Amigos, a corrida de Singapura mostrou situações e decisões que podem mudar os rumos do mundial de Fórmula 1 em 2010. 

No caso da Ferrari tudo parece bem melhor do que se dizia antes do GP asiático. Alonso foi a imagem da tranquilidade desde os treinos de sexta-feira. O espanhol não foi feliz nos primeiros treinos e alegou que não andou de tanque cheio, pois acabou parando na pista após uma saída na área de escape. Nenhum problema. Depois o desempenho de Fernando na manhã de sábado e no treino para o grid, superaram em muito as expectativas. Que a Ferrari pudesse fazer a pole, mesmo com poucas possibilidades, era algo viável. Jogando no erro de Vettel na volta rápida, Alonso foi soberano, e colocou a "Rossa" na pole position. 

Na corrida, o espanhol não cometeu nenhum erro. Vettel também se redimiu, não errando mais em uma pista que convida o tempo todo ao toque no muro ou a "decolar" na chicane. De qualquer forma foi uma perseguição honesta e limpa, e a Ferrari conseguiu o seu melhor desempenho com alta pressão aerodinâmica. Alonso retornou a briga pelo título de forma concreta e agressiva. Não existe mais dúvida sobre as chances do espanhol no mundial. A próxima prova, em Suzuka no Japão, é favorável (em teoria) a RBR. Mas alguém arriscaria dizer que Alonso não vai, mais uma vez, achar o acerto ideal e bater a RBR e a McLaren? Penso que descartar o espanhol em qualquer prova daqui para a frente será um erro. 

Quem jogou fora a corrida foi Lewis Hamilton, como aconteceu em Monza quando Lewis tocou na largada com Massa e abandonou. Agora foi a vez de Hamilton tocar em Webber, em uma tentativa de ultrapassagem do inglês sobre o australiano. Nenhum culpado, puro acidente de corrida. Mas Lewis levou a pior. Abandonou e viu o rival direto pelo título sair com um 3° lugar. Caso a McLaren não leve Hamilton ao título, a culpa será mais dele do que da equipe. 

No outro extremo do desempenho de Alonso na Ferrari está seu companheiro Felipe Massa. O brasileiro está amargando o seu momento mais difícil dentro da equipe de Maranello. Felipe parece desmotivado, não existe modo de negar. Por mais que Massa fale em desenvolvimento, trabalho e continuidade dentro da Ferrari, tudo fica no vazio quando o vemos na pista. Burocrático, muitas vezes até apagado, com um nível de pilotagem apenas suficiente para completar as provas e auxiliar o companheiro de equipe. Nesta corrida de Singapura nem isto ele conseguiu fazer, pois Alonso ficou sozinho o tempo todo, se virando com Vettel como podia.  

Para encerrar, devo externar um pensamento que tenho já faz tempo. Existe aquele piloto que nasceu para ser segundo de alguém. Nenhum demérito, pois a F1 marca em sua história nomes sensacionais que trabalharam por alguma equipe em prol do desenvolvimento do carro e dos pontos no campeonato de construtores. Muitos ajudaram seus parceiros a serem campeões do mundo, e demonstraram satisfação com o trabalho bem realizado na profissão de piloto profissional. Não é o caso de Massa.

Felipe, após a situação do GP da Alemanha, onde abriu para Alonso passar, está triste, e algumas vezes em suas declarações podemos captar a insatisfação com a posição assumida dentro da Ferrari. Penso sinceramente que Felipe só vai recuperar a vontade de vencer e de visar o título mundial quando deixar a Ferrari por uma outra equipe que tenha um projeto para ele dentro da F1. Quando vai acontecer isto? Pode até não acontecer nunca. A vida muitas vezes não abre mais portas. O tempo dirá.  

Um abraço e oremos sempre. 

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