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Dissecando o "Blow Diffuser" PDF Print E-mail
Written by Administrator   
Monday, 11 July 2011 22:26

 

 

Amigos, o caso do “blown diffuser”, ou difusor “soprado”, ainda tem muito chão pela frente. Para saber o que está acontecendo, é preciso tentar entender o funcionamento do “equipamento”. Vamos a 3 pontos importantes: 1 - acelerador aberto, 2 - acelerador fechado, 3 - acelerador estilo “blown diffuser”. 

 

1 - Quando o acelerador de um carro de Fórmula 1 está aberto, ou seja, o piloto está pisando no pedal, tudo acontece como nos nossos carros de rua. O combustível é injetado eletronicamente, a faísca da vela acontece, realizando a ignição, o cilindro vai para baixo com a explosão e depois os gases são expulsos da câmara de combustão e saem pelo escapamento. Até aí tudo bem, um motor 4 tempos típico. 

 

2 - Quando o acelerador de um Fórmula 1 está fechado, ou seja, quando o piloto retira o pé do pedal para iniciar uma freada, nenhum gás combustível (exceto componentes e o próprio ar) saem pelo escapamento. Portanto, nada existe que possa ajudar no tal do difusor "soprado", que usa o gás inflamável para a melhor aerodinâmica na traseira do carro. Há alguns anos, com o freio motor, se fazia o chamado “punta taco”, com o calcanhar apertando o freio e a ponta do pé acelerando, enquanto se trocava de marcha para reduzir. Outros tempos... isso já não existe mais. 

 

3 - Agora é que vamos ao que nos interessa: o funcionamento do “blown diffuser”. A válvula de combustível, através de um acerto no mapeamento de injeção do motor, fica aberta em uma porcentagem previamente testada (20% até 50%, as vezes mais, o que tem sido motivo de discussão), e o combustível já vaporizado pela injeção entra na câmara de combustão, mesmo quando o piloto não está acelerando. Como através do atraso da ignição (o tal do mapeamento do motor) não existe faísca da vela no momento, o combustível passa misturado com o ar e explode no cano de escapamento, que obviamente está muito quente. O direcionamento correto desse fluxo de gás quente, aliás melhor para a pressão aerodinâmica, é que mantém o carro “colado” no chão mesmo em curvas de baixa, sem precisar apelar para qualquer apêndice aerodinâmico externo (asa, aletas, etc.) 

 

A discussão para a saída de cena do “blown diffuser”, é que o acelerador deve ser aberto apenas com o uso do pedal. Isso já foi deixado de lado até pela FIA, e é uma discussão que não levou a nada. Então a FIA proibiu a abertura da válvula de aceleração até uma determinada porcentagem para o GP da Europa em Valência (50%, quando antes chegava a 90% na RBR, por exemplo), e exigiu que se mantivesse o mesmo mapeamento do motor nos treinos e na corrida. Depois a Federação disse que baniria por completo o uso dos gases dos escapamentos para fins de aerodinâmica no GP da Inglaterra. Mais discussões, e nada de se chegar a um consenso antes da corrida. 

 

Na reunião realizada no sábado pela manhã em Silverstone, os técnicos da FIA “lavaram as mãos”, e resolveram que caso as equipes fossem unânimes, o “blown diffuser” poderia voltar. Ferrari e Sauber foram contra, e a situação ficou na mesma. No domingo, pouco antes da largada, ficou acertada a volta do auxílio dos gases ao difusor traseiro, inclusive com liberação total da abertura da válvula, com o mapeamento proibido entre os treinos e a corrida. A própria Ferrari voltou atrás. 

 

É interessante notar a preocupação do mapeamento para os treinos, que antes era muito radical. Como eu já escrevi, poderia chegar a 90% de abertura da válvula de combustível, mesmo quando o piloto não estava com o pé no pedal. Inclusive o consumo de combustível cresce de 10% a 15%. A RBR leva vantagem até nisso, já que o motor Renault é um dos que consomem menos. 

 

Enfim, é aguardar para ver. Apenas lembrando que ninguém teria certeza mesmo do que fazer para o GP da Alemanha, no próximo dia 24. A Fórmula 1 não é, com todo respeito, o futebol, o voleibol, o basquetebol, o tênis. Não dá para inventar uma mudança de regra a qualquer custo, pois os carros que estão já construídos e desenvolvidos, não podem ser modificados a “toque de caixa”, de uma corrida para outra.  

 

O “blown diffuser” vai sair da F1, mas não deve ser pela suposta vantagem da RBR, e nem porque a FIA quer. É porque ele é contrário aos princípios aerodinâmicos ditados pelo regulamento, só por isso. 

 

Um abraço, e oremos sempre. 

 

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Last Updated ( Monday, 11 July 2011 22:33 )