Amigos, o GP da Itália, mais do que a vitória de Lewis Hamilton, mostrou a inteligência da Ferrari e da dupla Alonso e Massa. Antes a equipe de Maranello penava com as táticas de corrida, agora não acontece com tanta frequência. Na Bélgica Alonso nem teve tempo de pensar viu Grosjean passando com a Lotus a centímetros de sua cabeça. Mas na complicada Itália, em Monza, onde a Ferrari poderia penar, Alonso fez bons tempos nos treinos, bem como Massa, e ainda chegaram a uma corrida competitiva, com Felipe ajudando muito a Ferrari.
Vejo como perfeita a troca de posições entre Massa e Alonso pelo terceiro lugar. Nada há mais que Massa possa fazer no campeonato, e precisa mesmo é provar que ele é a melhor opção da Ferrari em um mercado de pilotos completamente parado até o momento.
A prova espetacular de Sergio Pérez com a Sauber também comprova aquilo que a chefe de equipe do mexicano disse na Bélgica, de que eles estariam no páreo para a vitória em Spa. Não deu pois Pérez foi eliminado na largada e Kobayashi caiu quase para último. Em Monza a fase final da corrida de Pérez foi fantástica. Ninguém iria mesmo conseguir segurar “Tcheco”. Alonso nem tentou.
Com a quebra de Button a McLaren também mostrou que tem irregularidades, altos e baixos, em seus desempenhos no campeonato. Button não foi nem sombra daquele piloto que se viu em Spa. De qualquer forma não foi culpa do britânico o seu abandono. O sistema de combustível da McLaren quebrou, deixando o carro sem gasolina. Não é algo que se veja todo o dia em uma equipe grande da F1 moderna. Enfim, o grande vencedor do GP da Itália foi Alonso, que com o terceiro lugar e o fiasco da Red Bull , acabou mantando a liderança do campeonato agora com 37 pontos de vantagem para Lewis Hamilton. Tanto Vettel, que teve uma quebra no alternador do motor Renault da RBR (será a temperatura do KERS? Teve jeito de que foi isso...) quanto Webber que rodou e abandonou também, deixaram no mato as chances da equipe austríaca com relação ao título de pilotos. A GÊNESE DOS CAMPEÕES Amigos, dia 10 de setembro marca um feito histórico para o esporte brasileiro: o primeiro título de Emerson Fittipaldi e do Brasil na Fórmula 1, em 1972, portanto há 40 anos. Foi sem dúvida o resultado de gerações de grandes pilotos que levaram a ascensão de Emerson ao pináculo do esporte a motor. Muitas vezes, conversando com mestres do volante como Bird Clemente, o saudoso Luiz Pereira Bueno, Mario Cesar Camargo Filho, entre outros, eles foram claros em dizer que ninguém esperava que “o escolhido” fosse Emerson. Não porque o “Rato” não pudesse chegar lá, mas simplesmente porque os talentos que existiam no Brasil em termos de automobilismo esportivo eram muitos. Hoje ninguém duvida que Luizinho, Bird, Lameirão, Bino e outros pudessem ter chegado a F1. Mas coube a Emerson essa glória. E o caçula dos Fittipaldi não deixou barato. Fez história. Naquele dia 10 de setembro de 1972 em Monza, o “país do futuro” que vivia a ditadura militar, a terra prometida de tantos imigrantes (entre eles os avós maternos de Emerson, que vieram da Rússia, e os paternos, da Itália), viveria o seu dia de glória na Europa, mostrando ao mundo que podemos também dominar as máquinas mais velozes e modernas. Não fica muito claro como o Brasil chegou ao topo na Fórmula 1. Tanto é que Jackie Stewart e Ken Tyrrell diziam que era a água que se bebia por aqui que formava os campeões. Era bastante improvável que um brasileiro franzino e amante de automóveis de corrida, chegasse na Europa para disputar o título que tinha sido dos Reis Fangio e Clark, por exemplo. Mas foi o que aconteceu. Naquele domingo em Monza nasceram Ayrton Senna, Nelson Piquet, e muitos outros. Não, eles não fazem aniversário em suas respectivas datas de nascimento para o mundo, mas sim em 10 de setembro de 1972, no dia em que Fittipaldi mostrou que a geração de gênios do volante que estava latente em nosso país, era simplesmente a melhor, digna de levantar a taça e gritar “Eu sou piloto brasileiro!” A trajetória de Emerson Fittipaldi rumo ao primeiro dos oito títulos do Brasil na Fórmula 1 me lembra um poema de Fernando Pessoa em seu livro “Mensagem”, que conta um pouco da História de Portugal. Em “Dom Henrique” Pessoa escreveu: “Todo começo é involuntário. Deus é o agente. O herói a si assiste, vário E inconsciente. À espada em tuas mãos achada Teu olhar desce. «Que farei eu com esta espada?» Ergueste-a, e fez-se.” Obrigado Rato. Um abraço, e oremos sempre. Toni Vasconcelos |