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A corrida da FIA por profissionais qualificados é real? PDF Print E-mail
Written by Administrator   
Wednesday, 18 May 2022 19:56

Caros Amigos, Acredito que uma grande parte dos meus estimados leitores acompanha noticiários que vão além do automobilismo e nos últimos anos, em alguns seguimentos do mercado profissional brasileiro temos visto a falta de profissionais qualificados para preencher as vagas disponíveis.

 

Esta situação não é uma particularidade do Brasil. Um exemplo de busca de profissionais no exterior para ocupar posições estratégicas que são correntemente abertas é o do Canadá, que “importa mão de obra” qualificada em diversos níveis. No Brasil é um pouco mais difícil de fazer isso devido ao baixo percentual de cidadãos brasileiros que dominam um idioma estrangeiro.

 

Este problema em “encontrar profissionais qualificados” está sendo o motivo de grandes discussões nesta semana que antecede o Grande Prêmio da Espanha de Fórmula 1 devido a declaração do presidente da Federação Internacional de Automobilismo, Mohammed Bin Sulayem sobre esta “falta de pessoas” para posições chave, em particular para a direção de prova. Segundo o mandatário da entidade, é preciso realizar uma campanha de recrutamento para suprir essa falta de falta de pessoas na FIA.

 

O ponto mais polêmico foi o manifesto desejo de ter um mínimo de três diretores de corrida para a Fórmula 1, preferencialmente até o início do próximo ano e que, caso julgue necessário, Michael Mais – o pivô de todo o imbróglio do final da temporada de 2021 – ainda tem lugar na FIA e, poderia ser chamado a retornar ao posto de diretor de provas na Fórmula 1, entre outros pontos que comentou, como buscar os co-pilotos de rallies para compor os quadros de trabalho.

 

Durante o final de semana do Grande Prêmio de Miami, uma disputa fora da pista chamou a atenção da imprensa lá presente: A FIA decidiu cobrar que os pilotos removam correntes, anéis, piercings e outros adornos. Lewis Hamilton, que usa diversos desses adereços protestou sobre a decisão e foi mais um capítulo na relação contestadora e ativista que o hepta campeão do mundo protagonizou, algo que – aparentemente – incomoda demasiadamente o presidente da FIA.

 

Há rumores no paddock de que Lewis Hamilton estaria sendo perseguido pela Federação Internacional de Automobilismo na figura de seu presidente, que não concorda com as posições e declarações do piloto em seu ativismo a favor dos direitos humanos e por ter sido um dos líderes entre os pilotos que não queriam correr na Arábia Saudita. E essa teria sido a razão para a repressão repentina das joias após o regulamento que as proíbe há 17 anos, mas nunca havia sido imposta antes pela entidade.

 

A situação vivida por Lewis Hamilton em um embate contra o Presidente da Federação Internacional de Automobilismo não é o primeiro conflito de um piloto contra o chamado “sistema”. Entretanto, o caso do piloto inglês tem um forte componente extrapista em que o uso de caminhos alternativos estariam sendo utilizados para atingir àquele que “incomoda”. Coincidentemente, no final dos anos 80 um outro piloto foi perseguido pelo presidente da entidade por seus questionamentos – neste caso a uma decisão política que afetou uma decisão esportiva.

 

Certamente todos os meus estimados leitores lembram do que aconteceu no Grande Prêmio do Japão em 1989, quando Alain Prost jogou o carro em cima do carro de Ayrton Senna, que após a colisão, voltou à pista, recuperou-se e venceu a corrida, o que adiaria a decisão do título para a corrida na Austrália, mas o então presidente da FIA, Jean-Marie Balestre, interferiu diretamente – fato que ele assumiu anos depois – e pressionou os comissários a desclassificarem Ayrton Senna da prova. Diante das declarações do piloto brasileiro, ele ameaçou não renovar a superlicença de Ayrton, impedindo-o de disputar o campeonato de 1990. Este impedimento não aconteceu, mas a pressão foi feita.

 

Os delegados representantes do Conselho Mundial elegeram Mohammed Bin Sulayem presidente da FIA e ele tem afirmado que “precisa devolver a FIA ao seu antigo papel”. Seria este papel o dos tempos de Jean-Marie Balestre? Espero que não.

 

Um abraço e até a próxima,

 

Fernando Paiva