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Bons avanços em Long Beach / Newgarden vence em Long Beach em 3 atos PDF Print E-mail
Written by Administrator   
Thursday, 14 April 2022 15:49

Oi amigos, tudo bem?

 

Quero começar a coluna de hoje enviando um abraço fraterno a todos, desejando uma Feliz Páscoa e que os valores contidos nessa data estejam mais vivos do que nunca nos corações e mentes. É um período muito propício para reunir a família, celebrar a vida e dar aquela recarregada nas “baterias”. 

 

Agora, quero detalhar um pouco do que aconteceu no final de semana passado, em Long Beach, local da terceira etapa do NTT IndyCar Series. O fato de ter concluído a corrida em 9º lugar confirmou o prognóstico de que tínhamos carro para chegar entre os 10 primeiros. Mas eu imaginava estar mais na frente um pouco.

 

Trabalhei em um acerto com um pouco mais de asa do que poderia, procurando minimizar o consumo de pneus nas fortes freadas que são exigidas nesse tradicional circuito urbano da Califórnia. Aliviamos também um pouco de pressão de mola. Mas a grande mudança sentida nessa etapa foi na aderência.

 

Nesse ponto, é verdade que a pista ficou mais emborrachada porque, no mesmo evento, correu em Long Beach o WeatherTech SportsCar Championship, que utiliza pneus Michelin. É verdade também que a evolução dos pneus Firestone para corrida de rua ajudou. Mas o grande motivo da melhora foi uma espécie de selante colocado em algumas curvas.

 

Para vocês terem uma ideia do que isso representou, o meu recorde em Qualifying perdurava desde 2017, mas foi batido esse ano. Naquela ocasião, fiz a pole com 1min06s2254, com média de 172 km/h. Já na pole desse ano, o Colton Herta derrubou minha marca em 0s9159 e foi cerca de 2 km/h mais rápido, na média.

 

 

Essas características todas não tornaram as coisas mais fáceis em Long Beach. Como qualquer circuito de rua, as possibilidades de ultrapassagem são sempre menores e, portanto, largar na frente é meio caminho andado para um bom resultado. Mas larguei em 14º, o que obviamente não foi o que eu esperava.

 

Para ser muito honesto, estava esperando chegar ao Fast Six e efetivamente lutar por um lugar nas três primeiras filas. Só que, na minha última volta, no Q1, o carro deu uma escapada de traseira e perdi alguns décimos precisos. Indo no detalhe, não passei para o Q2 por apenas 0s0686, ou seja, menos do que um “pelinho”.

 

Falando especificamente da corrida, depois do acidente no Texas, queria terminar e somar o maior número possível de pontos. Acho que fui bem ao preservar o equipamento, o que daria condições de ir para as últimas voltas com uma reserva importante. Eu diria que funcionou parcialmente. A estratégia não foi melhor porque algumas bandeiras amarelas foram muito longas e, de certa, forma neutralizaram um pouco esse esforço.

 

De todo modo, o meu resultado permitiu subir cinco posições no campeonato – sou 13º agora. Não é ruim, mas também não é bom. Já estamos trabalhando para melhorar o carro, os pits e a estratégia. Tenho certeza de que aos poucos os bons resultados vão aparecer.

 

E por falar em trabalhar, na quarta e quinta da semana que vem, vamos para Indianapolis testar no oval mais famoso do mundo, já de olho na Indy 500. É o início de uma jornada de olho no maior desafio do ano: a quinta vitória em Indianapolis!

 

É isso, amigos, forte abraço a todos e até semana que vem.

 

Helio Castroneves

 

Reprodução autorizada da coluna de Helio Castroneves, originalmente publicada no site www.lance.com.br

 

 

Olá Amigos,

 

Corridas na minha cidade, Long Beach, são sempre espetaculares, emocionantes, capazes de prender a atenção dos espectadores, nas arquibancadas e na televisão de costa a costa.

 

Além da corrida da IndyCar Series, tivemos a etapa do IMSA no sábado, mas como meu foco é falar sobre nossa categoria de monopostos, mas não deixarei de dar os parabéns ao brasileiro Pipo Derani – piloto muito atencioso com quem conversei na sexta-feira. Atualmente, o único brasileiro na categoria.

 

Mas são as corridas de monopostos reúne as maiores expectativas e a do último domingo não seria diferente. Teatralmente, como uma peça em três atos, a corrida em Long Beach prendeu a atenção de todos com as reviravoltas que aconteceram durante a corrida, que manteve tudo em suspense até a bandeirada final (ou quase, uma vez que na penúltima volta, foi acionada a última bandeira amarela que acabou por definir o resultado da prova).

 

A corrida (1° ato) começou com o vencedor de Long Beach de 2021, Colton Herta, dominando o stint de abertura: depois de apenas cinco voltas, ele já havia aberto uma diferença de quase 2,0s em Newgarden, e todos os primeiros sinais apontavam para uma tarde em que todos os outros estariam disputando as posições restantes. Mas corridas só se decidem no final e o primeiro revés de Herta veio na forma de uma primeira parada lenta, que o derrubou da liderança para a 3ª posição e mesmo tentando recuperar, atacando Josef Newgarden no início do stint, não conseguiu manter o ritmo. O pior estava por vir: Pouco antes de entrar para a segunda parada, ele atacou demais na aproximação da curva 9 e terminou batendo no muro, destruindo a frente do carro e a suspensão dianteira esquerda. Sua corrida acabou ali.

 

 

Sua ausência, juntamente com uma série de outras saídas antecipadas, ajudou a abrir caminho para vários pilotos recuperarem bons resultados de inícios difíceis no fim de semana. Will Power perdeu por pouco o Fast 6 na qualificação, mas ficou satisfeito em levar o 12º Team Penske para casa em quarto, enquanto Pato O'Ward não estava em lugar nenhum na sexta e no sábado, mas lutou para chegar em quinto. Foi uma história semelhante logo atrás dele, onde Scott Dixon transformou uma posição inicial de 16º lugar em um sexto lugar, auxiliado por uma estratégia construída em torno de parar cedo e encontrar pista livre para andar rápido.

 

 

O segundo ato (após a primeira rodada de paradas nos boxes onde praticamente todos colocaram pneus duros) teve como protagonista o campeão da temporada passada, Alex Palou. O Piloto da Ganassi fez a sua parte e abriu uma vantagem segura para Josef Newgarden, o que daria condições de fazer a segunda parada com alguma tranquilidade para voltar na liderança. Ele só não contava – e em Long Beach é sempre preciso contar – com os acidentes.

 

Ao longo do caminho, ele sobreviveu a um incidente de fogo amigo quando o companheiro de equipe de Ganassi, Marcus Ericsson – que estava em terceiro e parecia forte – bateu na parede na saída da curva 4 logo após um reinício na volta 67 e girou diretamente no caminho de Dixon. O neozelandês não conseguiu evitar o contato, mas escapou sem danos.

 

O acidente da Ericsson estava de acordo com o tema de uma tarde em que mais de um terço do grid acabou envolvido em acidentes. Entre os mais significativos estava o de Jimmie Johnson, já que ele já estava correndo com uma tala na mão depois de bater na sexta-feira novamente na manhã de sábado. Nestas situações o Safety Car precisou entrar em ação e agrupar o pelotão, permitindo que alguns pilotos e equipes assumissem riscos para o stint final da corrida.

 

 

Isso dá início ao “3º ato”, onde Josef Newgarden tomou a liderança de Alex Palou para o terço final de corrida. Na aposta contra as estratégias convencionais, ficou por conta de Romain Grosjean, que colocou os pneus vermelhos (macios), apostando no maior emborrachamento da pista. Com isso o capítulo final da batalha veio logo após um reinício a 15 voltas do final.

 

Newgarden e Palou ainda estavam em primeiro e segundo, mas logo atrás deles estava Romain Grosjean. A decisão pelos pneus macios valeu a pena quase imediatamente depois que a corrida voltou ao verde, quando o francês fez uma manobra sem maiores dificuldades para tomar de Palou o segundo lugar. O francês começou a caçar Newgarden e a diferença entre eles evaporou rapidamente. A disputa foi dura, com ambos alternando os “push-to-pass”.

 

Uma bandeira amarela faltando 10 voltas (Simon Pagenaud estragou o canteiro da fonte mais bonita da cidade), pra provocar um final eletrizante, tivemos a bandeira verde faltando 5 voltas para o Fim. Newgarden conseguiu algum espaço para respirar, e também trouxe Palou de volta ao jogo na luta pelo segundo lugar. Grosjean voltou a se aproximar, mas teria chances para fazer algo acontecer na última volta? Nunca saberemos com certeza, porque apenas alguns segundos antes da bandeira branca sair, Takuma Sato bateu na e a corrida terminou sob bandeira amarela, com Newgarden Grosjean e Palou no pódio e o próximo encontro será em Barber, Alabama.

 

Vamos acelerar!

 

Sam Briggs

Fotos: site IndyCar Media

 

Nota NdG: Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do site Nobres do Grid.