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Reinhold Joest PDF Print E-mail
Written by Administrator   
Thursday, 20 September 2012 00:47

 

Quando entramos em contato com a assessoria de imprensa da Audi Motorsports, agendamos três compromissos com a equipe alemã, virtual campeã do Mundial de Endurance de 2012. Dos três compromissos, o único que a assessora, Eva-Marie não deu confirmação foi o encontro com o chefe da equipe, Reinhold Joest.

 

 

 

Quarenta anos atrás, o – na época – piloto da equipe oficial da equipe Porsche veio para o Brasil com um modelo 908/3 para a disputa dos 500 Km de Interlagos, prova organizada pelo Automóvel Clube Paulista, disputada pelo anel externo do circuito paulistano.

 

Na sexta-feira, véspera da etapa brasileira do Mundial de Endurance, conversamos com o Relações Públicas da equipe – Michael – que fala português muito bem e nos identificamos e explicamos o projeto dos Nobres do Grid, inclusive com a origem do nome e quem o deu. Contamos que, após a corrida de 1972, Reinhold convidou Luiz Pereira Bueno para correr na Europa, inclusive para disputar as 24 Horas de Le Mans.

 

Michael foi até a sala dos pilotos e voltou com um senhor visivelmente emocionado ao seu lado. Era ele, Reinhold Joest que logo perguntou pelo seu amigo de quatro décadas. A reação de tristeza do alemão quando dissemos que seu amigo havia morrido de câncer há cerca de um ano e meio foi evidente, mas ele emocionou-se quando dissemos que as cinzas do nosso padrinho tinham sido lançadas no traçado do circuito original, entre as curvas 1 e 2. Perguntamos se ele concordaria em responder algumas perguntas e ele disse que sim.

 

NdG: Há quarenta anos o senhor disputou e venceu os 500 Km de Interlagos. O que o senhor se lembra desta prova?

 

Reinhold Joest: Foi uma prova muito difícil. Nós tínhamos um carro muito bom, mas os pilotos brasileiros eram de um nível excelente. [Luiz Pereira] Bueno, tinha um Porsche uma geração anterior à nossa e conhecia muito bem o traçado. Havia também uma Alfa, vermelha, muito rápida (era o carro de Marivaldo Fernandes), uma Ferrari 512-M com Herbert Müller, sempre um adversário difícil e um outro carro com a pintura similar a do carro Bueno (era o carro de Tite Catapani). Era uma prova muito rápida, com o carro praticamente em aceleração máxima por todo o tempo. Não foi fácil vencer.

 

NdG: O senhor voltou ao Brasil depois daquela prova de 1972?

 

 

 

Reinhold Joest: como piloto de competição ou chefe de equipe, não, mas pouco depois da prova, mantive um contato mais próximo com [Luiz Pereira] Bueno, pois vi nele um grande piloto e tinha certeza que ele poderia fazer uma grande carreira correndo de protótipos na Europa. Foi uma pena ele não ter ido. Gostaria de tê-lo na equipe para a disputa das 24 Horas de Le Mans em 1973.

 

NdG: Os 500 Km de Interlagos eram disputadas pelo anel externo. Assim, o senhor não teve a oportunidade de conhecer o circuito completo...

 

Reinhold Joest: Tive sim! Eu vi daqui dos boxes o traçado e um dia, após os treinos, [Luiz Pereira] Bueno me levou, dentro de seu carro, para conhecer o circuito inteiro. Ele foi contornando as curvas e explicando como entrar em cada uma, como sair, aqueles “atalhos” que só um profundo conhecedor poderia comentar. Depois, ele acelerou fundo e demos uma volta lançada pela pista. Era um traçado emocionante, uma pena ter sido destruído.

 

NdG: Para esta corrida no Brasil a equipe teve o brasileiro Lucas Di Grassi se unindo aos experientes Alan McNish e Tom Kristensen. O que o senhor pode dizer sobre Lucas?

 

Reinhold Joest: Lucas mostrou uma capacidade de adaptação muito grande ao carro, especialmente por nunca ter pilotado um protótipo deste tipo. Ele é muito rápido e constante, conseguiu trocar informações com os nossos engenheiros e demonstrou uma grande capacidade de analisar os dados da telemetria.

 

NdG: Sua equipe tem o suporte oficial da Audi e é uma verdadeira potência tecnológica. O que os espectadores podem esperar da sua equipe, tão dominante nos últimos 15 anos, para o futuro?

 

 

 

Reinhold Joest: O automobilismo é um esporte muito dinâmico e não se pode achar que estar na frente hoje é algo que irá se perpetuar. Um exemplo disso é o desenvolvimento da Toyota. Na corrida anterior, em Silverstone, eles andaram muito bem e estiveram bem próximos da vitória e nós precisamos trabalhar muito para continuarmos andando na frente

 

Danke, Herr Joest!

 

 

 

 

Last Updated ( Thursday, 20 September 2012 12:41 )