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De Elétricos a V8, de 2 a 4 rodas e os pensamentos de Vettel PDF Print E-mail
Written by Administrator   
Monday, 16 May 2022 07:15

 

Olá leitores!

 

Como vocês estão? Espero que todos encontrem-se bem. Esse final de semana não teve como reclamar da falta de opções para acompanhar esporte a motor, as opções foram as mais variadas possíveis. Dos motores elétricos da Fórmula E aos V-8 aspirados de grande capacidade cúbica dos NASCAR, em 2 ou 4 rodas, pistas grandes, médias ou pequenas, temporárias, permanentes, o que não faltou foi opção. Aparentemente só quem está sem opção é Sebastian Vettel, que em um momento digno da “Comenda Rubens Barrichello de Incontinência Verbal” resolveu ir em um programa de entrevistas britânico para falar sobre assuntos fora do campo do esporte a motor, e como quem muito fala dá bom dia a cavalos o tetracampeão alemão acabou soltando pérolas que fariam Stanislaw Ponte Preta rir desbragadamente. Questionado se um defensor de causas como a sustentabilidade não seria um hipócrita em participar de um esporte amplamente consumidor de combustíveis não renováveis, ele concordou e disse que se faz a mesma pergunta frequentemente. Pois bem, Tião Alemão, entendo que você disse amar pilotar automóveis de corrida, mas... a solução existe: deixe sua vaga na Fórmula Um para algum piloto com vontade de mostrar serviço (coisa que parece que Vossa Senhoria perdeu faz algum tempo) e abrace a Fórmula E ou mesmo a Extreme E, se for o caso já existem outras categorias elétricas despontando que com certeza se aproveitariam muito da presença de um tetracampeão da F-1 para ganhar visibilidade midiática. Não se reprima, como diria o refrão de uma música de uma “boy band” de origem latina dos anos 80.

 

Por falar em sustentabilidade, comecemos pela categoria das furadeiras, ops, Fórmula E, que foi até a capital da Alemanha para uma rodada dupla naquele que eu considero o mais interessante palco das corridas da categoria, o antigo aeroporto de Tempelhof, que após ser desativado se transformou em um enorme parque aberto ao público (fosse em São Paulo, ele teria virado um condomínio de prédios de alto luxo, um shopping center, ou um condomínio com um shopping fazendo parte do complexo; por isso a Alemanha é um país de primeiro mundo e o Brasil... bom, deixa pra lá) e que oferece um espaço interessantíssimo para a criação de uma pista de corridas. Tão especial que a pista pode ser percorrida seja no sentido horário como no anti-horário. No sábado a corrida aconteceu no sentido anti-horário, e definitivamente o grande nome foi Edoardo Mortara (Venturi), que não apenas fez a pole position como com muita garra conseguiu manter a liderança a prova toda, mesmo com um bocado de gente atrás dele tentando ganhar a posição. Definitivamente não foi o que se pode chamar de “vitória fácil”, muito ao contrário. Ao passo que a primeira posição se manteve imutável, atrás de Mortara a disputa e troca de posições foi uma realidade. Ao cabo dos 46m16 de corrida quem ficou com a 2ª posição foi Jean-Éric Vergne (DS), que largando do 4º lugar fez uma corrida inteligente, teve oportunidade de atacar Mortara mas acabou tendo que se defender no final das investidas do 3º colocado, Stoffel Vandoorne (Mercedes), que fez uma belíssima corrida partindo do 8º lugar para o pódio. No tocante aos brasileiros, Sérgio Sette Câmara fez o que pôde com seu horroroso Penske e terminou em 17º após uma brilhante classificação (largar em 7º com aquele carro é demonstração de talento), e Lucas di Grassi teve de abandonar, ficando com a 21ª posição. No domingo o sentido da pista inverteu para o horário (pessoalmente acho que nesse sentido o traçado é mais interessante, mas o mais impressionante é que o lugar de acionamento do Modo Ataque fica horrível em ambos os sentidos) e dessa vez a vitória ficou com equipe alemã: as equipes Mercedes e Venturi disputaram bravamente as primeiras posições e como resultado disso ocuparam os lugares alternadamente, com Mercedes em 1º e 3º (respectivamente Nyck de Vries e Stoffel Vandoorne) e Venturi em 2º e 4º lugares (pela ordem, Edoardo Mortara e Lucas di Grassi). Mortara tentou com afinco repetir o resultado do sábado, tanto que além da pontuação pela pole position ele também levou o ponto extra pela melhor volta da corrida, mas... não deu. Novamente Sette Câmara brigou contra um equipamento de qualidade duvidosa e terminou em 19º lugar. Em ambas as corridas ele chegou à frente do companheiro de equipe, ao menos isso, que é o que dá pra fazer com o carro que tem.

 

E o mês de maio em Indianapolis começou com uma das melhores corridas em circuito misto desde que foi adotado o novo carro com o Aeroscreen. Sim, a chuva ajudou (ou atrapalhou, depende do ponto de vista), e ao invés das 82 voltas previstas a corrida terminou com 75 voltas por conta do limite de 2 horas de prova atingido durante a última bandeira amarela, causada por conta da batida de Montoya (sim, AQUELE Montoya mesmo que vocês estão pensando) no muro naquele trecho de saída do misto para a pista do oval, mas mesmo as seguidas intervenções de bandeira amarela causadas por pilotos que – talvez por falta de intimidade com o piso molhado – não conseguiam dar uma volta sem rodar ou bater em algo/alguém não apagaram o brilho da corrida. Numa prova com ritmo de loteria, quem tirou o bilhete da sorte foi Colton Herta, conquistando não só sua primeira vitória esse ano como a primeira de um carro com motor Honda nessa temporada. Em 2º terminou Simon Pagenaud, largando lá do 20º lugar e dando um show na pista. O 3º lugar foi ocupado pelo atual líder do campeonato, Will Power. Helinho Castroneves saiu do 19º lugar para terminar em 14º, apanhando muito dos “chutes” do estrategista sobre o que fazer a cada bandeira amarela.

 

O Mundial de Motovelocidade foi até a França e, assim como nos EEUU na véspera, a chuva fez a sua parte no sentido de aumentar a imprevisibilidade da competição. Problema que ela chegou justo na categoria que é mais imprevisível, a Moto3. Mas tudo bem, como vovó já dizia, entre mortos e feridos salvaram-se todos... e para mostrar que efetivamente alegria de brasileiro dura muito pouco, Diogo Moreira largou de forma espetacular após a bandeira vermelha, mas logo perdeu diversas posições, recebeu penalização de volta longa por infringir limites de pista, e ao final de tudo o 14º lugar não foi de todo ruim. Ao menos se manteve pontuando. A vitória, como de costume definida nas últimas curvas, ficou com Jaume Masia (KTM), seguido por Ayumu Sasaki (Husqvarna) a 15 centésimos de segundo de diferença, e o pódio ficou completo com Izan Guevara (GasGas), a 22 centésimos do líder... na Moto 2 a corrida foi bem mais tranquila, e quem não teve muito a reclamar foi a equipe Red Bull KTM Ajo: por um lado a frustração de ver o Pedro Acosta cair sozinho quando liderava a prova... mas como logo atrás vinha Augusto Fernandez, que levou a equipe ao degrau mais alto do pódio, comemoraram a vitória do mesmo jeito. Em 2º, pouco mais de 3,5 segundos atrás, chegou Aron Canet, e o degrau mais baixo do pódio foi ocupado por Somkiat Chantra. Na MotoGP uma corrida das mais interessantes, e que parecia endereçada para ficar nas mãos de Francesco Bagnaia (Ducati), que veio num crescendo de posições e já tinha feito um belo duelo com Miller pela liderança, mas... a frente da moto foi embora, e com ela as chances de vitória. Entretanto, o hino italiano tocou no pódio sim! Pela terceira vez na temporada, Enea Bastianini levou sua Ducati 2021 da equipe Gresini (que a transmissão tabajara continua chamando, desrespeitosamente, de “equipe da viúva”) ao topo do pódio, deixando os modelos 2022 da equipe oficial pra trás. O 2º lugar ficou com a Ducati de fábrica de Jack Miller, ao passo que em 3º lugar chegou Aleix Espargaró (Aprilia). A torcida francesa lotou as arquibancadas de Le Mans na esperança de comemorar uma vitória do atual campeão Fabio Quartararo, mas para desapontamento das mais de 100 mil pessoas que compareceram os dois pilotos “de casa”, Quartararo e Zarco, chegaram respectivamente em 4º e 5º lugares, portanto fora do pódio.

 

A Stock Car foi fazer sua etapa na pista de track day, o Velocittà, com direito a plateia ilustre: sim, ele, o Mau Velhinho, esteve lá com seu elegante penteado, para prestigiar a etapa. Na primeira corrida do dia, Ricardo Zonta (Corolla) aproveitou a falta de retas e de pontos de ultrapassagem da pista pra fazer valer sua pole position e venceu a corrida, sendo acompanhado no pódio por Rubinho Barrichello (Corolla) na 2ª posição e por Felipe Lapenna (Cruze) no degrau mais baixo do pódio. Na segunda corrida do dia, para alegria de quem gosta de boas disputas na pista, a vitória ficou com o argentino Matías Rossi (Corolla), que soube se defender muito bem, mesmo já sem push-to-pass disponível, das investidas de Ricardo Maurício (Cruze), que chegou em segundo... mas não levou. Motivo: desclassificado, pois sua equipe colocou no carro dele um pneu traseiro que estava designado para seu companheiro de equipe... assim sendo, o 2º lugar no pódio ficou mais uma vez com Barrichello, e o 3º lugar ficou com Bruno Baptista (Corolla).

 

A NASCAR foi até o Kansas para uma prova na pista mais tradicional da categoria, o oval de 1,5 milha, e nessa condição os pilotos mais “da antiga” tiveram chance de um bom resultado. E no Kansas apenas pilotos com K venceram estágios: o 1º ficou com Kyle Busch, o 2º com Kurt Busch, e no estágio final, após duelos contra Kyle Busch e Kyle Larson, a vitória ficou para Kurt Busch, que ao levar o Toyota da equipe 23XI Racing ao Winner’s Circle alcançou a marca de ser o piloto que venceu na categoria principal com 4 marcas diferentes (Chevrolet, Dodge, Ford e Toyota). Em 2º chegou Kyle Larson (Chevrolet), em 3º Kyle Busch (Toyota), em 4º Denny Hamlin (Toyota)e fechando o Top 5 Christopher Bell (Toyota). Muito Toyota na frente? Pois é.. mas tem mais! Um em 6º (Martin Truex Jr.) e outro em 10º (Bubba Wallace)... e a título de curiosidade, o piloto que chegou em 4º é sócio da equipe do vencedor e do 10º colocado. Uma corrida das mais interessantes, reconheço.

 

Até a próxima!

 

Alexandre Bianchini

 

 

Nota NdG: Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do site Nobres do Grid.