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Massa e Ogier: como é duro ser o Nº2 PDF Print E-mail
Written by Administrator   
Wednesday, 07 December 2011 19:55

 

 

Olá fãs do automobilismo,

 

Terminada mais uma temporada do esporte a motor pelo mundo, pudemos ver duas situações de certa forma semelhantes em dois am-bientes distintos, mas que apresentaram algumas seme-lhanças comportamentais en-volvendo os personagens em questão.

 

As últimas três etapas do WRC, o Campeonato Mundial de Rally, mostraram o quanto uma “decisão de diretoria” pode destruir psicologicamente um funcionário de uma empresa. Sim, porque um piloto é um funcionário como é o mecânico, o técnico de informática, o engenheiro... a diferença está no status que o piloto tem e no salário (ao menos para alguns)  no final do mês.

 

Depois de uma indesculpável e inexplicável quebra de motor que tirou o – na época – heptacampeão, Sebastien Loeb do ‘Rally de France’, caiu sobre os ombros do piloto do carro número 2, o também francês, Sebastien Ogier, defender as cores da casa, a francesa Citroen. Ogier o fez e venceu a prova, como vencera outras etapas do campeonato. Contudo, dois maus resultados de Loeb, o piloto do carro número 1, colocaram novamente no páreo pelo título o rival da Ford, Mikko Hirvonen e o próprio Ogier, separado por três míseros pontos dos outros dois, que estavam empatados em primeiro lugar.

 

 

Mesmo depois de ter sido formado como piloto de Rally pela Citroen, Sebastien Ogier foi preterido e depois dispensado pela equipe.

 

 

Faltando duas etapas para o final do campeonato (Espanha e Grã Bretanha), seria realmente o caso da chefia de equipe da Citroen divulgar que “os esforços da equipe estariam concentrados em Loeb e que cabia a Ogier ajudar na conquista do título”? A atuação de Ogier no Rally da Espanha foi simplesmente pífia! Na Grã Bretanha, pior ainda.

 

Ogier foi um piloto que “cresceu dentro da estrutura da montadora”. Foi piloto da equipe Junior no WRC e que no ano anterior, mostrou seu valor fazendo grandes corridas, em alguns momentos, fazendo com que a montadora tivesse as três primeiras posições em etapas do campeonato e fazendo sombra a Daniel Sordo, o espanhol de quem conquistou o lugar na equipe principal.

 

Mesmo depois de tudo isso, as duas etapas do final da temporada de 2011 foram suficientes para que a equipe – após todos os anos de bons serviços e dedicação por parte de Ogier – viesse a divulgar para a imprensa a dispensa do jovem e promissor piloto. Menos mal que a Volkswagen, que está entrando no Mundial de Rally, viu em Ogier um piloto com potencial para levar a marca alemã ao título.

 

 

Antes mesmo de 2011, Ogier está de casa nova, com o ânimo renovado e parece que a 'volta por cima' já começou. 

 

É um projeto longo, dificilmente a Volkswagen vai “chegar competitiva” no campeonato. Vai ter que trabalhar muito. Esta é a chance para Ogier mostrar que a que veio na categoria e fazer com que os membros da sua antiga equipe se arrependam da decisão que tomaram.

 

Na F1, desde que o seu “mentor”, Michael Schumacher, retirou-se da cena ferrarista, o Brasileiro Felipe Massa enfrentou – por duas vezes – o desafio de ter um piloto tão bom quanto, ou até mesmo melhor que ele, como companheiro de equipe no time italiano.

 

 

Michael Schumacher e Felipe Massa: Mentor e pupilo conversando. Felipe teve uma relação de proteção quando o alemão estava no time. 

 

Se o primeiro – Kimi Raikkonen – tinha uma personalidade introspectiva, isso podia não se traduzir em sintonia com a equipe, mas dava resultado nas pistas e, para o torcedor, para o diretor, para o patrocinador, vencer é o que importa... e Kimi venceu! Logo em seu primeiro ano de equipe, enfrentou uma fortíssima dupla na McLaren (Alonso e Hamilton) e conseguiu derrotá-los. A partir de um certo ponto do campeonato, com Felipe Massa, claramente, trabalhando pelo êxito do finlandês.

 

No ano seguinte, Felipe reinventou-se. Foi ainda mais aguerrido, foi ainda mais rápido e só não “bisou o feito” do companheiro de equipe por circunstâncias que independeram dele, como arrancar com a mangueira conectada em Singapura (o mecânico autorizou e ele acelerou), ou ter aumentado a chuva na última volta do GP do Brasil, o que permitiu a Hamilton recuperar a 5ª posição em cima de Timo Glock e conquistar ele – e não Felipe – o título de campeão do mundo.

 

Kimi saiu... e veio Fernando Alonso. Latino como Felipe, mas muito mais ‘ladino’ que o brasileiro. Com postura de ‘prima dona’, chegou com suas idéias e tratou de implantá-las da melhor forma que um piloto pode impor-se dentro de uma equipe: com resultados! Apesar do carro da equipe italiana não ser mais tão competitivo como no ano anterior, Alonso andou mais rápido que Felipe em 2009 e estava à sua frente na pontuação quando o brasileiro sofreu o acidente na Hungria, que o afastou do restante da temporada.

 

 

Com a chegada de Fernando Alonso, o ambiente na Ferrari começou mudar e ficar cada vez mais difícil para Felipe Massa. 

 

2010 era o ano da recuperação, com foi 2008? A fórmula – se é que houve uma – não funcionou. A equipe já estava “à imagem e semelhança” do carismático – e rápido – espanhol! Apesar dos seus esforços, além de não andar tão rápido quanto o espanhol, Alonso fazia por onde impor que era “o chefe”, como fez ao passar Felipe na entrada dos boxes do GP da China e – pior – quando a equipe deu a “camuflada” ordem para que o brasileiro abrisse caminho para o espanhol por este ser “mais rápido que ele”.

 

Ali Felipe sentiu o baque! Depois daquela prova e, durante todo o ano de 2011 foi latente ver o abatimento do brasileiro todas as vezes em que viu seu “companheiro de equipe” no retrovisor. Sim, porque não foram poucas as vezes que, mesmo largando numa posição pior, Felipe Massa superou Fernando Alonso nas largadas. Enquanto havia pelo menos um carro entre eles, estava tudo bem, quando não havia mais, nem era preciso dar mais a ordem pelo rádio... ela já estava no contrato, renovado até 2012: Felipe tinha que dar passagem.

 

 

O ano de 2011 foi - mesmo considerando o acidente com a mola em 2009 - o pior ano para Felipe Massa na equipe de Maranello.

 

Depois disso, parecia que a corrida havia acabado para o brasileiro. O ritmo de voltas caía, a distância entre eles aumentava e, por essas “coincidências ferraristas da vida”, pelo menos um dos pit stops de Felipe Massa era praticamente um desastre! Assim, o ano de 2011 terminou sem nenhum pódio, menos da metade dos pontos conquistados por Alonso e uma “última chance” de mostrar que tem o seu valor em 2012. Será que ele vai conseguir? Talvez o melhor caminho esteja longe da casa de Maranello.

 

Beijos do meu divã,

 

Catarina Soares 

 

Last Updated ( Wednesday, 07 December 2011 20:33 )