 Alô galera que lê os Nobres do Grid... Salve Jorge!
Nesse final de semana tivemos apenas uma categoria na Europa envolvendo os pilotos brasileiros, aspirantes ao topo da carreira nas categorias mais importantes do automobilismo mundial com a abertura da temporada da GB3, mas não faltaram brasileiros acelerando no velho continente. O Autódromo Internacional de Montmeló, próximo a Barcelona, foi o local escolhido para que os aspirantes a pilotos de Fórmula 1 fizessem seus últimos testes de pista antes da abertura da “temporada europeia”. No caso da FIA Fórmula 2, depois de duas corridas em sequência na abertura do campeonato com Bahrain e Arábia Saudita, Equipes e pilotos tiveram três dias de treinos em um terreno bem conhecido por todos. Entre 12 e 14 de abril, os três dias foram divididos em uma sessão da manhã e da tarde, com um total de seis horas de testes disponíveis por dia. A primeira sessão do dia começando sempre às 9 horas e indo até o meio dia (hora local) nos três dias e nos dois primeiros - terça e quarta-feira - as sessões da tarde indo das 14 às 17 horas, enquanto na quinta-feira, a sessão da tarde foi das 13 às 16 horas. As equipes tiveram à disposição para escolha os compostos duros e macios da Pirelli, com cada carro alocado podendo usar seis conjuntos de pneus prime (duros) e dois conjuntos de pneus option (macios) durante os testes, que contaram com nossos dois pilotos na categoria: o atual líder do campeonato, Felipe Drugovich, da MP Motorsport e Enzo Fittipaldi, da Charouz. 
Na manhã da terça-feira, com um pouco de chuva, frio e a temperatura da pista em apenas 14 graus, as coisa foram diferentes do planejado para todos, pilotos e equipes. Felipe Drugovich, de pneus duros, foi o mais rápido, enquanto Enzo Fittipaldi ficou em 13°, com 790 milésimos de defasagem. Na parte da tarde, com a pista menos úmida e com 5° a mais no asfalto, Ralph Boschung foi o mais rápido (e quase 2s mais rápido que os tempos da manhã). Felipe Drugovich foi o 5° e Enzo Fittipaldi o 14°. Na Quarta-feira o céu estava com nuvens pesadas e voltou a chover em boa parte do treino pela manhã, ficando a chuva mais constante na parte da tarde. Os brasileiros não se arriscaram muito pela manhã, com Enzo Fittipaldi ficando com o 12° melhor tempo e Felipe Drugovich apenas com o 15°. Na parte da tarde, para não perder o dia, o líder do campeonato acelerou forte e fez o 2° melhor tempo, apenas 208 milésimos atrás de Marcus Armstrong. Enzo Fittipaldi foi o 14°. 
No último dia, com sol e pista seca, Felipe Drugovich mostrou que é o chefe da boca e cravou o melhor tempo com sol e pneus macios. 17 carros ficaram no mesmo segundo, mas o brasileiro foi 3 décimos mais rápido que Liam Lawson, o P2. Enzo Fittipaldi foi o 9°, meio segundo atrás de Drugovich. No período da tarde, a grande maioria dos pilotos fez testes de simulação de corrida. Enzo Fittipaldi ficou com o 3° melhor tempo da sessão e Felipe Drugovich com o 9°. Apenas uma semana depois das equipes e pilotos estarem em Jerez de La Frontera, o circo da FIA Fórmula 3 deslocou-se para que os jovens pilotos tivessem outra chance de aumentar seu aprendizado em mais dois dias de treinos em Barcelona. A partir de sexta-feira, 15 de abril, os dois dias de testes não apenas deram às equipes e pilotos a chance de continuar seus preparativos antes do início da temporada europeia, mas elas também contaram com 12 horas de tempo de pista no Circuito de Barcelona-Catalunha, antes da 3ª rodada do campeonato, que ocorrerá do circuito espanhol. Nesses testes, cada dia será dividido em sessões da manhã e da tarde. Nos dois dias, com a parte matinal começando às 9 horas e terminando ao meio-dia, e a sessão da tarde começando às 14 horas e terminando às 17 horas. No sábado o horário da manhã foi o mesmo, mas na parte da tarde, ficou para uma hora mais cedo, começando às 13 horas e terminando às 16 horas, onde as equipes testaram os pneus de composto duro (Branco) da Pirelli, que deve ser usada na Rodada 3 em Barcelona, de 20 a 22 de maio. Cada carro recebeu seis conjuntos de pneus para a duração do teste. 
Evidente que, além do comportamento dos pneus com diversas condições de peso (quantidade de combustível), as equipes testaram outras coisas. Na sexta-feira, nosso representante, Caio Collet, da MP Motorsport, ficou apenas com 15° tempo no treino da manhã, 941 milésimos atas do primeiro, Gregorie Saucy. Já no período da tarde, os dois pilotos da MP Motorsport fizeram 1-2, com Collet 297 milésimos atrás de Alexander Smolyar. No sábado, pela manhã, Caio Collet foi o mais rápido – do treino e dos dois dias – com 1m31.507s. Na parte da tarde, todos bem pesados e fazendo simulações de corrida, nosso piloto ficou apenas com a P15. Em Monza, boa parte dos pilotos que se envolverão em campeonatos da FIA Fórmula 4 estiveram reunidos para dois dias de testes e o piloto brasileiro, Pedro Clerot, que disputará o campeonato no Brasil, liderou os dois dias de testes de pré-temporada de Monza da F4 italiana esta semana para a AKM Motorsport. Clerot foi o mais rápido na primeira sessão da tarde, marcando 1m54.632s e ficando 0,543s à frente de Spina. 
Sua colega de equipe de testes do AKM, a também brasileira, Aurelia Nobels, que como Clerot está pronta para competir no novo campeonato brasileiro da categoria, causou bandeiras vermelhas tardias. Além deles, Emerson Fittipaldi Jr. também participou dos testes, ficando com o 9° melhor tempo no somatório dos dois dias. Aurelia Nobels foi a 24ª, mas como referência, ela ficou a apenas 28 milésimos do tempo da vencedora do FIA Girls on Track, a espanhola Laura Torras. GB3 A categoria que um dia foi a mais importante entre as categorias de base do mundo, a F3 inglesa, obrigada pela FIA a mudar seu nome e agora chamada GB3, abriu oficialmente sua temporada no tradicional circuito de Oulton Park neste final de semana. De equipe nova – a Carlin – e com um contrato de piloto do programa de jovens talentos da Sauber, o carioca Roberto Faria seria mais uma vez o nosso representante na competição. Nos treinos livres, realizados na sexta-feira, o piloto brasileiro ficou com o 3° melhor tempo em ambas as sessões, sempre atrás dos mesmos adversários (Luke Browning e Joel Granfors). O grid está cheio para essa temporada. 21 pilotos alinharam para os treinos nesta etapa de abertura e com possibilidades de aumento do grid na continuidade da competição. 
O treino de classificação para a primeira corrida aconteceu no final da manhã do sábado, com sol, pista seca e temperatura de 17°C. No treino foram definidos o grid da corrida do sábado, com a melhor volta obtida e o grid da primeira corrida do domingo, com a segunda melhor volta conquistada. Roberto Faria manteve a performance dos treinos livres e ficou com o 3° melhor tempo na volta mais rápida, conseguindo a P3 para o sábado e também largando na P3 na primeira corrida do domingo. A segunda corrida do domingo teria o grid invertido da corrida da manhã. No meio da tarde do sábado os pilotos voltaram para a pista e era chegada a hora de largar na primeira corrida da temporada 2022 da GB3, com Roberto Faria abrindo a segunda fila e vendo à sua frente os dois pilotos que haviam dominado os treinos até então. Entre o final dos treinos e o alinhamento para o grid, o 2° colocado, Joel Granfors, foi punido e perdeu cinco posições no grid, colocando o piloto brasileiro na primeira fila. Apagadas as luzes vermelhas Roberto Faria largou muito bem, mantendo a P2 e não deixando Luke Browning fugir, uma batida ainda na primeira volta por pouco não chamou o safety car, mas os fiscais de pista foram rápidos e ficamos apenas com uma bandeira amarela no local. 
Browning foi fugindo na ponta enquanto Roberto Faria passou a ser atacado por Matthew Rees. Tendo que fazer um traçado mais defensivo, para não perder a P2. Na metade da corrida os ataques continuavam intensos e isso deixava o líder muito à vontade para fazer uma pilotagem tranquila, conservando o carro e seus pneus enquanto a disputa pela P2 acontecia. 
Apesar da proximidade de Matthew Rees, Roberto Faria parecia ter a situação sob controle para ficar com a P2, mas a distância para o líder estava em mais de 8s depois de 12 das 14 voltas programadas. Luke Browning venceu de ponta a ponta. Roberto Faria fez uma corrida perfeita e ficou com a P2, embora ficando evidente que Browning e o carro da Hitech estão com uma grande vantagem técnica. 
De uma forma que não estamos acostumados no Brasil, as duas corridas seguintes só aconteceram na segunda-feira... e isso era o planejado! Pouco depois do meio dia os pilotos da GB3 voltaram à pista em Oulton Park para a segunda corrida da rodada tripla de abertura do campeonato. O sol entre nuvens deixou a pista mais fria e outra diferença para Roberto Faria foi que Joel Granfors, punido na corrida 1, estava de volta à primeira fila na corrida 2 e com isso o brasileiro voltava para a segunda fila na P3. Sem volta de apresentação, só de alinhamento, quando apagaram as luzes vermelhas Roberto Faria largou muito bem e tomou a P2 de Joel Granfors antes da tomada da curva 1 Luke Browning disparou na ponta e o nosso piloto ia ter muito trabalho com o perseguidor da vez, que em todos os treinos foi mais rápido que ele. Roberto faria ia conseguindo segurar a posição, mas Joel Granfors e Matthew Rees, o P4, vinham na perseguição ao brasileiro. 
Com Rees atacando Granfors a partir da 4ª volta, Roberto Faria conseguiu algum respiro na P2. Enquanto isso, Browning ia abrindo na ponta, com voltas mais rápidas uma sobre a outra. Na metade da corrida a diferença de Roberto Faria para o líder já estava perto dos 4s. A boa notícia era estar a 1,6s distante da briga pela P3 entre Granfors e Rees, que estava cada vez mais interessante para o piloto brasileiro. 
Quando Grundtvig ficou na caixa de brita na volta 10, seria a chance de uma mudança com a entrada do safety car. Como não aconteceu, ficou apenas a bandeira amarela no local, as posições dos primeiros se manteve e tivemos mais um pódio para nosso piloto, com a 2ª posição, mas novamente, sem a menor chance de buscar a liderança em mais uma prova vencida com folga por Luke Browning. 
A última corrida do dia aconteceu pouco mais de 3 horas depois e o grid para esta corrida seria invertido, mas não em relação as posições de corrida, mas das posições de treino, respeitando um percentual de 103%. Como os carros viraram muito próximos, 19 dos 21 carros trocariam de posição. Roberto Faria largou em 17° com essa inversão sinistra. Desta vez teve volta de aquecimento e alguns pilotos conseguiram salvar um jogo de pneus novo para esta corrida. Largando tão longe das primeiras posições, o importante era conseguir fazer o maior número de pontos possível. Apagadas as luzes vermelhas, com os pilotos mais rápidos largando do fundo do pelotão, a primeira vota foi insana. Roberto Faria ganhou duas posições e fechou a primeira volta na P15. 
Na 4ª volta Roberto Faria passou Tom Lebbon e subiu para 14°. Na volta seguinte, o líder do campeonato ficou na grama, com a asa dianteira quebrada. Matthew Rees vinha colado no brasileiro na altura da metade da corrida, mas ele também atacava Callum Voisin, o P13 e tomou a posição na volta 10. O pelotão do 6° ao 19° era compacto e Callum Voisin recuperou a posição sobre Roberto Faria, que terminou a corrida em 14°. O vencedor foi Grundtvig. A primeira rodada ainda tem Browning líder com 70 pontos, seguido de Roberto Faria com 63. A próxima rodada tripla será entre 7 e 8 de maio, em Silverstone. 
E assim concluímos assim mais um desafio, acompanhando as categorias de base com os brasileiros buscando uma oportunidade de crescer no automobilismo internacional em qualquer dos continentes pelo mundo e vamos continuar tentando manter o compromisso da coluna semanal. Um abraço a todos, Genilson Santos Nota NdG: Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do site Nobres do Grid. |
