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Testes da F1 2011: Uma análise mais profunda PDF Print E-mail
Written by Administrator   
Wednesday, 16 February 2011 17:17

 

 

Amigos, os testes de Jerez terminaram, e mostraram algumas coisas importantes para as equipes. Acima estão os tempos combinados dos 4 dias de testes em Jerez. Nos testes de Valência muita coisa foi deixada de lado devido ao início dos trabalhos. O objetivo no Circuito de “la Comunidad Valenciana”,  era basicamente que apenas os primeiros “shakedowns” fossem  realizados. É claro que se arriscou um pouco,  com as equipes tentando fazer os seus “long runs” com os novos pneus Pirelli, bem como os primeiros testes da asa traseira móvel.  

 

Mas no computo geral os testes que começaram a ter uma cara mais próxima do que será a F1 em 2011, foram os de Jerez de la Frontera. Em Jerez a situação dos pneus ficou mais clara, e o desgaste dos compostos foi  melhor avaliado. Vários pilotos reclamaram dos compostos super macio e macio, e isso não é novidade. 

 

Eu mesmo já escrevi aqui que a dificuldade básica da Pirelli seria trazer compostos mais moles, com durabilidade suficiente para que valesse a pena usá-los, privilegiando a performance. Mas parece que ainda existem dúvidas da empresa italiana sobre o custo benefício entre um composto mais duro, que renda menos e dure mais, ou um mais mole, que renda mais mas dure menos.  

 

Com a potência do KERS (dispositivo de recuperação de energia cinética) descarregada para as rodas de maneira rápida, os pneus mais macios não estão aguentando. Já com os pneus médios, o desempenho é mais uniforme, e poderá ser esta a opção básica para a maioria das equipes em 2011. Outra questão fundamental, levantada entre outros pelo campeão de 2009 Jenson Button, é a mudança na estratégia de corrida. Pode até ser que neste primeiro ano da Pirelli os circuitos onde 2 pit stops bastavam, as paradas passem a ser de 3 pits, sendo uma delas para o uso de pneus  macios ou super  macios. Sem dúvida que é algo a ser estudado com atenção ainda nos testes de Barcelona no próximo dia 18. O circuito catalão é o que mostra mais dados históricos para as equipes da F1, devido ao número de vezes que a categoria testou por lá. Além disso é o primeiro circuito que será utilizado na temporada (GP da Espanha) que abrigará os testes de início de ano. Os números relativos aos pneus em Barcelona serão de grande valia para os times e a Pirelli. 

 

Outra questão fundamental é o KERS. O dispositivo de recuperação de energia cinética poderá dar lucro ou prejuízo, conforme a situação de cada equipe. Vejam por exemplo o caso da Williams. O chassi parece ser muito interessante. Rubens Barrichello fez o melhor tempo dos 4 dias de testes em Jerez. Só que o KERS teve defeitos constantes,  com Maldonado e  com Rubinho. Existe um problema sério na Williams relativo a refrigeração do dispositivo, e isso nem sempre é resolvido com facilidade. 

 

Na Ferrari a maneira de utilização do KERS também ainda carece de alguns acertos, e aquele incêndio no carro de Felipe Massa no primeiro dia de testes em Valência ainda não ficou muito claro. De qualquer forma a equipe de Maranello fez ótimos “long runs” com Alonso e Massa,  sendo que o espanhol foi quem mais andou em Jerez. Isso pode ser um fator importante para o uso e consumo dos pneus,  bem como para a utilização da asa traseira móvel e o KERS durante as corridas. Quem anda mais geralmente entende melhor o seu carro e o  seu projeto. Passando os números "pela peneira", a Ferrari foi a equipe que teve o desempenho mais consistente. 

 

A Mclaren apareceu um pouco “low profile” nestes testes de Jerez. Com seu novo carro, bonito e com inovações, a equipe de Woking ficou devendo. O 7º tempo de Button e o 8º tempo de Hamilton, foram resultados muito magros para um carro que parecia que seria a vedete dos testes. Pode ser que a McLaren esteja escondendo o jogo. Isso é coisa que todo ano se comenta e se espera. Mas também foi demais a “camuflagem”,  já que Button reclamou dos pneus o tempo todo. É para aguardar e esperar melhores performances. 

 

A Lotus Renault fez bonito tanto em Valência quanto em Jerez. Infelizmente Kubica está fora devido ao grave acidente em rali na Itália, mas mesmo assim mostrou o que o carro faz marcando o melhor tempo em Valência. Já em Jerez, Heidfeld, que deve substituir mesmo o polonês, marcou um tempo excelente, que acabou sendo o 3º melhor dos 4 dias de testes. Bruno Senna está conformado com a posição de piloto de testes da Lotus Renault, e não aceitou o leilão pela vaga. Senna treinou no último dia, e disse claramente que a equipe precisa de um piloto mais experiente. Bom, pelo menos Bruno foi consciente e honesto com a torcida brasileira e consigo mesmo. O carro da Lotus Renault dará trabalho com certeza aos adversários. 

 

Na Mercedes existem sérias dúvidas. O carro é bom mesmo como mostrou Schumacher marcando o 2º tempo dos testes em Jerez, ou foi apenas algo isolado, já que Rosberg teve problemas, e fez apenas o 18º tempo da semana? A resposta virá com o tempo. Schumacher não escondeu que estava com os pneus super macios quando marcou o melhor tempo  da Mercedes. Aliás, não adiantava esconder mesmo, já que os compostos são identificados pelas cores.

 

Só que o alemão alegou também que não estava com pouco combustível não, como foi falado no momento da ótima volta. Penso que Ross Brawn é muito malandro, no bom sentido, e deixou todos na dúvida do real desempenho e confiabilidade da Mercedes. 

 

A Red Bull foi apagada nos testes em Jerez. Mark Webber em 13º e Sebastian Vettel em 14º, são resultados muito fracos para a equipe campeã do mundo em 2010. Adrian Newey deixou  o carro mais ou menos com as mesmas características do monoposto do ano passado. Em time que está ganhando não se mexe, é o que se fala no futebol. Essa máxima não vale para a F1. Pode até ser que, como se comenta da McLaren, a RBR esteja escondendo o jogo, mas é uma hipótese remota para tempos tão fracos como os dos treinos em Jerez. 

 

Agora é aguardar os testes de Barcelona, que trarão muito mais subsídios para uma análise ainda mais profunda da F1 em 2011. Sempre lembrando que o que se passa nos bastidores de cada equipe é algo que apenas e tão somente  os técnicos e engenheiros, ao lado dos pilotos, é que sabem com detalhes. A nós cabe avaliar números e performances, e aguardar resultados concretos nas pistas. 

 

Um abraço e oremos sempre. 

 

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Last Updated ( Wednesday, 16 February 2011 17:30 )