Olá leitores! Como estão? Espero que todos bem. Estou bastante aliviado que esse domingo finalmente chegou uma frente fria, a umidade do ar voltou a níveis aceitáveis e a fumaça das queimadas dos cidadãos de bem do agronegócio se dissipou um pouco. Respirar é bom. Vamos ver quanto tempo vai levar para a situação ficar irrespirável novamente... Vamos começar com o WEC, que foi até as vizinhanças do Monte Fuji para uma etapa muito disputada do começo até o final. Corrida das mais interessantes. Desde a pole position da Cadillac na casa da Toyota até o final da corrida, com intensa disputa entre os GT3, uma corrida que não deixou o espectador se acomodar. A vitória na geral ficou com o Porsche #6 de Estre/Lotterer/Laurens Vanthoor, que enfiou mais de 15 segundos de vantagem para o segundo colocado, o BMW #15 de Dries Vanthoor/Marciello/Wittmann. No degrau mais baixo a grata surpresa da etapa, o Alpine #36 de Mick Schumacher/Lapierre/Vaxiviére, que se comportou muito bem na pista japonesa e obteve um ótimo resultado para a equipe. Na LMGT3, vitória do Ferrari #54 de Flohr/Castelacci/Rigon, que nas últimas voltas despachou o Porsche #92 de Malykhin/Sturm/Bachler, com os líderes do campeonato tendo de se contentar com a 2ª posição, e foram acompanhados no pódio pela tripulação do BMW #46, de Valentino Rossi/Martin/Harthy. Excelente corrida do Lambo #85 das Iron Dames, com a Gatting não se intimidando com adversários que a subestimaram e partindo, quando necessário, para a troca de tintas nas carrocerias. Muito boa mesmo a corrida das meninas. A Fórmula Um foi até o Azerbaijão para a corrida de Baku, e se não foi uma corrida tão boa quanto as últimas 3 etapas, também esteve longe de ser uma prova ruim. O bom de Baku é que é uma pista de rua que tem pontos de ultrapassagem, e permite ao pessoal que sabe como andar forte sem depender de áreas de escape generosas para chegar ao fim da corrida mostrar seu potencial. Oscar Piastri venceu e convenceu, pressionando com eficiência o pole position Charles Leclerc, o ultrapassando com arrojo e depois resistindo bravamente às tentativas do Perceval de recuperar a liderança. Leclerc, depois de duas corridas em seguida muito boas, voltou ao seu desempenho habitual e mais uma pole position não foi convertida em vitória. As tentativas dele de ultrapassar Piastri foram... deixa pra lá. O piloto que tenta 4 vezes de uma maneira, percebe que dessa maneira não dá certo e continua insistindo na maneira errada, desculpem, mas não dá pra passar pano para ele. Perceval nas últimas voltas foi atacado por Pérez, que fez uma bela corrida numa pista na qual ele se dá muito bem, mas depois que Pérez foi ultrapassado por Sainz Jr. aparentemente deu uma pane cerebral no mexicano e ele e Sainz se enroscaram da maneira mais bizarra possível na penúltima volta. Bizarro é o termo correto para o ocorrido. Com isso, o 3º lugar caiu no colo de George Russell. Lando Norris, após um erro primário da equipe na escolha do momento de soltar ele na pista fazer com que ele largasse lá no fundo do pelotão, ainda conseguiu um 4º lugar, imediatamente à frente de Verstappen, que teve um final de semana digno de Felipe Massa (entendedores entenderão). Grande final de semana para a Williams, que terminou com seus carros em 7º e 8º, respectivamente Albon e Colapinto, mostrando que uma parte dos problemas de desempenho da equipe se devia ao Logan Sargeant... quem teve motivos para comemorar foi Oliver Bearman, substituindo Magnussen, que chegou em 10º à frente do Hülkenberg, muito mais acostumado ao carro que a jovem promessa britânica. Os experientes ficaram em 6º (Alonso) e 9º (Hamilton). O TCR South America iniciou sua parte argentina no sopé dos Andes, na excelente pista de Villicum, uma aula de como construir uma pista com os boxes do lado oposto à primeira curva E um retorno à pista seguro (aprendam, tapuias, não copiem o Velocittá), algo inimaginável para os padrões bananeiros. Quem deu show foi nosso conhecido Matías Rossi, que venceu as duas corridas do final de semana, mesmo tendo enfrentado alguns problemas de freio nas voltas finais da primeira corrida. Não deu a menor chance aos rivais. Na primeira prova ele largou na pole e dominou a corrida como quis; foi acompanhado no pódio por Juan Manuel Casella na 2ª posição e por Matias Cravero na 3ª posição. Na segunda corrida, com o grid invertido para os 8 primeiros colocados na largada, Rossi foi ainda mais impressionante, fazendo uma corrida digna de registro no manual. Aproveitando do seu bom conhecimento do traçado, galgou todas as posições necessárias até a última volta e mais uma vez deu um show. Foi acompanhado no pódio por Juan Casella na 2ª posição, que foi muito útil para diminuir a distância dele para o líder do campeonato, Pedro Cardoso. O degrau mais baixo do pódio foi ocupado por Galid Osman, se recuperando da complicada primeira corrida do dia. Em outubro os carros voltam à pista, dessa vez em Buenos Aires. Tivemos nesse domingo a decisão do título da Indycar, e com o maior merecimento Alex Palou conquistou seu terceiro título na categoria. Na prática o título foi decidido na 12ª volta, quando Will Power (que tinha chances matemáticas de título se terminasse entre os 3 primeiros colocados) teve que parar por conta do cinto de segurança que se soltou... inacreditável esse tipo de coisa acontecer na Penske, mas a vida tem dessas coisas. Até ele conseguir retornar à pista, 5 voltas se passaram, e a chance de título foi pelo ralo. Aí o trabalho de Palou foi terminar a corrida. O que não significa que a prova de Nashville foi chata, pelo contrário. Especialmente as últimas voltas foram muito boas, com uma disputa acirrada entre Pato O’Ward e Colton Herta, com esse último se sobressaindo e conquistando sua primeira vitória em circuito oval na categoria principal. O pódio ficou completo com Newgarden. Pietro Fittipaldi teve um domingo difícil, terminando em 21º lugar a duas voltas dos líderes. Agora é lutar por um 2025 melhor. A NASCAR foi até o estado de Nova Iorque para a etapa de Watkins Glen, e a histórica pista foi um calvário para os pilotos que participam dos Playoffs. Pra ter uma ideia, nenhum chegou no Top-5. O atual campeão, por exemplo, ficou já na primeira volta, quando se envolveu em um belo de um enrosco com outros pilotos que também estão na busca pelo título. Aparentemente o pessoal está achando que o carro é uns 20cm mais estreito do que efetivamente é, ou o otimismo anda exacerbado ao achar que dá pra fazer 3-wide em circuito misto como tentaram fazer. E claro que numa pista oldschool como Watkins Glen muito dificilmente quem cresceu correndo em ovais se daria bem. Vitória, já na prorrogação (sim, conseguiram um pace car no final de uma prova em circuito misto, por incrível que pareça), ficou com Chris Buescher, que na última volta aproveitou uma porta entreaberta pelo astro do Supercar V-8 australiano van Gisbergen para assumir a liderança, deixando o neozelandês (que ano que vem participará da temporada completa pela Trackhouse) em segundo. A terceira posição ficou com outro especialista de mistos, Carson Hocevar. Ross Chastain liderou mais da metade da corrida, mas teve de se contentar com o 4º lugar, e o Top-5 se encerrou com Zane Smith. Dentre os que disputam os Playoffs, o melhor colocado foi Chase Briscoe, na sexta posição. O que significa que a corrida do próximo sábado a noite em Bristol, onde serão decididos os 12 que passam para a próxima fase, tem enormes chances de ser proibida para cardíacos ou recordista de bandeiras amarelas, a conferir. Até a próxima! Alexandre Bianchini Nota NdG: Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do site Nobres do Grid.
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