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Domingo no Parque PDF Print E-mail
Written by Administrator   
Sunday, 03 June 2012 23:37

 

 

O rei da brincadeira, ê José... O rei da confusão, ê João  ...

...A semana passada, no fim de semana...  

 

Caros amigos,A letra da música do Gilberto Gil, Domingo no Parque, pode servir como uma triste síntese dos fatos que acompanhamos durante esta semana, culminando com um verdadeiro “show de horrores” no domingo pela TV. 

 

Depois de um conturbado caso de doping, mal explicado – por todas as partes envolvidas – revelado ao público no ano passado, eis que a Confederação Brasileira de Automobilismo consegue enrolar-se com um novo caso de piloto usando uma substância considerada dopante (incrível certas pessoas parecem ter uma capacidade ímpar pra se meter em confusão). 

 

Alceu Feldmann, piloto com uma carreira de mais de uma década – e o “feito” de ter conquistado uma vitória que “não valeu” na Stock no ano passado – teve um assunto de sua vida revelado ao público em geral, com uma série de “explicações” mal dadas. 

 

Segundo foi noticiado, o piloto, há algum tempo, faz uso de um tratamento de reposição hormonal. Acontece que uma das substâncias (que não foi revelada pelo piloto, pelo seu médico e nem pelo diretor médico da CBA, Dr. Dino Altmann, o mesmo que acompanha a categoria, a F1, etc. é proibida pela WADA – Agência Mundial Antidoping. 

 

De acordo com o piloto, há dois anos ele teria autorização (verbal e por e-mail) do diretor médico da Confederação Brasileira de Automobilismo (CBA) e de outros especialistas indicados pela entidade para tomar um medicamento. Feldmann afirma que o medicamento em questão não traz nenhum tipo de benefício físico para a prática do esporte e que desde então, aguardava uma TUE (Therapeutic Use Exemptions) – autorização oficial para uso do medicamento. 

 

O problema só surgiu porque, na 3ª etapa d campeonato da Stock Car, disputada no Velopark, Alceu foi sorteado (o vencedor da corrida passa pelo exame obrigatoriamente e outros cinco são sorteados, sem critério) para fazer o exame antidoping. O piloto afirmou que foi aconselhado pelos advogados a não se submeter ao exame, pois não tinha a garantia de que não seria suspenso. O piloto disse que “viçou surpreso” quando soube que havia sido escalado para o exame no Velopark, uma vez que a CBA tinha ciência do uso do medicamento por parte dele.   

 

A recusa em fazer o exame antidoping levou a CBA a suspender o piloto por um período de 30 dias, a contar do dia 25 de maio, data em que a entidade anunciou o afastamento do piloto. Pela determinação da agência que rege o tema, a não realização do exame antidoping implica na suspensão imediata do atleta, pela autoridade nacional local, por dois anos. Mas, além de ter sido suspenso por “apenas 30 dias”, a suspensão só foi anunciada após a etapa de Ribeirão Preto, ocorrida no dia 20 de maio. 

 

Alceu Feldmann encaminhou o pedido de Isenção de Uso Terapêutico para medicamentos proibidos, no qual consta que ele tem indicação médica para uso, com parecer favorável do Dr. Claudio Gil Soares de Araújo, Diretor-Médico da Clínica de Medicina do Exercício, datado de março de 2012. Além disso, encontra-se anexada a isenção terapêutica aprovada pela ABA (Associação Brasileira Antidoping), o que, teoricamente, sustentará a base de defesa do piloto quando o assunto for julgado pelo STJD.  

 

Um pergunta ficou no ar... ou na pista: se o ocorrido deu-se no dia 6 de maio, porque a suspensão – que a CBA afirma ser ‘preventiva’ – só foi anunciada no final do mês? Coincidentemente (ou seria convenientemente?) não haverá nenhuma corrida da Stock Car nos 30 dias que se seguem à suspensão de Feldmann. Interessante, não? A CBA afirmou que “entraves burocráticos” impediram a divulgação antes da data (ah, ta!). 

 

A CBA empurra a responsabilidade para o STJD, que teria demorado a deliberar sobre o assunto, uma vez que cabe a justiça julgar, mas – mais uma vez – a entidade perde-se no “sentido de proteger o piloto”, como afirmou o Presidente Cleyton Pinteiro quando entrevistado pelo nosso site em 2011 (ler na seção Nobres do Grid – Entrevista). Mas fazer coisas absurdas não é exclusividade dos brasileiros... o GP de Detroit da Fórmula Indy foi palco de um dos mais dantescos episódios que eu já assisti em três décadas acompanhando corridas. 

 

A corrida, disputada num parque muito bonito, por sinal, com um piso de concreto super ondulado, que fazia os carros quicarem como bolas de tênis, tinha uma enorme quantidade de “remendos”. Vistos pela televisão, pareciam ser um preenchimento asfáltico. Contudo, com o passar da prova, pedaços destes “remendos” começaram a se soltar e danificar os carros, até que provocou um forte acidente. 

 

O que se viu foi inacreditável: os fiscais de pista puxando pedaços enormes de uma espécie de resina plástica, deixando estrias de cerca de 10 centímetros de profundidade. A corrida foi paralisada (pelo menos isso) e os organizadores providenciaram uma solução, com cimento de secagem rápida, para tapar os buracos abertos. Diminuíram o número de voltas e colocaram os carros de volta na pista. E tem gente que critica o traçado do Anhembi... Se acontece algo do gênero aqui no Brasil, ia ser o armagedon! 

 

Enquanto isso, no balcão do cafezinho... 

 

Lembram daquele tal de Randy Bernard, aquele diretor arrogante da Indy pra quem o Will Power mandou umas bananas no ano passado e que ficou “com cara de banana” quando foi para frente das câmeras após o acidente que vitimou Dan Weldon? Depois de tudo o cara ainda virou o CEO da categoria... mas parece estar em acelerado processo de fritura, entrando em atrito com os donos de equipe. Falam em Tony George para substituí-lo. Daí isso ser bom... 

 

Estava demorando. 1/3 do campeonato já disputado e nenhuma “panca” daquelas que fizeram a NASCAR famosa pelo mundo... até este domingo, dia 3. A “milha monstro” de Dover, com seu piso de concreto, ‘demoliu’ praticamente 1/3 do grid (13 carros envolvidos) e provocou a suspensão da corrida. Enquanto andaram, ninguém pareceu capaz de ameaçar Jimmie Johnson. 

 

No WTCC, tudo como antes no Castelo de Abrantes. Uma vitória de Yvan Muller, uma vitória de Alain Menu e mais um final de semana de domínio da Chevrolet, a única equipe oficial de fábrica na categoria. 

 

Na World Series by Renault fosse no seco (sábado), fosse no molhado (domingo), os brasileiros – e suas assessorias de imprensa – afirmaram que o aprendizado dos nossos pilotos foi positivo… eu só não entendo como outros pilotos, que saíram da F3 junto com os brasileiros, andam no pelotão da frente, brigam por pódio... talvez o problema seja a minha diminuta capacidade de compreensão.  

 

Quem também vem “sofrendo com o aprendizado” é Augusto Farfus, no DTM. No desafiador circuito de Spilberg, o brasileiro sofreu para terminar a prova em 10º lugar. Em momento algum pareceu ter carro para ir brigar no pelotão da frente. Tudo bem, um pódio o paranaense já conseguiu, mas está vendo que a disputa ali é muito mais dura que no WTCC. 

 

E a Copa Fiat, que teve uma das corridas cancelada por falta de peças... não bastasse o encerramento das atividades da “fórmula sem futuro”, a Copa Fiat, em sua etapa de abertura, promoveu este fiasco diante de um público considerável. E está difícil segurar o Cacá Bueno, não? 

 

E no sucateado autódromo de Goiânia, uma multidão assistiu uma vitória categórica de Leandro Totti e um terrível acidente, com fogo e capotagem de Geraldo Piquet. Difícil de entender foi o tempo que levaram para colocar o “pace truck”, com os brutos circulando nas proximidades, com a pista cheia de óleo numa curva...   

 

Foi mesmo um “domingo no parque”! 

 

Um abraço e até a semana que vem, 

 

Fernando Paiva

 

 

Last Updated ( Monday, 04 June 2012 22:11 )