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Rafael Câmara bate recorde de vitórias em uma temporada na FRECA PDF Print E-mail
Written by Administrator   
Monday, 28 October 2024 00:05

Alô galera que lê os Nobres do Grid... Salve Jorge!

 

Nesse final de semana tivemos corridas que encerraram as temporadas da Fórmula Regional Europeia e da FIA Fórmula 4 italiana, evento conjunto realizado no Autódromo Internacional de Monza.

 

Antes de falarmos sobre as corridas, vou comentar sobre as notícias que vieram da Europa e dos Estados Unidos em relação ao destino dos nossos pilotos para a temporada 2025.

 

A FIA Fórmula 3 realizou dois dias de testes pós-temporada no Autódromo de Barcelona com a presença de pilotos vindos de outras categorias. Rafael Câmara, já consagrado campeão da Fórmula Regional Europeia e integrante da Academia da Ferrari foi colocado na equipe Trident, vencedora dos dois últimos campeonatos da categoria. Pedro Clerot não participou dos testes, diferente dos seus companheiros de equipe MP Motorsport, Ivan Domingues e Brando Badoer.

 

Lucas Fecury, piloto de 21 anos, correrá pela equipe Exclusive Autosport na temporada 2025 do campeonato da USF2000 depois de uma temporada competindo pela DEForce Racing. Nicolas Giaffone ainda não teve os seus planos anunciados para a próxima temporada nos Estados Unidos, diferente de Caio Collet, que renovou seu vínculo com a HMD Motorsport para a temporada 2025 na Indy NXT.

 

Fórmula Regional Europeia

A principal categoria de acesso Pré-FIA dos monopostos encerrou a temporada com as corridas no Autódromo Internacional de Monza. Enquanto o campeão, Rafael Câmara, já assinado com a equipe Trident para a temporada 2025 da FIA Fórmula 3 ia fazer sua despedida da categoria enquanto Pedro Clerot, que não fez parte do programa de testes da MP Motorsport, tinha as últimas duas corridas para tentar ser o melhor novato da temporada.

 

 

O primeiro treino livre aconteceu na manhã de sexta-feira e Pedro Clerot mostrou um bom desempenho sob chuva, conseguindo a P4 com o tempo de 1m54,983s. Rafael Câmara ficou apenas na P25, tendo dado apenas 10 voltas e feito sua melhor passagem em 1m56,259s. A pista continuava molhada, mas o menor volume de água e um campeão mais focado colocou Rafael Câmara na P3, com 1m47,932s. Quem foi no caminho contrário foi Pedro Clerot, que ficou apenas na P25, com 1m49,758s. Com o volume de água e a visibilidade afetando a visão dos pilotos, fomos para o sábado na incerteza de como seria a classificação.

 

 

Na manhã do sábado teríamos o treino como o usual sistema de divisão por grupos. O primeiro grupo a ir para a pista foi o Grupo A, onde estavam os dois brasileiros. Como disse acima, teríamos. Tivemos um atraso no início da sessão devido às condições de pista, mais apropriada para uma corrida de jet-ski. Os boxes foram abertos e os carros do Grupo A foram pra pista e tentaram aquecer os pneus na água e na temperatura de 15°C.

 

 

Pilotando com visibilidade zero, antes de completarem 2 voltas a direção de prova deu bandeira vermelha após a rodada de Marta Garcia e dela quase ter atolado na grama (que era quase um lamaçal) tentando voltar pra pista. Após alguns minutos a direção de prova decidiu cancelar a sessão de treinos e definiu a segunda sessão de treino livre da sexta-feira como a sessão que definiria o grid para a corrida do sábado, colocando Rafael Câmara na P3 e deixando Pedro Clerot numa situação muito difícil, apenas com a P25.

 

Quatro horas depois, com a pista molhada, mas sem as condições terríveis da hora da classificação e, aparentemente, sem chuva, os pilotos vieram para pista. Os brasileiros tinham situações distintas: Rafael Câmara, estava confortável na P3 enquanto Pedro Clerot teria que operar um milagre para sair da P25 sob o spray que viria na sua viseira para chegar aos pontos. Precavidamente, a direção de prova determinou a largada atrás do safety car para os 30 minutos +1 volta de corrida, com o cronômetro acionado na saída das posições do grid.

 

 

A bandeira verde veio apenas na abertura da terceira volta e Rafael Câmara colou em Roman Bilinski e tomou a P2 no final da reta dos boxes, mas levou o troco na reta antes da segunda chicane. Pedro Clerot não largou bem e era o P26. Rafael Câmara continuava no ataque, mas tentando passar Roman Bilinski por fora, fez a manobra duas vezes, para na segunda chicane ganhar a P2 e deixar Bilinski atrapalhando James Wharton. Ugo Ugochukwu abriu 3s com isso. Pedro Clerot começou sua recuperação e a escalar o pelotão e fechou a volta 5 na P22, atacando Ivan Domingues.

 

 

Rafael Câmara logo era o mais rápido na pista e a disputa pela P3 ia deixando os adversários cada vez mais distante. Enquanto isso, Pedro Clerot brigava no pelotão que ia da P18 em diante, sem conseguir superar seu companheiro de equipe, mas ambos ganharam uma posição com o azar de Doriane Pin. Chegamos na metade da corrida com o campeão ainda 2,8s atrás do líder. Pedro Clerot e Ivan Domingues. superaram Romain Andriolo, que estava segurando o pelotão a 12  minutos do fim.

 

 

Nos 10 minutos finais Rafael Câmara continuava mais rápido, mas apenas alguns centésimos que o líder. Pedro Clerot conseguiu passar Kanato Le e Alessandro Giuste e assumiu a P18, mas ainda estava longe dos pontos. Pedro Clerot superou Zachary David e Liu Ruiqi subindo para a P16 a 6 minutos do final enquanto Rafael Câmara diminuía a diferença para o líder a 2,3s. Nicolas Lacorte rodou e entregou a P15 para Pedro Clerot, mas ficou montado num monte de grama após a primeira chicane.

 

 

A direção de prova precisou fazer a entrada do safety car a 5 minutos do final. Era a chance para Rafael Câmara tentar um ataque pela vitória (caso tivéssemos relargada) e atrapalhava a vida de Pedro Clerot, que estava na P15 e via o tempo de prova acabar sem poder continuar sua recuperação. A direção de prova liberou os pilotos para uma última volta insana (resta saber quem foi mais insano, se o pessoal da torre ou os pilotos na pista). Rafael Câmara manteve a P2, mas mais atrás, tentando ganhar posições, Pedro Clerot foi empalado numa briga e arrastado para fora da pista, ficando na brita. Rafael Câmara tentou chegar para atacar Ugo Ugochukwu, mas teve que se contentar com o 2° lugar.

 

 

Na manhã do domingo os pilotos voltaram à pista, desta vez menos molhada que no sábado, para o treino que definiria o grid da última corrida da temporada. O Grupo B foi o primeiro a ir para a pista e como os brasileiros não estavam nele, ficamos apenas com o tempo de referência para a briga pela pole position. Alessandro Giusti foi o mais rápido do grupo com o tempo de 1m55,943s.

 

Em seguida os pilotos do Grupo A foram para a pista com o campeão Rafael Câmara e Pedro Clerot, buscando se recuperar do mau resultado do sábado. A pista estava mais seca e, caso não voltasse a chover, eles levariam vantagem. Aberto os boxes foram todos para a pista tentar aquecer os pneus na pista fria a molhada. As voltas com tempos consideráveis só começaram a aparecer nos 8 minutos finais.

 

 

A chuva voltou a cair e com mais água no asfalto os tempos não estavam melhores que os do Grupo A. Pedro Clerot fez sua primeira passagem rápida em 1m58,556s e Rafael Câmara marcou 1m57,217s pouco antes. Na segunda volta rápida Rafael Câmara errou e por pouco não foi pra brita na curva de Lesmo. Pedro Clerot melhorou e foi para 1m57,625s, um tempo que dava a ele apenas a P10. Na volta seguinte, sem errar, Rafael Câmara marcou 1m55,984s, tomando a P1 provisoriamente.

 

 

Pedro Clerot reagiu e com 1m56,927 era o P5 a 4 minutos do fim. A pista melhorou um pouco e todo mundo veio baixando os tempos. Rafael Câmara foi ainda mais rápido com 1m55,580s. Pedro Clerot ainda era o P5 enquanto Rafael Câmara voava e fazia 1m55,308s. Pedro Clerot, que a transmissão não mostrava, ficou com 1m56,035s, mantendo a P5 e, nos últimos segundos, Theophile Nael superou Rafael Câmara por 6 milésimos para ficar com a pole position.

 

Quatro horas depois os pilotos voltaram para a pista pela última corrida da temporada. Rafael Câmara largava na P3 enquanto Pedro Clerot largava na P9 para buscar pontos na disputa do título de novato do ano. Finalmente tivemos pista “seca” e os pilotos podendo usar pneus slick. Após a volta de apresentação os pilotos voltaram às suas posições no grid e, apagadas as luzes vermelhas para os 30 minutos +1 volta, foi dada a largada.

 

 

Rafael Câmara largou bem e ganhou a P2 na primeira chicane e a liderança antes da segunda chicane de forma sensacional. Pedro Clerot escapou das confusões na primeira chicane e manteve sua P9, mas atacava Tuukka Taponen pela P8e os dois passaram Matteo De Palo, que na sequência atacou e jogou o brasileiro na brita, fazendo-o cair para a P10. Sem se preocupar com quem vina atrás, Rafael Câmara ia abrindo vantagem para a briga pela P2. Pedro Clerot recuperou a P9 sobre Zachary David na volta 3.

 

 

A vantagem de Rafael Câmara começou a diminuir na volta 4 com Alessandro Giusti se aproximando do brasileiro até Romain Andriolo bater forte na chicane Ascari e provocar a entrada do safety car. A relargada veio com 15 minutos para o final e Rafael Câmara relargou muito bem e conseguiu se proteger de Alessandro Giusti, mas no vai e vem nos carros antes da relargada, Brando Badoer bateu no carro â sua frente. Depois, na primeira chicane, mais uma batida, desta vez foi Pedro Clerot que errou feio a chegada na chicane, acertou Matteo De Palo e também Tuukka Taponen, tirando ambos da corrida. Safety car novamente na pista!

 

 

A relargada veio com 10 minutos para o final e estava claro que Alessandro Giusti estava mais rápido que Rafael Câmara, que relargou bem novamente, mas teria trabalho para manter a ponta até o final. O brasileiro se defendia como podia para não perder a liderança, mas tivemos mais uma batida na segunda chicane com Edgar Pierre levando a pior e depois uma batida forte na curva de Lesmo com Liu Ruiqi e arrastando Marta Garcia, que ficou com carro em chamas na barreira interna de proteção.

 

 

Os acidentes provocaram uma nova entrada do safety car para “salvar” Rafael Câmara. Foi dada a bandeira vermelha. A corrida foi encerrada sob bandeira vermelha e Rafael Câmara quebrou o recorde de vitória em uma temporada com 9 conquistas. E finalizando com 309 pontos, 73 a mais que James Wharton. Pedro Clerot terminou em 8° lugar no campeonato, com 93 pontos, sendo o 3° entre os novatos, mas ficando à frente de Ivan Domingues, também novato, em sua equipe.

 

 

FIA Fórmula 4 Itália

A principal categoria das FIA Fórmula 4 europeias e mundial encerrou a temporada com as corridas no Autódromo Internacional de Monza em evento conjunto com a Fórmula Regional Europeia. Infelizmente o piloto brasileiro Matheus Ferreira ficou de fora também desta etapa (ele já tinha ficado de fora da etapa anterior) e não temos novidades sobre seus planos para 2025. Filippo Fiorentino, que correu algumas etapas este ano também não participou.

 

Mas tivemos brasileiro no grid. Foi a chegada de Ciro Sobral, que assinou para esta etapa final pela Jenzer Motorsport, estreando na Europa. No primeiro treino livre, na sexta-feira, o brasileiro ficou na P33 entre os 39 pilotos inscritos, com sua melhor volta em 2m09,209s com pista molhada. No segundo treino livre Ciro Sobral melhorou (e a condição da pista também). Os tempos caíram significativamente e na melhor passagem ele fez 1m56,471s. Na tarde tivemos as sessões de treinos classificatórios. Na primeira sessão, novamente com pista molhada, Ciro Sobral mostrou uma ótima evolução e ficou com a P22 ao marcar 2m01,522s. Na segunda sessão o brasileiro não repetiu a performance e ficou em 29°, com o tempo de 2m01,519s.

 

 

Na manhã do sábado tivemos a primeira das três corridas. Ciro Sobral estava largando na P22. A pista estava muito molhada e a largada para os 30 minutos +1 volta foi dada atrás do safety car que ficou na pista por mais de 10 minutos até termos a bandeira verde. Com a “largada de verdade, Ciro Sobral conseguiu sobreviver no meio do spray e saiu ileso da primeira chicane mantendo sua posição, mas o estreante acabou perdendo duas posições nas primeiras voltas com bandeira verde e caiu para P24.

 

Ciro Sobral foi se adaptando às condições de pista e na volta 6 recuperou a P23 superando Lin Hodenius. Max Popov e Edward Robinson bateram na freada da primeira chicane e Ciro Sobral herdou a P21 com a entrada do safety car. A chuva voltou a aumentar e a relargada veio a 4 minutos do final. Ciro Sobral foi superado por Emanuele Olivieri. Com o carro de Enzo Yeh indo para a brita na chicane Ascari, a corrida terminou sob bandeira amarela e Ciro Sobral ficou na 22ª posição.

 

 

Na tarde do sábado tivemos a segunda corrida do final de semana e Ciro Sobral estava largando na P29 para uma diferente situação. A pista estava bem menos molhada, mas não estava em condições de serem usados pneus slicks. A prova foi Dion Gowda rodar na volta de apresentação e ter que largar do fundo do grid. Após os carros se reposicionarem na reta tivemos a largada para os 30 minutos +1 volta.

 

Ciro Sobral Largou evitando as confusões da primeira chicane que provocou a esperada entrada do safety car. Tivemos batida também na segunda chicane. O brasileiro fechou a primeira volta na P21. A relargada veio com 21 minutos para o fim da prova e Ciro Sobral relargou com cuidado e manteve sua posição e conseguiu subir para a P20 ultrapassando Bianca Bustamante, que depois levou um toque e ficou na brita da parabólica, fazendo com que o safety car voltasse para a pista. Alguns pilotos foram para os boxes e colocaram pneus slicks. Com isso, Ciro Sobral subiu para a P17.

 

 

A relargada não demorou e tínhamos 13 minutos de corrida quando veio a bandeira verde. O brasileiro relargou buscando a linha interna e conseguiu evitar uma batida de 3 carros na primeira chicane, o que provocou a terceira entrada do safety car. Ciro Sobral acabou caindo para a P19, mas continuava na corrida. A relargada veio a 4 minutos do fim da corrida e o brasileiro relargou evitando problemas, indo por fora desta vez e conseguiu subir para a P18. Na volta com bandeira verde Ciro Sobral acabou se envolvendo com um enrosco depois das curvas de Lesmo e caiu para a P25. Com mais um carro ficando na brita na chicane Ascari e nova entrada do safety car a corrida acabou sob bandeira amarela e o Brasileiro na P24.

 

No domingo tivemos o encerramento da temporada e Ciro Sobral largava na P31 nesse seu primeiro contato com a categoria. A pista estava úmida e os pilotos foram novamente calçados com pneus de chuva. Após a volta de apresentação os pilotos se reposicionaram no grid e, apagadas as luzes vermelhas para 30 minutos +1 volta e tivemos a largada. Ciro Sobral largou cauteloso, conseguindo passar bem na chicane do final da reta dos boxes. Mas um acidente na segunda chicane logo provocou a entrada do safety car. O brasileiro ganhou posições com isso e era o P27.

 

 

A relargada veio com 24 minutos para o final e Ciro Sobral foi para os boxes mas tivemos mais gente batendo na segunda chicane e nova entrada do safety car. Com isso o brasileiro tirou parte da diferença para o pelotão antes da relargada na P36. A bandeira verde veio com 18 minutos para o final e Ciro Sobral ainda estava distante, mas arriscou colocando pneus slicks. Ele foi escalando o pelotão, mas as entradas do safety car durante a prova não permitiram que ele fosse além da 28ª posição.

 

E assim concluímos assim mais um desafio, acompanhando as categorias de base com os brasileiros buscando uma oportunidade de crescer no automobilismo internacional em qualquer dos continentes pelo mundo e vamos continuar tentando manter o compromisso da coluna semanal. 

 

Um abraço a todos,

 

Genilson Santos

 

 

Nota NdG: Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do site Nobres do Grid. 

 

Last Updated ( Monday, 28 October 2024 00:17 )