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Written by Administrator   
Wednesday, 27 March 2013 16:10

 

Amigos, dois fatos marcaram o GP da Malásia, o erro de Hamilton que foi com a Mercedes para o box da McLaren, e a briga entre Vettel e Webber. O principal, em termos de campeonato, foi o segundo fato.

 

A situação na RBR está tensa. Assisti via internet às entrevistas de Webber, Vettel e Helmut Marko (ex-piloto de F1 nos anos 70 e conselheiro do time). Todos estavam com caras amarradas. As expressões não mentem.

 

Marko disse que as ordens de manter os pneus e diminuir o trabalho do motor foram dadas por Christian Horner, e não seguidas por Vettel. Webber disse que Vettel é protegido da equipe e Sebastian fez formalmente um pedido de desculpas a Webber e a RBR. Mas os 25 pontos, a vitória e a liderança do campeonato estão com ele.

 

No frigir dos ovos o alemão saiu por baixo em relação aos membros do Team Red Bull, inclusive Adrian Newey, que balançou a cabeça em sentido de negação nas imagens da transmissão da corrida quando Vettel brigou e passou Webber. Mas Vettel saiu por cima com relação a torcida, aos amantes da velocidade, aos fans anônimos da F1.

 

O que se espera é que as brigas entre companheiros de equipe sejam livres, porém nunca foram. Por mais rivalidade que exista, sempre a equipe fica com um pé atrás, receosa de ver seus dois carros destruídos bestamente entre seus próprios comandados. Nos anos 50, por exemplo, Fangio brigava com Moss na Mercedes sob os olhares atentos de Alfred Neubauer, chefe de equipe, que colocava as coisas no lugar, quase sempre a favor do argentino. Tantas foram as rivalidades dentro das equipes em 63 anos de F1 que merecem um capítulo gigante na maioria dos livros sobre a categoria máxima.

 

Já nos últimos 50 anos de F1 se viu de tudo, e como briga histórica entre companheiros de equipe fica a de Senna com Prost, que não conseguiu ser controlada de forma alguma, e acabou em acidente e decisão do título de 89 a favor do francês.

 

Não existe como negar que estava demorando para acontecer algo entre Webber e Vettel. Aquelas brigas que culminaram no passado com a batida dos dois no GP da Turquia, parece que não envolveram o lado psicológico do time. O que se viu na Malásia foi diferente. Foi uma espécie de volta aquele pódio da Áustria em 2002, quando Barrichello deixou Schumacher ganhar, só que agora ao contrário. Foi Vettel que não deixou Webber vencer (talvez como deveria ter feito Rubinho...). Webber fez uma corrida brilhante e acertou na estratégia de pit stops desde o começo. A equipe queria a vitória do australiano, mas Vettel não conseguiu se segurar. Com um leão, ignorou qualquer comando, e foi para cima.

 

Sei que a torcida gosta disso. Eu também gostei. Eu sentado à frente do meu computador e da TV às 7 horas da manhã de domingo, analisando a prova volta a volta. Nós, descansados e atentos, gostamos da briga entre Weber e Vettel. Agora, faça de conta que você está sentado na mureta dos boxes da Red Bull. Sua responsabilidade é grande, de ordens, táticas e comando.

 

Imagine agora que os seus dois carros, que são o fruto de um orçamento de 300 milhões de euros por ano, e custam cada unidade cerca de 5 milhões de dólares, brigam entre si, podendo perder uma dobradinha que pode valer mais milhões de euros em premiação. Parece que fica difícil não? E fica mesmo.

 

Eu sou a favor de não se usar jogo de equipe. Seria ótimo. Mas a equipe é soberana. A “grana” vale mais nessa hora. Até que a RBR é muito boa para administrar esses casos. Tanto é que não aconteceu nenhuma predileção por Vettel. Simplesmente existia uma combinação pré-corrida de que quem estivesse à frente quando a prova entrasse em sua fase final ficaria á frente, exceção a algum problema mecânico.

 

Vettel não aguentou. E deu no que deu. Melhor para quem assistiu a briga no mundo inteiro, bem longe da mureta dos boxes da Red Bull...

 

Um abraço, e oremos sempre.

 

Toni Vasconcelos