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Felipe 'Al Dente' PDF Print E-mail
Written by Administrator   
Thursday, 29 March 2012 11:32

 

 

Olá amigos do automobilismo, 

 

Nosso assunto desta vez tem a ver com uma questão que não domino muito: a culinária! 

 

Para os incautos, o preparo de uma massa requer apenas água, sal e a mesma, sendo esta colocada ao fogo por um determinado período de tempo. Contudo, os italianos não pensam assim e tratam esta, que é a base da culinária de seu país, com muito mais cuidado e carinho que os “gourmets de miojo” dos tempos modernos. 

 

Este conceito se aplica a todo tipo de massa... menos um: Felipe! 

 

Descoberto pela “Casa di Maranello” no início da década passada, o jovem brasileiro pareceu ser aquel diamante bruto, que – lapidado corretamente – viria a ser transformar em uma bela jóia. Apesar de alguns percalços nos primeiros anos, o planejamento para a carreira de Felipe veio acontecendo to tempo certo, com o aval de Jean Todt e o suporte de seu filho – Nicolas – empresário do piloto. 

 

 

Nos tempos em que Schumacher era o "dono da equipe", Felipe assumia uma postura de "fiel aprendiz" do campeão. 

 

Em 2006, ainda nos “anos germânicos” da equipe, Felipe seguiu os caminhos de Michael Schumacher, evitando o clima de conflitos de seu antecessor, Rubens Barrichello. No ano seguinte, teve que enfrentar um duro adversário, Kimi Raikkonen, que sagrou-se campeão com a sua preciosa ajuda na última prova do ano, em Interlagos. Um sapo engolido dentro de casa com uma tirada de pé na saída do último pit stop que todo o setor G pode perceber “de ouvido”. 

 

No ano seguinte, Felipe reinventou-se. Veio forte, superou o finlandês – que parecia feliz com a conquista do ano anterior – e chegou à uma das mais épicas (quem sabe a mais) decisões de campeonato da história... mas perdeu o título para Lewis Hamilton e a McLaren. Esta, contudo, não seria a única perda de Felipe naquele ano. 

 

 

Com Kimi Raikkonen na equipe, a disputa era dura, mas Felipe Massa foi capaz de enfrentar as pressões e lutar em igualdade. 

 

Raikkonen deixou a F1 e para o seu lugar veio Fernando Alonso, depois de um ano tumultuado na Renault e o anterior ainda mais na McLaren. Era certo que Felipe perderia a paz! O espanhol vinha com todo o apoio da mídia de seu país, da mídia italiana, do maior banco do seu país – que tem a mesma cor vermelha da Ferrari – e com o propósito de instalar os “anos astúrios”, na equipe italiana. 

 

Só que a Ferrari, sem sua “legião estrangeira”, de Todt, Brown, Byrne e Schummy, foi voltando às mãos dos italianos... e voltando a ser aquela Ferrari de outrora, de muita paixão e pouca precisão. Numa F1 dos milésimos de segundo não há mais espaço para isso... e a situação foi ficando difícil. 

 

 

Muitos acham que aquela mola solta, ao atingir Felipe, "afrouxou alguns parafusos". Terá sido isso mesmo e a Massa "desandou"?

 

Ficou ainda mais difícil quando Felipe encontrou uma “mola perdida” na Hungria e que lhe custou o restante da temporada “de molho”, vendo corridas pela TV. Honestamente, talvez este acidente é o que ainda garanta sua permanência este ano na equipe, pois a Ferrari de 2009 já estava complicada para o brasileiro, que após um começo equilibrado, mas com pouca competitividade dos carros da equipe e da estréia do novo “companheiro”, parecia que iria garantir seu espaço na equipe. 

 

Esta impressão acabou um ano depois, quando no GP da Alemanha a infame ordem subliminar para que Felipe cedesse a posição para Alonso terminou por colocar de vez – e exposta – a realidade na equipe. Quem mandava era o espanhol! Sem esquecermos a prova de abertura do campeonato, onde teve que ir para a terra, jogado por Alonso e do episódio da China, onde o espanhol ‘passou-o’ dentro do acesso aos pits.  

 

 

O hipócrita pódio do GP da Alemanha de 2010 e a "porrada psicológica daquele 'faster than you'" fez mais estragos que a mola... 

 

Depois da prova em Hockenheim o brasileiro “apagou-se”. Suas performances na pista pouco lembravam o Felipe guerreiro, que empolgava a torcida brasileira e os dirigentes ferraristas. O ano de 2011 se nenhum pódio e vendo o “companheiro” arrancar uma vitória com um carro “meia boca” parecia ser o fim... mas a agonia foi prolongada por mais um ano, talvez em parte pelo acidente de Robert Kubica, numa prova de Rally. 

 

Agora, depois de duas provas, nenhum ponto e vendo o espanhol como líder do campeonato com um carro ainda pior que o do ano anterior, o fogo sob a panela do brasileiro cresceu. A pressão da mídia cresceu e uma nova ameaça surgiu: o mexicano Sergio Perez. Os “anos astúrios” tornaram-se anos austeros! 

 

 

Se 2011 foi um ano difícil, 2012 parece ter tudo para ser mais difícil ainda para Felipe Massa. Só resta uma opção: reagir! 

 

Antes que Massa amoleça de vez, é preciso reagir... e reagir já! Na próxima prova, na China, terra onde foi inventada a massa (levada para a Itália por Marco Pólo), Felipe precisa ser “Al Dente”, forte e consistente, como todo italiano gosta, como todos os brasileiros querem e como ele precisa para continuar sendo visto, mesmo que com seu futuro ligado a uma outra equipe a partir de 2013, como um piloto avesso à pasmaceira. Atualmente, parece que apenas o corpo permanece ali, dentro do macacão vermelho. Já o espírito guerreiro, aparenta ter se esvaido no vapor da água que sai da panela. 

 

Beijos do meu divã, 

 

Catarina Soares

 

 

 

Last Updated ( Thursday, 29 March 2012 12:04 )