Olá leitores! Como estão? Espero que tenham passado uma boa semana. Esse foi um final de semana com poucas competições, por conta da comemoração de Páscoa para uns, Pessach para outros, e confesso que não ando com muita paciência para as fofocas de bastidores, portanto a coluna será mais curta que o padrão. Entretanto não posso deixar de notar uma das reverberações da semana que passou, a da reclamação do Vettel a respeito da velocidade (ou falta de) do safety car Aston Martin. Não sei efetivamente o sentido dessa reclamação, já que o iluminado piloto em questão pilota para a equipe... Aston Martin; entretanto, lembremos que um dos primeiros que começou com esse negócio de ficar se lamuriando pelo rádio foi justamente ele. Hoje ele está mais controlado, mas em tempos passados ele foi dos grandes chorões da categoria. Assim sendo, para quem não paga o salário dele o negócio é ignorar a reclamação; como diz o ditado, o lobo perde o pelo mas não perde o vício. Desencanemos e sigamos adiante com a vida. Esse reclamão nunca pegou um Tempra 16V ou Clio Williams de safety car, imagina se pegasse... A NASCAR repetiu esse ano a experiência da prova Bristol Dirt, com as toneladas de terra cobrindo a pista do Coliseu para uma prova “old style”, que teve um final digno das corridas da época “amadora” da categoria. Mais uma vez no ano, o que andou atrapalhando o show a princípio foi o carro de nova geração, que simplesmente parece ter sido projetado de maneira muito “europeia” para uma competição tão tipicamente estadunidense; dessa vez, tivemos casos de entupimento da grade dianteira por lama, uma coisa que não lembro de ter visto em nenhuma das subdivisões da NASCAR que competem mais regularmente em pistas de terra – e antes que reclamem “mas essas divisões inferiores não são transmitidas por aqui”, basta lembrar que para isso foi inventado YouTube e adolescentes fechados em seu próprio mundo ignorando tentativas de interação social com os pais... se quiser preencher esses espaços de tempo, excelente opção de pesquisa. O problema acabou sendo resolvido com a aplicação de um produto para impedir que a lama grudasse na grade. De qualquer maneira, achei a corrida mais interessante que a média das provas no asfalto até então. Talvez a falta do extrator traseiro tenha algo a ver, tornando o carro mais instável e permitindo a pilotagem na terra com um certo grau de derrapagem lateral. Talvez seja apenas o piso mesmo, e talvez seja a combinação das duas coisas. O que sei com certeza é que a chuva quis prolongar a experiência dos espectadores, com duas interrupções na corrida causadas pelo volume de água que caía do céu. Sim, a pista estar molhada ajuda na corrida, tanto que quando a pista estava mais seca chegaram a colocar o caminhão tanque para “hidratar” a pista e diminuir a poeira levantada pelos carros, mas muita água também transforma a superfície em algo muito escorregadio, e impede uma disputa mais interessante. Os dois primeiros estágios não foram exatamente a parte mais emocionante da corrida, mas cumpriram sua parte de entreter o público que comprou todos os ingressos que a categoria colocou à venda, metade da capacidade das arquibancadas. O que deu cerca de 80 mil pessoas presentes na pista... o primeiro segmento teve a vitória de Kyle Larson (que era considerado um dos favoritos para a vitória na pista, em parte por conta de ser o atual campeão, em parte por conta de se manter em atividade em categorias que utilizam a terra como principal solo de competição), ao passo que o segundo segmento ficou nas mãos de Chase Briscoe, que QUASE foi decretado ali mesmo o vencedor da corrida... afinal, na saída dos boxes para a relargada para o último segmento, com Buschinho na liderança, veio a primeira interrupção por conta de chuva, e como já tinham percorrido metade das voltas a corrida seria válida com a pontuação integral. Felizmente para os fãs a NASCAR não é a FIA, e decidiram aguardar a chuva passar de acordo com as leituras dos radares meteorológicos. Se a prova fosse declarada encerrada, valeria a posição de chegada do segundo segmento. Enfim, a prova reiniciou e desde a volta 151 (de 250 previstas) Tyler Reddick mostrou a que tinha vindo e ultrapassou com muito arrojo a dupla que disputava a liderança (Kyle Busch e Joey Logano) para assumir a liderança, que não perdeu nas relargadas subsequentes e teria mantido até a bandeirada... não fosse uma mal executada tentativa de ultrapassagem feita por Chase Briscoe, que acabou tocando Reddick e ambos rodaram na última curva. Tyler ainda conseguiu se recuperar rapidamente e acelerou em direção a linha de chegada... só que o 3º colocado na ocasião, Kyle Busch, vinha com muito mais velocidade e acabou ultrapassando Reddick a poucos metros da bandeirada, vencendo por 33 centésimos de segundo. O autor da manobra desastrada demorou mais para se recuperar, e quando conseguiu cruzar a bandeirada já estava em 22º lugar. Quem herdou a 3ª posição foi Joey Logano, seguido por Kyle Larson no 4º lugar e por Ryan Blaney fechando o Top-5. Dois pilotos cujo desempenho geral na prova mereceram atenção foram Christopher Bell (7º lugar) e Ty Dillon (10º lugar); especificamente Ty provavelmente fez sua melhor exibição na categoria principal. Agora é esperar semana que vem a pista que todos aguardam: Talladega... Até a próxima! Alexandre Bianchini Nota NdG: Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do site Nobres do Grid. |