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A corrida dos Milhões PDF Print E-mail
Written by Administrator   
Monday, 10 December 2012 13:40

 

Caros amigos, Muitos dos nossos leitores que acordaram cedo no domingo cedo para assistir a corrida do milhão pela televisão (ou que caiu da cama e foi para o autódromo com o céu ainda escuro) está acompanhando, pelo noticiário de rádios e sites uma outra corrida: a corrida dos milhões!

 

O campeonato da Fórmula 1 acabou dentro das pistas, mas continua fora dele com alguns pilotos disputando as poucas vagas razoavelmente decentes ainda disponíveis. Em um tempo de miséria generalizada, com praticamente todas as equipes correndo atrás de pilotos pagantes para ajudar a fechar o orçamento do ano seguinte, duas delas se destacam: a Nega Genii e a Force Índia.

 

A exRenault que nunca foi Lotus, a quem chamamos de ‘Nega Genii’ – por ter o carro preto e ser propriedade do grupo de investimentos Genii, sediado em Luxemburgo – chegou até mesmo à condição de “mercadoria à venda” por alguns especialistas da categoria em função dos dados financeiros do grupo em 2012. Contudo, parece que a questão passa pou uma vaga bem vendida.

 

O carro deste ano que terminou mostrou potencial. Em diversas corridas chegou a ser apontado como favorito à vitória, mas esta só aconteceu depois do infortúnio de Lewis Hamilton, no GP de Abu Dhabi. Não fosse isso, a equipe negra passaria em branco!

 

Tendo um piloto campeão do mundo e que mostrou não ter perdido a mão, apostar em Kimi ‘tomotodas’ Raikkonen era o certo para 2013. No reverso da moeda, Romain Grosjean abusou do direito de errar, colidindo em 7 provas na primeira volta e tendo sido punido com uma corrida de suspensão.

 

Como nada é de graça, nem os motores Renault para a ex equipe Renault, o franco suíço vai ter que arranjar quem continue confiando em seu talento e velocidade, além das promessas de um 2013 menos acidentado. Contra ele, uma ‘horda’ de competidores ávidos por um lugar para sentar e pilotar em um carro potencialmente bom.

 

Vitaly Petrov, que já esteve na casa é um deles. Kamui Kobayashi está fazendo até ”vaquinha” no Japão para tentar levantar o capital necessário para continuar no circo, uma vez que foi despejado da Sauber para que esta continuasse recebendo as benesses do patrocínio de Carlos Slim, fiel depositário de Esteban Gutierrez e de Sergio Perez.

 

Bruno Senna também é candidato, desde que consiga levantar pelo menos 15 milhões de dólares – 20 seria o número ideal – e alguém que, sozinho ou em pool, abrace mais um ano de “desta vez não deu, fica pra próxima” ou “vamos ter que recuperar na corrida”. Quem ofereceu boa parte desta quantia foi a Ashley Madison, um polêmico grupo que tem uma página na internet para relações extraconjugais. A oferta foi de 4 milhões de dólares, mas com uma exigência: um capacete cor de rosa! Com a imagem de família da boa moral e bons costumes, pouco provável que os Senna aceitem, isso sem contar que a cor poderia fazer alguma alusão a certas maledicências do passado, referindo-se ao tio.

 

Nesta disputa por uma vaga também entram os pilotos de testes de várias equipes. Sebastien Buemi, Jaime Auguersuari, Vittantonio Liuzzi, todos com algum cacife e um mesmo desejo: voltar ao grid!

 

Além da vaga da ‘Nega Genii’, tem a da Force Índia, onde talvez nem mesmo Paul Di Resta esteja garantido. Com a saída de Nico Hulkenberg para a Sauber, os velozes carros de Vijay Mallya, são uma opção séria. Vai que eles ‘acertam a mão’ e com aquele motorzão Mercedes empurrando, não conseguem uma façanha. Hulkenberg quase conseguiu no GP do Brasil.

 

Agora resta-nos acompanhar esta corrida dos milhões e ver quem estará aonde em 2013.

 

Enquanto isso, no balcão do cafezinho...

 

Em mais um show de organização, os dois principais campeonatos de automobilismo do país – a Stock Car e a Fórmula Truck – encerram seus campeonatos no mesmo dia.

 

Interlagos recebeu a “corrida do milhão”, recheada dos pilotos da Fórmula Indy – categoria que a rede de televisão dona dos direitos de transmissão condicionou para corridas ao vivo o horário das 9:30 da manhã dos domingos raramente menciona a existência – da temporada de 2012.

 

A corrida foi morna, com os toques de sempre, mas sem grandes disputas, especialmente pelas primeiras posições. Com o aumento do tempo de corrida, de 40 para 50 minutos, haveria a necessidade de uma parada para reabastecimento, caso não houvesse uma grande interferência do Safety Car.

 

O carro de segurança entrou, mas por pouco tempo e acabou por gerar uma expectativa de paradas ou não por parte dos líderes. Quem pararia e quando? As voltas finais toraram o fôlego dos integrantes das equipes que viram o Líder Allam Khodair parar e dar adeus ao milhão. Que viram Galid Osman parar na última volta e que tiveram que reverenciar Cacá Bueno – que andou em ‘velocidade de cruzeiro’ toda a prova e sem atacar ninguém, conseguir levar o carro com o motor funcionando até 100 metros antes da bandeirada... e cruzar a linha de chegada “na banguela”. Perdeu a liderança e o milhão para Thiago Camilo, mas venceu seu 5º campeonato na categoria. Correu com a cabeça, como um campeão! Pelo rádio, pediu desculpas para a equipe por perder o prêmio.

 

Marcos Gomes não teve carro para correr a prova... Será que o caçula do Paulão vai ficar marcado como parece ter ficado Tarso Marques? Não há ser humano impassível a erros, mas também não se deve condenar uma pessoa a pagar eternamente – ao menos não neste caso – por um erro cometido. Barbosa, o falecido goleiro da copa de 1950, carregou até seu último dia a cruz de ter tomado o gol de Giggia na final contra Uruguai.

 

Já em Brasília, em um “horário de corrida” – 13 horas – mesmo com o campeonato já decidido em favor de Leandro Totti, a Fórmula Truck lotou o Autódromo Internacional Nelson Piquet.

 

Na pista, sob muita chuva e muitas voltas com o Pace Truck de Talita Pascoli à frente do pelotão, esperou-se a condição melhorar. Quando a chuvai amainou, liberaram os brutos e vimos um pouco mais do mesmo. Leandro Totti vencendo, Roberval Andrade Quebrando, Felipe Giaffone incomodando e Beto monteiro tentando achar o “mojo” perdido do início do campeonato. Quem fez uma grande prova foi Adalberto Jardim (Será que fruto dos novos freios? Leia a Coluna Olho Clínico no próximo domingo).

 

E não é só por aqui que tem gente “deixando a barca” no automobilismo. A Ford anunciou que não terá mais equipe oficial no Campeonato Mundial de Rally (WRC) a partir do ano que vem. Peter Solberg também já declarou que não corre no ano que vem, pois recusa-se a ‘pagar para correr’.

 

Quem também “recusou-se a pagar” foi o governo da Turquia. Bernie Ecclestone tentou recolocar o GP Turco novamente no calendário, ao menos este ano, para completar o calendário de 20 etapas. Aquela ‘taxazinha camarada’ queima mais que Raquir (bebida típica do país) goela abaixo. O alvo agora parece ser o Red Bull Ring, na Áustria.

 

Quem vai ter que digerir mais uma perda de calendário somos nós: o WTCC não deve vir para o Brasil em 2013. Apesar de ter um contrato de três anos com a VICAR, o Mundial de Carros de Turismo, que este ano ganha o retorno da Lada e da Honda, seria mais uma vez uma daquelas atrações desperdiçadas aqui no país. Em julho passado, menos de 10 mil pessoas estiveram no autódromo Internacional de Curitiba. Essa estória do WTCC ainda iremos apurar com mais calma.

 

Um abraço e até a próxima,

 

Fernando Paiva