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Interlagos Com TCR e Copa Truck, mundo a fora, NASCAR, Indy e MotoGP PDF Print E-mail
Written by Administrator   
Monday, 02 May 2022 15:40

Olá leitores!

 

Como foi o final de semana de vocês? Espero que regado a muita velocidade! Pela primeira vez desde o começo da pandemia tive a oportunidade de voltar ao autódromo para ver corrida pessoalmente, e... como aquilo fazia falta! Os cheiros, o barulho, o clima todo envolvido em uma pista de corrida, são sem dúvida experiências que merecem ser vividas. De cara já agradeço a ótima recepção por parte da assessoria da Copa Truck, o Bruno Vicaria mesmo completamente atarefado sempre foi extremamente solícito a todas as dúvidas que surgiram. Muito obrigado!

 

Confesso que minha grande curiosidade era a respeito da TCR South America, categoria que chegou por essas bandas na época da pandemia, e que eu não tinha tido contato mais próximo ainda. Se você está na dúvida em acompanhar ou não a categoria, fica a recomendação: acompanhe. A prova de São Paulo foi atípica, por não ser feita em duas baterias de 30 minutos mas em uma única de uma hora, com troca de piloto por volta da metade da prova. Isso evidentemente fez com que o pessoal “pegasse pesado” na segunda parte da corrida, mas ainda assim foi muito interessante poder acompanhar os carros. De longe parecem aqueles carros que a gente vê na rua, de perto parecem os carros que vemos nas ruas prontos para uma briga das sérias... observar todas aquelas entradas e saídas de ar estrategicamente localizadas e longamente estudadas nos departamentos de engenharia das fábricas que criaram os modelos de acordo com o regulamento internacional da categoria (sim, o mesmo carro que você viu na pista em Interlagos esse final de semana compete em todas as outras partes do globo onde existe essa categoria) para obter o melhor resultado dentro das restrições impostas é um grande prazer para quem aprecia o refinamento mecânico. Impressionante também, para aqueles acostumados ao automobilismo tabajara, é ver como os carros andam MUITO sem fazer barulho que possa incomodar ouvidos desprotegidos, como é tradição nas categorias nacionais; era gritante a diferença entre os carros da TCR e da GT Sprint Race no tocante ao desempenho, com os TCR girando de 6 a 7 segundos mais rápido e fazendo MUITO menos barulho Aí está algo que o automobilismo tapuia poderia aprender a fazer, obter desempenho sem escândalo. E como parte desse formato diferenciado dessa etapa, os pilotos trouxeram um convidado para participar, ficando o destaque para Bia Figueiredo, que trouxe como convidada a jovem Antonella Bassani para dividir o carro com ela. O resultado ao final da prova não foi dos mais auspiciosos, haja vista que o carro ainda apresenta algumas dificuldades de acerto e problemas mecânicos atrapalharam, mas o que ficou demonstrado na classificação foi animador. Falando da corrida propriamente dita, feita sob um sol que mesmo antes das 11 horas da manhã já batia forte (ao contrário da classificação, obtida com uma garoa fina e intermitente), deu mais ou menos a lógica: não dava para descartar os Lynk & Co da PMO Motorsport como candidatos à vitória, e assim aconteceu: o carro #7 da dupla Javier Merlo / Fabrizio Pezzini recebeu a bandeirada com pouco mais de 3 segundos e meio pro Hyundai Elantra #35 da dupla Pedro Aizza / Rodrigo Sperafico, que veio galgando posições para terminar em 2º, quase 6 segundos adiante do Honda Civic #26 de Ricardo Risatti / Juan Angel Rosso.

 

A Copa Truck como sempre fez um belo espetáculo para entreter o público antes de começar a corrida, com exibições de motos, desfile de caminhões, e eu diria que a primeira corrida do domingo fez o público nas arquibancadas (menor do que eu esperava, confesso) sorrir feliz. Depois de passar o pole position Giaffone, Beto Monteiro (VW) se firmou na liderança e não foi mais ameaçado, ganhando por uma margem não exatamente elástica mas com autoridade. Felipe Giaffone (Iveco) teve de se contentar com o 2º lugar, e ambos cruzaram a bandeirada com ampla folga sobre o 3º colocado, Roberval Andrade (Mercedes). A segunda corrida do dia mostrou uma das fraquezas do regulamento da categoria, que não prevê uma bandeira vermelha ou ao menos o travamento do cronômetro enquanto a equipe de resgate tira os caminhões acidentados e limpa os litros e litros de óleo derramado na pista por conta do acidente no Esse do Finado (que por sinal foi amplamente homenageado neste domingo, por ser a data do falecimento dele; como os brasileiros praticamente beatificaram o piloto, veio a curiosidade de verificar quais seriam os outros santos do dia 1º de maio, e dentre outros como São José Operário, Santo Orêncio e Nossa Senhora do Líbano, encontramos também São Brioco, que vindo do País de Gales fundou um mosteiro no litoral da Armórica, posteriormente elevado à dignidade de sede episcopal. Como vemos, Ayrton estará em boa companhia nesse dia). A equipe de limpeza trabalhou o mais rápido possível, MAS com a corrida tendo apenas 30 minutos... após a limpeza da pista sobrou tempo apenas para terminar a corrida com bandeira verde, já que boa parte dos 30 minutos de relógio correndo foi gasta com a necessária limpeza. Será que seria tão prejudicial à programação e à transmissão travar o relógio, ou dar bandeira vermelha? Toda competição corre o risco de ter atrasos, não vejo o motivo pelo qual isso não poderia ser aplicado na Truck. Sim, o sentimento de decepção com a segunda corrida do dia foi grande. Apenas comentando que alguns caminhões estavam utilizando faróis de LED colorido, e um dos que tinham essa iluminação se envolveu no enrosco e ficou meio... desalinhado. A 5ª série C que existe dentro de mim já lembrou da versão que a molecada fazia com a música de Páscoa, alternando para caminhões: “De farol vermelho / e meio tortinho / Quem deu a maconha / pro caminhãozinho?”. Enfim, fica a sugestão para os próximos regulamentos, acredito que ninguém nas arquibancadas realmente gostou do desenrolar da prova. Sim, a última volta foi emocionante, com direito a “3 wide” na entrada do Laranjinha (claro que não tinha espaço pra 3 caminhões lado a lado ali), e não nego que Wellington Cirino (Mercedes) mereceu a vitória sobre Danilo Alamini (VW), com Felipe Giaffone terminando em 3º e sendo o piloto que mais pontos marcou no fim de semana. Só que... as coisas poderiam ter sido diferentes, para melhor. Outra coisa que merece revisão é a questão da emissão de fumaça. Cancelar a classificação do sábado por conta disso me pareceu meio extremo demais. Os motores são a diesel. Ecochatos gostando ou não, emitirão fumaça. Se é necessário fiscalizar com tanto rigor, acredito que a tecnologia atual permita medir em termos de quantidade os gases que saem do escapamento dos caminhões, e isso em tempo real, enviando os dados para a torre de controle para daí os comissários tomarem a decisão. Enquanto a medição for no “olhômetro”, corremos o risco de acontecer esse tipo de coisa, que definitivamente não depõe a favor do esporte.

 

Enquanto eu estava em Interlagos, o Mundial de Motovelocidade foi até Jerez de la Frontera para mais uma etapa. Na Moto3, um daqueles finais proibidos para cardíacos, com 4 motos praticamente lado a lado na freada da última curva. Simplesmente espetacular! Quem levou a melhor foi Izan Guevara, que veio lá da parte externa da curva para fazer a trajetória mais veloz e passar na linha de chegada 6 centésimos de segundo adiante de seu companheiro de equipe GasGas Aspar Sérgio Garcia. O degrau mais baixo do pódio foi ocupado por Jaime Masia, que lutou como um leão ferido no final da prova. O brasileiro Diogo Moreira mais uma vez conseguiu um bom resultado em sua temporada de estreia, mais um 10º lugar perante adversários muito mais experientes. Na Moto2, o final de semana foi de Ai Ogura. Fez a pole no sábado, e no domingo venceu com 2 segundos e meio de vantagem pra Aron Canet (2º colocado) e mais de 3 e meio para o 3º colocado, Tony Arbolino. Lembrando que Canet correu machucado, afinal teve 2 fraturas no GP de Portugal e ainda assim correu rápido o suficiente para chegar em 2º. Fez aquilo que Marc Márquez tentou fazer, só que com uma moto menos pesada e menos exigente que uma MotoGP da Honda... por isso, talvez, tenha dado certo. Na MotoGP tivemos duas corridas: uma lá na frente entre o vencedor Francesco Bagnaia (Ducati) e o segundo colocado Fabio Quartararo (Yamaha), apenas 3 décimos de segundo atrás. Aí, com mais de 10 segundos de desvantagem, apareceu o 3º colocado Aleix Espargaró (Aprília), que chegou pouco mais de um segundo e meio adiante de um Mar Márquez que aprontou uma das suas dos velhos tempos: simplesmente na última curva do circuito a frente da moto foi embora, e o piloto de maneira quase inacreditável conseguiu se levantar e manter a moto na pista. Só vendo para acreditar.

 

A Indy foi até o doce lar de Alabama para uma etapa no Barber Motorsports, pista quase no padrão tabajara (ou seja, falta reta) que acabou selando mais uma vitória para a equipe McLaren desde seu retorno à categoria, dessa vez com “Pato” O’Ward conquistando sua primeira do ano. Não foi uma vitória fácil, e o 2º colocado Alex Palou valorizou bastante o resultado de O’Ward. A briga foi tão acirrada que o 3º colocado, o holandês Rinus VeeKay, terminou cerca de 11 segundos atrás deles. A nova geração de pilotos realmente está dando um senhor calor nos tradicionais leões da categoria, como Will Power (4º lugar) e Scott Dixon (5º lugar). Helinho Castroneves chegou em 21º, com a cabeça no estado de Indiana e na busca do 5º anel de vencedor...

 

A NASCAR foi até Dover para a etapa na Milha Monstro, só que das 500 voltas previstas não foram dadas nem 100: a chuva veio, veio com vontade, e a corrida teve de ser transferida para essa segunda feira. Como não sou exatamente um admirador dessa pista, não vou dizer que isso me aborreceu...

 

Até a próxima!

 

Alexandre Bianchini

 

 

Nota NdG: Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do site Nobres do Grid.