasileiros estiveram na pista: Rafael Câmara (Prema) obteve o 7° melhor tempo. Emerson Fittipaldi Jr. (Van Amersfoort Racing) fez o 12° tempo e Ricardo Gracia ficou com a P40. Nos Estados Unidos, os pilotos da PRO2000 estiveram no Barber Motorsport Park, no estado do Alabama, e onde teremos a próxima etapa do campeonato no final do mês de abril, para dois dias de treinos. Francisco ‘Kiko’ Porto andou forte no traçado de 2,3 milhas e 17 curvas do percurso. Nas quatro sessões, Kiko Porto andou sempre entre os primeiros. FIA Fórmula 2 Os pilotos encontraram uma pista com muito vento e muita areia, o que trouxe ao treino livre um desafio extra e fazer com que os carros tivessem uma boa aderência. Como era esperado, alguns pilotos erraram e acabaram batendo e isso criou um outro problema em função da inexistência de áreas de escape na maioria do percurso. Com carros batidos e na pista, a direção de prova teve que acionar a bandeira vermelha e interromper o treino. Com grande parte dos 45 minutos previstos sob bandeira vermelha (no treino livre o cronômetro não para) todos deram menos voltas do que gostariam e a capacidade de adaptação às condições da pista e nisso, Felipe Drugovich mostrou ser um piloto diferenciado e marcou o melhor tempo. Enzo Fittipaldi também foi bem e cravou a P10, mesmo com todas as limitações da Charouz. Depois do treino livre 1 da Fórmula 1 os pilotos foram para os 30 minutos de treinos classificatórios. As primeiras voltas mais rápidas só vieram depois de 7 minutos de treino e os brasileiros estavam bem, com Felipe Drugovich na P2 e Enzo Fittipaldi na P10, mas os tempos continuaram baixando depois da primeira volta mais rápida. Alguns pilotos chegaram a dar a segunda volta. Com isso Drugovich caiu pra P5 e Fittipaldi para P15 quando o treino foi interrompido com bandeira vermelha por um princípio de incêndio no carro de Theo Pourchaire com 18m33s na regressiva. Todos voltaram para os boxes. Depois de 20 minutos de trabalho a pista foi liberada e os pilotos começaram a ir para a pista. Isso embaralhou as estratégias e o que normalmente acontece, com os carros fazendo aqueles ajustes depois do primeiro stint. Alguns pilotos foram para o ataque ao cronômetro e nisso uma outra rodada e batida forte, desta vez com Logan Sargeant, provocando outra bandeira vermelha e o tempo parado com 12m19s na regressiva. Enzo Fittipaldi caiu para 16° e Felipe Drugovich continuava na P5. Foram mais 15 minutos para a liberação da pista e com 12 minutos para o fim do treino, todos foram para pista tentar melhorar seus tempos para o grid do domingo. Faltando 7 minutos Fittipaldi subiu para a P12. Muitos melhoraram suas voltas e Drugovich caiu pra P13, com Fittipaldi na P14 e, com 4m57s para o fim, tivemos a terceira bandeira vermelha, mas sem carros acidentados. O medical car deu uma volta na pista e retornou aos boxes. Os 5 minutos finais seriam cruciais para tentar fazer tempo e Felipe Drugovich foi logo pra pista e fez uma volta simplesmente espetacular. Com o cronômetro zrerado alguns pilotos ainda vieram marcando tempo, mas ninguém conseguiu tirar a pole do Brasileiro da MP. Enzo Fittipaldi tentou melhorar seu tempo, mas ficou apenas em 16°. Com o grid invertido para o sábado, na corrida curta ele largaria na P10. Na tarde do sábado (horário de Jeddah) tivemos a corrida 1, com sol e calor para as 20 voltas da corrida “Sprint”, Felipe Drugovich, com o grid invertido, largando na P10 e Enzo Fittipaldi na P14 por conta de pilotos que foram punidos após o final da classificação e com uma ‘baixa’ no grid sem a presença de Cem Bolukbasi que não teve como alinhar depois do acidente no treino da sexta-feira, proibido pelos médicos. Importante para os brasileiros evitarem acidentes nas primeiras curvas. Depois da volta de apresentação e de retornarem ao grid, com o apagar das luzes vermelhas, Felipe Drugovich e Enzo Fittipaldi conseguiram evitar problemas e após as primeiras curvas eram o P10 e P15, respectivamente. No completar da primeira volta Drugovich ganhou a P9. Já na 2ª volta, Amauri Cordell bateu sozinho e ficou atravessado na pista, chamando o safety car. Com a demora dos trabalhos já conhecida, um bom tempo de corrida foi perdido. A bandeira verde só veio na abertura da volta 7 e já teve pancada na reta com a relargada e o safety car veio para a pista novamente. Felipe Drugovich e Enzo Fittipaldi ganharam uma posição. A direção de prova se atrapalhou e Dennis Hauger passou pelos pits e perdeu 11 posições e, por erro da direção de corrida, ainda foi punido com um “stop and go” de 10s. Erradamente (para mim), não pararam a corrida com bandeira vermelha e não fazerem a procissão que assistimos. A nova bandeira verde só veio na abertura da volta 14 e Felipe Drugovich tomou a posição de Ralph Boschung, subindo para a P7. Enzo Fittipaldi subiu para 13º com a punição pra Dennis Hauger. Na volta seguinte Drugovich Passou Marcus Armstrong e foi pra cima do Ayumu Iwasa pela P5 e com o DRS tomou a posição do japonês. Mas tinha 2s de distancia para o P4. Enzo Fittipaldi vinha na P13 num pelotão compacto do P11 ao P15. Na volta 18 Marcus Armstrong rodou sozinho, ficou parado na pista e foi acionado o safety car virtual. Enzo Fittipaldi subiu pra P12. Como não tinham que fazer limpeza de pista, ainda tivemos a última volta em bandeira verde... e Felipe Drugovich, que tinha tirado a diferença para Williams atacou e ganhou a P4 e se tivesse mais corrida, ele chegava nos pilotos que brigavam pela P2, Jake Hughes e Juri Vips. Enzo Fittipaldi ficou preso naquele pelotão do meio e com o perigoso Roy Nissany à sua frente. Após a corrida três pilotos foram punidos (Jake Hughes, Jack Doohan e Ralph Boschung). Com as punições, Felipe Drugovich herdou a P3 e Enzo Fittipaldi a P10. No final da tarde do domingo (horário local), os pilotos voltaram para a pista e teriam pela frente a “feature race”, com 28 voltas e a parada obrigatória para troca de pneus. Felipe Drugovich, depois da grande corrida do sábado, largando na pole position, precisaria da estratégia perfeita em uma corrida que potencialmente seria acidentada. Enzo Fittipaldi largaria na P15 e correria para repetir a corrida de recuperação do sábado. Após a volta de apresentação e o realinhamento dos carros nas suas posições de largada... e não apagaram-se as luzes vermelhas! A largada foi abortada e deram uma volta extra, com uma volta menos no total por um problema com um piloto no grid. Dada a largada, Felipe Drugovich largou muito brm, tomou liderança e abriu um pouco para Richard Verschoor. Enzo Fittipaldi foi cauteloso e caiu para 16°, mas recuperou a P15 no final da primeira volta. Drugovich e Verschoor iam abrindo do P3, Liam Lawson, que abria de Marcus Armstrong, o P4. o holandês estava atacando o brasileiro com o uso da asa móvel, mas Drugovich ia se segurando e não perdia tempo para o P3. Enzo Fittipaldi ganhou pais uma posição, subindo para 14° em um pelotão que do 9º ao 17º. As paradas começaram na volta 8 e as estratégias iriam fazer a diferença. Felipe Drugovich parou na abertura da volta 9 e fez uma parada boa. Voltou na P14, com pista livre, 6s atrás de Olli Caldwell. Na volta seguinte, Verschoor e Lawson pararam. O holandês voltou atrás do brasileiro e Liam Lawson saiu do pit sem a roda dianteira esquerda estar presa. Ótimo para Drugovich. Enzo Fittipaldi também parou na volta 9 e na volta 11, com os 5 primeiros sem ter parado, Felipe Drugovich era o 6º e Enzo Fittipaldi o 14°. A vantagem de Drugovich para Verschoor era de 5s. Na metade da corrida, a diferença do líder, Dennis Hauger, para Felipe Drugovich era de 16s, insuficiente para parar e voltar na frente do brasileiro. O problema era que Richard Verschoor vinha tirando a diferença e a distancia entre eles era de 4,5s. Enzo Fittipaldi vinha sendo atrapalhado pelo perigoso roda presa do Roy Nissany e, com isso, não saia da P14. Na abertura da volta 16, Felipe Drugovich tomou a P5 de Olli Caldwell e abriu do britânico. A diferença do brasileiro para Richard Verschoor tinha caído para 3s, mas pareia ter estabilizado. Na volta 18 Novalak parou e voltou atrás de Enzo Fittipaldi, que subiu para P13. Drugovich era o 4° e a diferença para Verschoor estava acima dos 3s. Juri Vips passou Fittipaldi, mas o brasileiro passou Boschung e continuou na P13. Na volta 20 Felipe Drugovich passou Logan Sargeant e tomou a P3. O melhor, a diferença para Richard Verschoor subia para 4s. Enzo Fittipaldi não conseguia acompanhar Juri Vips, mas ganhou – temporariamente – a posição de Logan Sargeant depois que o americano parou nos boxes, subindo para P12. o P10 era o encardido do Roy nissany, que tinha 3s de vantagem para o brasileiro. Na volta 23 Dennis Hauger fez sua parada e Felipe Drugovich subiu para a P2. Na volta seguinte, foi a vez de Jake Doohan parar e o brasileiro voltar para a liderança. Não bastasse isso, fez a melhor volta da corrida. Sargeant voltou atrás de Fitipaldi, que subiu para P11 e vinha colado em Juri Vips. Faltando 3 voltas para o fim, a vantagem de Drugovich para Verschoor era de 2,8s e o brasileiro administrou bem para vencer sua primeira corrida na temporada. Enzo Fittipaldi tentou muito, mas não conseguiu superar Juri Vips e ficou na amarga P11. Felipe Drugovich assumiu a liderança do campeonato com seus “dois pódios”, a vitória no domingo e a combinação de resultados, com 45 pontos, contra 34 de Liam Lawson e 32 de Richard Verschoor. Enzo Fittipaldi é “o primeiro dos sem pontos”, mas que – apesar de zerado – tem mostrado ter velocidade para andar nas equipes de ponta. A categoria volta a correr em Ímola, no final de abril. E assim concluímos assim mais um desafio, acompanhando as categorias de base com os brasileiros buscando uma oportunidade de crescer no automobilismo internacional em qualquer dos continentes pelo mundo e vamos continuar tentando manter o compromisso da coluna semanal. Um abraço a todos, Genilson Santos Nota NdG: Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do site Nobres do Grid. |