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Uma chance para Luiz Razia PDF Print E-mail
Written by Administrator   
Sunday, 10 February 2013 20:28

 

 

Olá fãs do automobilismo,

 

Uma das maiores satisfações que um terapeuta pode ter é ver seu trabalho reconhecido e divulgado. Foi com grande felicidade que vi a agenda de sessões para depois do carnaval: lotada! Além dos pacientes que tem tido acompanhamento já há algum tempo, novos pacientes, quase sempre indicações dos colegas.

 

Foi o caso da minha primeira sessão depois do carnaval, que curti muito em Porto Seguro, na Bahia, coincidentemente, estado natal do jovem de sorriso doce e sotaque controlado (não sei porque isso. Ter sotaque é tão gostoso. Eu não troco o meu “porrrrrta” por locução nenhuma destes apresentadores de telejornais).

 

Apesar de ter sido encaminhado por dois colegas de trabalho, Luiz não parecia muito confortável com a vinda a um consultório de análises. Muita gente acha que quem vem aqui, quem procura este tipo de profissional é porque está com problemas, é porque é desajustado, é porque é maluco (e quem não é – pelo menos – um pouco?)... Estas pessoas que pensam isso deveriam dar a chance de conhecer este universo.Talvez isso faça mais bem para elas do que elas imaginam...

 

Voltando ao Luiz, pedi para ele falar um pouco sobre si mesmo, sobre vida, anseios, temores, expectativas... tipo um bate papo com uma garota bonita que aquele moreno alto e charmoso (meu noivo vai surtar... rsrs) conheceu.

 

 

Ao contrário da grande maioria dos pilotos, Luiz não fez escola no kart, mas sim nas pistas de terra batida do oeste baiano (Foi aí que consegui fazer o link para deixá-lo mais à vontade: falei do meu pai e mostrei umas fotos de quando ele corria no interior do Paraná e de Santa Catarina). No kart ele correu apenas um ano, indo em seguida para a Fórmula Renault e também para a Fórmula 3 sulamericana.

 

Assim como a maioria dos pilotos começa na carreira, Luiz também teve em sua família o apoio necessário – psicológico e financeiro – para dar os primeiros passos (ou voltas) no automobilismo e este apoio acabou se mostrando o grande pilar do desenvolvimento de sua carreira.

 

Sabemos bem que existem muitos meninos ricos que carecem de talento – e até mesmo de vontade, sendo muitas vezes usados como marionetes por pais frustrados que queriam ser pilotos e não conseguiram – e que acabam fazendo uma carreira no automobilismo graças ao chamado ‘paitrocínio’. Temos inclusive um emblemático caso de um piloto que nunca venceu uma corrida sequer nas categorias de base que disputou depois do kart e que chegou à Fórmula 1. Mas este não é o caso do Luiz.

 

 

Ao longo de sua trajetória, o belo moço aqui presente mostrou ter talento e velocidade. Foi campeão sulamericano de Fórmula 3 em sua segunda temporada e quando foi para o exterior, venceu corridas em todas as categorias que disputou e no ano passado, foi o vice campeão da GP2, mesmo degrau alcançado por Nelsinho Piquet, Lucas Di Grassi e Bruno Senna.

 

Em um meio tão competitivo como o automobilismo, sabemos bem que ser vice é pouco. Estar “quase lá” não existe. É preciso se “chegar lá” e depois de uma carreira de sucessos e degraus acima, Luiz chegou na desafiadora e última barreira: a quase intransponível separação entre as outras categorias e a Fórmula 1.

 

Foram três anos de árdua luta para provar ter valor, é isso ninguém duvida que ele tenha, e conseguir “financiar” este aval técnico. Infelizmente, nos dias de hoje, talento apenas não basta e se o jovem candidato não tiver um caminhão de dinheiro para investir no seu próprio destino, o sonho nunca se tornará realidade.

 

 

Ao fã mais atento e aos que assistiram as corridas da GP2 nos anos em que Luiz esteve na categoria, certamente viram o logo da marca de família estampado na lateral do carro. A família do piloto, que tem no ramo agrícola a fonte de sustento familiar e que continuou sendo de fundamental importância para que o sonho continuasse vivo.

 

Nos três últimos anos a condição de se “estar e não estar” – quando o piloto consegue a condição de ‘piloto de testes’ de uma equipe, mas que hoje pouco ou nada tem de oportunidade de sentar no carro e ir para a pista. Um ano investido na Virgin, que virou Marussia. Depois, um ano apostando na Catehram. Por fim, uma entrada para o programa de jovens talentos da Red Bull, mas com uma fila outros tantos e com mais tempo de casa à sua frente... e um jovem e brilhante português.

 

 

Mais uma “silly Season” começava e mais uma corrida por um lugar também. As coisas pareciam complicadas... mas para brasileiro – e principalmente nordestino – desistir não é um verbo conjugável. Bastou a saída de Timo Glock da Marussia para que mais uma vaga fosse aberta e as esperanças renovadas.

 

Deu certo! Mas agora um novo desafio, o maior deles, se apresenta. Um ano, 19, talvez 20 provas para provar que não é apenas um pobre menino rico, que tem capacidade técnica de andar em uma equipe grande, de vencer corridas, de ser campeão do mundo.

 

 

Fazer isso em uma equipe como a Marussia é um desafio dobrado, talvez triplicado, mas é bom lembrar que um certo espanhol chamado Fernando Alonso, que correu pela nanica Minardi e que tornou-se campeão do mundo. Seja bravo, Luiz. Guerreiro e faço minhas as palavras do sábio Câmara Cascudo. O nordestino é antes de tudo um forte!

 

Beijos do meu divã,

 

Catarina Soares

 

p.s. Durante realização dos testes pré-temporada da Fórmula 1, Romain Grosjean, assim como Felipe massa fez no ano passado, declarou de público a importância do nosso trabalho (na verdade, Romain veio aqui por indicação do próprio Felipe). Que 2013 seja um grande ano para você, Cherri. Allez, Romain, allez

 

 

 

 

Last Updated ( Sunday, 10 February 2013 22:29 )