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A justiça da avaliação profissional PDF Print E-mail
Written by Administrator   
Wednesday, 11 May 2022 19:45

Caros Amigos, Peço desculpas pela minha ausência na semana passada, mas minha condição de saúde teve uma variação negativa e isso me impediu de compartilhar este nosso encontro semanal de todas as quintas-feiras.

 

No mês passado o diretor da McLaren, Zak Brown, anunciou a contratação do piloto norte americano Colton Herta como piloto de testes da equipe na Fórmula 1. Uma decisão que – de certa forma – surpreendeu as pessoas mais próximas no meio, que poderiam – em teoria – esperar algo do gênero, contudo, direcionado para o piloto mexicano Patrício O’Ward, que é piloto da equipe McLaren na Fórmula Indy e que testou o carro da equipe nos dias pós-temporada em Abu Dhabi, conseguindo passar uma excelente impressão.

 

A Federação Internacional de Automobilismo criou há alguns anos um critério de pontuação para ascensão dos pilotos à Fórmula 1 onde se faz necessário conquistar 40 pontos em um intervalo de três anos consecutivos para um piloto ter direito à mesma. A entidade criou formas de pontuar as demais categorias, mundiais, continentais, regionais ou mesmo nacionais (em alguns casos), algo que não deixa de ser um critério, mas não sem questionamento sobre a justiça dos mesmos.

 

Os pilotos da Fórmula Indy tem uma pontuação menor do que a dos pilotos da Fórmula 2. Apesar dos campeões de ambas as categorias receberem 40 pontos, o vice campeão da categoria de monopostos norte americana recebe o mesmo número de pontos do quarto colocado da Fórmula 2 e o terceiro colocado da Fórmula Indy recebe os mesmos 20 pontos do terceiro colocado do campeonato da Fórmula 3.

 

A questão é controversa e existem questionamentos em ambas as direções. Pilotos que competiam na Fórmula Indy – norte americanos, canadenses ou de outros países – foram correr na Fórmula 1 e tiveram desempenhos bastante distintos, assim como pilotos europeus e de outros continentes, que competiram nas categorias de base na Europa e mesmo na Fórmula 1, foram correr na Fórmula Indy em certa altura de suas carreiras, igualmente com diferentes níveis de resultados.

 

Alguns casos são bem emblemáticos. Michael Andretti era o campeão da Fórmula Indy e tinha vencido oito corridas na temporada de 1992 quando chegou na McLaren em 1993 para ser o companheiro de equipe de Ayrton Senna. Além do fato da McLaren não ser mais uma equipe competitiva, ele estava ao lado de um piloto diferenciado tecnicamente e que prezava por ter a equipe trabalhando em função dele. Andretti não chegou sequer ao fim da temporada, sendo substituído por Mika Hakkinen.

 

Alessandro Zanardi, piloto italiano que teve a carreira tragicamente interrompida e que se reinventou como ser humano e como esportista após o trágico acidente que amputou suas pernas, não conseguiu se estabelecer na Fórmula 1 quando saiu das categorias de base e foi correr nos Estados Unidos, onde fez enorme sucesso, foi campeão da Fórmula Indy e, após alguns anos nos Estados Unidos, foi levado para a Williams, onde correu ao lado de Ralf Schumacher (um bom piloto, mas sem a mesma capacidade de seu irmão) e, assim como Michael Andretti, não conseguiu ter um desempenho a altura de seu companheiro de equipe.

 

Já Juan Pablo Montoya, que fez a trajetória nas categorias de base europeias, sem conseguir espaço na Fórmula 1, migrou para os Estados Unidos e estabeleceu-se na Fórmula Indy, o que acabou por leva-lo de volta à Europa e abriu-lhe as portas da Fórmula 1, onde disputou o título em 2003 e conquistou vitórias pela Williams e McLaren nos anos em que permaneceu na categoria, só não conseguindo o mesmo sucesso de Jacques Villeneuve, que saiu da categoria norte americana para ser campeão da Fórmula 1 em 1997 pela Williams.

 

Bernie Ecclestone alimentava o desejo de ter um piloto norte americano competindo e vencendo na Fórmula 1. As suas últimas “tentativas” foram Scott Speed e Alexander Rossi, mas ambos, sem ter um carro competitivo nas mãos – e sabemos o quanto isso faz diferença na categoria – e sem um mecenas para financiar um cockpit em um carro de ponta, não conseguiram se estabelecer e retornaram aos Estados Unidos.

 

Entre as pessoas que acompanham as duas categorias, creio que uma parte considerável entende ser possível termos Josef Newgarden, Colton Herta, Alex Palou e Patrício O’Ward como pilotos em um grid da Fórmula 1. Em um carro competitivo, seriam capazes de disputar posições entre os primeiros e poderiam se estabelecer na categoria. Não seria o caso da FIA rever a pontuação da Fórmula Indy, ainda que equiparando-a à Fórmula 2?

 

Um abraço e até a próxima,

 

Fernando Paiva

 

 
Last Updated ( Thursday, 12 May 2022 10:42 )