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Por que meu Open Test acabou mais cedo em Indianapolis / Meus momentos com Roger Penske PDF Print E-mail
Written by Administrator   
Thursday, 21 April 2022 20:13

Oi amigos, tudo bem?

 

Minha participação no Open Test em Indianapolis foi encurtada por causa de um acidente no treino final desta quarta-feira, 20. Estava voltando ao traçado, depois de deixar o pit, e simplesmente perdi o controle do carro. Não percebi nada quebrando que justificasse a escapada. Só sei que virei passageiro e acertei o muro na Curva 2.

 

Fiquei completamente desolado porque não foi com um carro qualquer, mas “O Carro”. Vou explicar. Depois da vitória na Indy 500 no ano passado, o carro foi levado para a fábrica, em Ohio, e nunca mais foi usado. Enquanto eu pilotava um chassi novo, o vencedor foi revisado e mantido, sem alteração, todos os acertos que desenvolvemos ao longo do mês de maio de 2021.

 

Para não dizer que nunca mais andou, usei num teste em outubro passado, aqui mesmo em Indianapolis, só para constatar que estava tudo no lugar. O Open Test marcou, efetivamente, a reentrada do #06 no circuito que o consagrou. Vocês podem imaginar o quanto acreditamos nesse equipamento e como fiquei com o coração doendo ao vê-lo em pedaços.

 

Quero dizer que, se a gente comparar esse acidente com o do Texas, o estrago foi maior no Texas Motor Speedway, mas a possibilidade de ter perdido todo aquele trabalho me deixou muito preocupado. Foi muito acertada a decisão da equipe de voltar para Columbus, onde está localizada a sede da Meyer Shank Racing, e iniciar imediatamente o trabalho de recuperação. Isso me fez perder o segundo dia do Open Test, mas uma avaliação detalhada do carro era o mais importante a fazer.

 

A boa notícia é que os elementos que quebraram são substituíveis, a estrutura do carro está intacta e, o que é melhor, já deu para saber que foram preservados os elementos que fazem dele um verdadeiro vencedor. Confesso que saber disso me deixou um pouco aliviado, mas não me conformo com o acidente. Na hora, não fazia a mínima ideia do que tinha acontecido.

 

 

Apesar disso, logo de cara surgiu uma suspeita que, depois, se confirmou. No mesmo local onde perdi o controle, o Alexander Rossi, da Andretti, havia escapado no início do teste. Assim que recomeçou, depois da paralisação provocada por meu acidente, o Will Power (Penske) também escorregou, invadiu parcialmente a pista e, ao tentar desviar, o Colton Herta, da Andretti, acabou batendo. Isso provocou muito tempo de discussão e o teste acabou terminando mais cedo.

 

A explicação é de que, por algum motivo, aquele trecho antes da entrada na pista estava sem aderência. Para que a pista não estrague no inverno, que em Indiana é muito rigoroso, os administradores do IMS passam um selante para evitar infiltração de umidade sob o asfalto. Ainda não está claro o que aconteceu, mas o fato é que esse trabalho deixou aquele trecho sem aderência e provocou toda essa confusão.

 

Para o teste desta quinta, 21, que acabou muito prejudicado por causa da chuva, os funcionários do circuito fizeram, emergencialmente, uma espécie de raspagem para diminuir a deficiência no local, mas estará tudo refeito para quando voltarmos em maio.

 

Foi muito triste o que aconteceu, mas temos de levantar a cabeça e partir com tudo para recuperar o tempo perdido. Na semana que vem temos corrida no Alabama e nada melhor do que um ótimo resultado para deixar no passado os acontecimento da quarta. 

 

Muito obrigado a todos e até semana que vem.

 

Helio Castroneves

 

Reprodução autorizada da coluna de Helio Castroneves, originalmente publicada no site www.lance.com.br

 

 

Olá Amigos,

 

Eu jamais escondi de quem quer que fosse que meu maior ídolo na IndyCar Series – e o automobilismo como o todo – não é nenhum piloto, mas sim o Capitão Roger Penske.

 

Durante o final de semana em Long Beach, tive algumas pequenas chances de falar com ele (as vezes andando ao seu lado e puxando assunto). Não posso dizer que foi uma entrevista, mas ter a chance de absorver algumas migalhas de sua imensa sabedoria já seria algo indescritível e fantástico... bom, eu consegui!

 

A primeira coisa que consegui falar com ele foi sobre a “invasão da Fórmula 1” nos Estados Unidos. Desde o ano passado, apesar das especulações sobre o IMS receber a categoria, o Capitão não se mostrava muito animado com um retorno em um futuro próximo. Apesar de ter uma boa relação com os dirigentes da Fórmula 1, haviam questões onde promotores, patrocinadores e arranjo de calendário seriam necessários ficar bem alinhados. Ele esquivou-se de falar sobre ser contra ou a favor.

    

 

Depois consegui falar com ele sobre a corrida no Texas, que impressionou por ter as arquibancadas praticamente vazias. Roger Penske deixou claro que está firme em querer manter o oval do Texas Motor Speedway no calendário, mas novo contrato é necessário para continuar em 2023 e além. A IndyCar, os patrocinadores e o proprietário da pista precisam promover este evento e obter cada vez mais pessoas construindo-o. É um dos maiores mercados do mundo e estar lá é importante. Ele considerou a corrida muito boa, mas que a questão da promoção da prova precisa ser priorizada.

 

Em outro momento falei sobre calendário. A Fórmula 1 está aumentando o seu. A IndyCar pode (deve?) ampliar o seu? O Capitão falou que a qualidade deve ser o foco. Aumentar o calendário é possível, mas não mais que 18 ou 19 corridas. As pistas, especialmente as de rua precisam melhorar e melhorias foram preparadas para Iowa e Nashville, mas o melhor sinal foi o aceno de que podem chegar mais provas em ovais, apesar dele deixar claro que buscaria o equilíbrio entre corridas em ovais, circuitos e corridas de rua.

 

 

O último momento que consegui falar com ele perguntei sobre a Indy500 deste ano. Ele mostrou-se animado. Ao contrário do TMS, as vendas de ingressos no IMS estão fortes, pois a IndyCar se prepara para realizar a Indy 500 sem restrições após dois anos afetados pelo COVID no Speedway. Sua expectativa é de ter bem mais de 200.000 pessoas, podendo chegar em 260.000 a 270.000 quando todas as vendas de ingressos terminarem.

 

 

Usando 2019 como referência (o mais próximo do que seria “casa cheia”), desconsiderando 2016, onde aconteceu a maior participação popular com a 100ª corrida. O “goal” para 2022 seria conseguir um avanço de 10% em relação a 2019 agora. O ritmo das vendas reais de ingressos tem permitido que esta projeção seja feita. No final ganhei um sorriso e o meu final de semana foi perfeito!

 

Vamos acelerar!

 

Sam Briggs 

Fotos: site IndyCar Media

 

 

Nota NdG: Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do site Nobres do Grid.