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Eleições na CBA (3ª parte - Jornalistas e Chefes de Equipe) PDF Print E-mail
Written by Administrator   
Thursday, 28 March 2013 13:22

 

Andreas Mattheis – Chefe e proprietário da equipes A Mattheis e WA Mattheis.

 

Seria extremamente positivo se os que hoje fazem a CBA dessem esta possibilidade de participação no processo de eleição de seu presidente. Seria uma forma de valorizar todas as partes,todos os seguimentos que trabalham no automobilismo e que estão sob o ‘guarda-chuva’ da CBA, porque não são os políticos, os dirigentes das federações estaduais.

 

Como é que as estrelas dos eventos, que são os pilotos não tem direito a voto? Os pilotos, mais do que nós, os chefe de equipe ou do que os promotores de categoria deveriam ter o direito a voto. Caso um dia eles venham a promover este avanço, o automobilismo teria só a ganhar.

 

Como é possível se dirigir algo do qual se está distante? A direção do esporte não pode ficar apenas nas mãos dos políticos, dos dirigentes que, se um dia foram pilotos, não acompanharam a velocidade com a qual o automobilismo se desenvolveu, especialmente nos últimos anos. Tecnologicamente, os avanços são diários, e tão rápido quanto os carros e é preciso se estar muito próximo para compreender e acompanhar as necessidades geradas pelo automobilismo dos dias de hoje.

 

O automobilismo hoje é um espetáculo, tem que ser visto como um espetáculo. É preciso vender este espetáculo para a televisão, é preciso vender este espetáculo para o público vir e encher o autódromo, comprar os produtos de que faz o espetáculo, que os pilotos sejam estrelas de seus patrocinadores. Não se pode mais fazer automobilismo com vontade apenas. Automobilismo é caro, o automobilismo de alto nível é muito caro e quem investe em automobilismo pode ter a paixão, mas também tem a necessidade do retorno.

 

O presidente da CBA precisa ter esta visão ampla, de estar se atualizando com os avanços tecnológicos, com as condições de desenvolvimento e gestão das equipes dentro das categorias e consiga entender as necessidades de fazer do automobilismo um espetáculo cada vez mais competitivo, cada vez mais interessante para o público e para o esporte.

 

Claudio Carsughi – Comentarista de automobilismo da Radio Jovem Pan e do Sportv

 

Eu sou totalmente a favor de um movimento no sentido de ampliar a base de votos para a eleição do presidente da CBA. Isto impediria, por exemplo, a compra de votos dos presidentes de federação – não estou afirmando que isso ocorreu nesta eleição, mas isso já aconteceu e todo mundo sabe disso – além de dar vez e voz para aqueles que fazem o automobilismo.

 

Contudo, passarmos da utopia deste universo democrático para a realidade do jogo de interesses é algo completamente distinto. Certamente isso iria atrapalhar a carreira de uma série de dirigentes que entra ano sai ano continuam nos seus cargos. Nada é mais sólido do que a cola que os prende as suas cadeiras.

 

Por isso acho muito difícil que os atuais dirigentes do automobilismo brasileiro tenham este ato de visão moderna administrativa e despreendimento pelo poder para alterar o estatuto em vigor e abrir mão do seu poder de decidir, muitas vezes de forma errada e prejudicial ao automobilismo, para que os pilotos e promotores possam participar das decisões, mas que seria muito positiva esta mudança, não tenho dúvida alguma.

 

Camillo Christófaro Jr. – Chefe da equipe IVECO na Fórmula Truck.

 

Eu preciso confessar que nesses assuntos de política eu sempre fiquei longe, nunca mostrei muito interesse, mas eu gostei da pergunta. Acho que todos os envolvidos com o que acontece nas pistas deveriam participar do processo de escolha do presidente da CBA.

 

Os pilotos são as pessoas mais importantes do espetáculo e não podem tomar parte do processo de decisão? Isso poderia mudar, isso deveria mudar. O automobilismo brasileiro está nas mãos de pessoas que estão lá, no mesmo lugar há quanto tempo? Anos e anos e nada muda, nada melhora.

 

Eu até excluo os chefes de equipe deste processo de escolha. Mas os pilotos, eles que são as estrelas do espetáculo deveriam ter um papel importante neste processo. São eles que estão lá, na pista, enfrentando as dificuldades, correndo em autódromos com deficiências, sujeitos aos riscos, estes sim deveriam votar. Piloto só toma multa. É multa disso, multa daquilo e melhoria que é bom, nenhuma ou quase nenhuma. Há mais de trinta anos estou no automobilismo e continuo vendo as mesmas coisas.

 

Celso Miranda – Narrador e comentarista de automobilismo do canal Bandsports

 

Seria maravilhoso ter um processo assim, mais aberto, transparente e democrático. Contudo, como em quase tudo neste país nós vivemos de ‘cartórios’ e a CBA, como todas as confederações de outros esportes, elas não são presididas por pessoas de dentro do esporte,mas sim por pessoas que ‘organizam’ o esporte e isso é um formato que está aí há muito tempo e que é assim também em outros países.

 

A questão no sentido de querer melhorias, de querer mudanças, passa por uma mudança nas políticas relacionadas ao esporte. Promotor de categoria tem que fazer isso que eles estão fazendo, que é promover as competições. Chefes de equipe tem que fazer o que eles fazem e fazer mais, pra parar com esse formato de gestão onde o piloto é que tem que trazer patrocínio para ele e para a equipe.

 

Se for pra pensar em modificação esta teria que ser num plano geral. A única coisa que temos visto estar sendo feita com competência e responsabilidade é a parte dos promotores, que tem feito o seu trabalho de forma cada vez mais melhor e profissional. Dos políticos do esporte o que se faz necessário é haver um meio de envolver as esferas de poder (municipal, estadual e federal) a se envolver mais com o esporte. E isso não está sendo feito da forma como poderia ser feita.

 

A questão não é quem vota ou quem não vota, quem pode ou quem não pode ser eleito, mas se estão sendo feitas as coisas da forma correta ou não. A FIA não promove a Fórmula1, nem o mundial de Rally, nem nenhum campeonato. Ela faz o  gerenciamento político e institucional para que estes campeonatos, feitos por promotores como o Bernie Ecclestone, aconteçam.

 

A FIA está com um trabalho mundial sobre segurança no trânsito. Isso é uma forma de melhorar a imagem do esporte perante a sociedade e é isso que a CBA precisa fazer, para que a sociedade se sinta perto do esporte e tenha uma boa visão do esporte. Fazer um trabalho com representatividade política e qualidade jurídica e com isso conseguir chegar no governo federal e no congresso nacional para conquistar, por exemplo, o que existe na Argentina, que 2% do faturamento da indústria automobilística é investido no esporte a motor. Em um primeiro momento, mudar a forma de trabalhar, depois, pode-se até se pensar numa mudança de estatuto para mais partes poderem votar.

 

Rodrigo Cotrim – Chefe da equipe Hitech na Fórmula 3 Sulamericana.

 

Quanto a questão de como é o processo e quem pode ou não participar da eleição para a presidência da CBA, se de alguma forma este processo puder ser democratizado, mas aberto a todos os seguimentos envolvidos no meio automobilismo, com a inclusão dos promotores, dos chefes de equipe, dos pilotos, dos mecânicos, o automobilismo só teria a ganhar, seria muito positivo, certamente.

 

Sabemos que atualmente o sistema permite que apenas os presidentes das federações estaduais podem participar do processo eleitoral, mas a abertura deste processo, tornando-o mais participativo, certamente levaria o automobilismo brasileiro a um outro platamar, abrindo novos canais de comunicação e desenvolvimento.

 

O mais importante seria que os atuais dirigentes do automobilismo brasileiro chegassem a esta conclusão por eles mesmos e que tivessem eles a iniciativa mudar o processo eleitoral e permitir a participação das pessoas que fazem o automobilismo nas pistas.

 

Fábio Seixas – Colunista de automobilismo da Folha de São Paulo e Comentarista do Sportv.

 

Para começar a responder esta pergunta eu vou fazer um paralelo com o esporte mais popular do país, o futebol: antigamente os presidentes dos clubes eram eleitos apenas com os votos dos membros dos chamados conselhos deliberativos e estes eram eleitos por um determinado tipo de sócios. Hoje muitos clubes tem seus presidentes eleitos pelos sócios e ainda existe o sistema do sócio torcedor, ou seja, o torcedor do clube elege o presidente.

 

No caso da CBA, seria uma forma de termos uma presidência que fosse mais representativa se cada desportista filiado a ela tivesse o direito a voto. Seria um avanço muito grande e certamente a entidade teria mais representatividade inclusive em relação aos próprios pilotos e equipes uma vez que eles seriam coresponsáveis pela escolha do dirigente.

 

Agora, para isso acontecer, primeiro teria que haver a mudança do estatuto da CBA onde apenas os presidentes das federações estaduais, que hoje são 20 federações reconhecidas, tem direito a voto e é aí que reside o problema. Acho muito difícil que estes dirigentes queiram abrir mão deste pequeno poder que eles tem por uma condição de podermos vir a ter um esporte melhor e eles não terem a mesma representatividade.  Isso ainda acontece muito no esporte, não apenas no automobilismo.

 

Eu acho que seria extremamente válido termos um processo mais aberto, com mais pessoas e seguimentos  participando do processo, mas acho difícil ver isto se tornar realidade no automobilismo.

 

Luiz Paternostro – Proprietário e chefe da equipe Pater Racing na Copa FIAT.

 

Essa questão, assim no nível de enquete, e eu não sei que força isso pode vir a ter no meio do automobilismo, é uma coisa meio filosófica. A democracia é uma coisa boa, positiva, seja qual seguimento for e se no esporte puder haver esta liberdade democrática, melhor para todos os envolvidos, pelo menos em teoria.

 

Eu particularmente acho que seria algo muito positivo para o automobilismo,mas eu gostaria de ver quem realmente iria querer se envolver e participar ativamente deste processo que envolveria a todos nós, uma vez que seria dado o direito a voto e não a obrigação do voto. O que quero dizer com isso: no Brasil, nas eleições, nós temos o “direito ao voto”, mas o voto é obrigatório. Em outros países, como os Estados Unidos, o voto é facultativo. Lá nem todos votam. Se fosse assim no Brasil, todos votariam?

 

No esporte é a mesma coisa. Tem gente que diz que não gosta de se meter nessa parte política do esporte quando esta é importantíssima e interfere diretamente no nosso trabalho. Depois, ficam reclamando de que é difícil continuar, que o automobilismo não se desenvolve... com direito a voto, nós poderíamos ter mais influência nas decisões do que diz respeito diretamente ao que fazemos.

 

Teo José – Narrador da Rede Bandeirantes

 

Infelizmente é algo que não vai acontecer. Sendo totalmente realista, não posso acreditar que os presidentes das federações estaduais, que são os mesmos no poder ‘há 300 anos’ venham tomar a iniciativa de se movimentar, de articular uma mudança no estatuto da confederação, que pra ser mudado precisa do voto da maioria, ou seja, pelo menos onze concordarem e aprovarem uma mudança que irá diminuir o poder deles.

 

Que seria uma mudança extremamente positiva ter os pilotos, os chefes de equipe e os promotores das principais categorias participando diretamente deste processo, inclusive podendo se candidatar e se eleger eu não tenho a menor dúvida, contudo, diante dos quadro político que temos hoje tanto na CBA quanto nas federações estaduais euconsidero impossível isto acontecer.

 

Carlos Alves – Chefe da equipe Carlos Alves na Stock Car e no Brasileiro de Marcas.

 

Desde que me entendo por gente e que estou ligado ao automobilismo, seja como fã, depois como piloto e atualmente como chefe de equipe que vejo este sistema de o presidente da Confederação ser eleito pelos presidentes das federações estaduais.

 

Eu acho que seria algo muito positivo para nós que fazemos o automobilismo na pista, que geramos emprego, que fazemos o espetáculo poder ter o poder de também decidir os destinos do automobilismo brasileiro. Contudo, não acredito que isso possa vir a acontecer. Na forma atual como as decisões são tomadas, a gente só pode torcer para que as escolhas sejam as melhores e que quem for eleito consiga atender aquilo que nós, que fazemos as corridas acontecerem, consigamos fazer o nosso trabalho da melhor maneira possível.

 

O automobilismo no Brasil não vive, ele sobrevive. Temos categorias que duram três, quatro temporadas e acabam. Aí aparecem outras, que tem o mesmo final. Porque isso acontece? Porque não há uma atenção como deveria haver para o automobilismo. Não há planejamento, não há força política, não há envolvimento de todas as partes. Com todos participando isso poderia mudar.

 

Reginaldo Leme – Comentarista de automobilismo da Rede Globo e Sportv

 

A ideia não é ruim, sem dúvida seria um avanço, mas seria algo inédito. Não existe modelo de gestão  de automobilismo nenhum no mundo que permita a participação de pilotos, chefes de equipe, promotores ou qualquer profissional ligado ao esporte no processo eleitoral do presidente de nenhuma confederação.

 

Tomemos o exemplo da FIA. Quem vota para a presidência da FIA são os clubes associados à entidade. Nenhum piloto vota. O Bernie Ecclestone não vota, com todo o poder de influência que ele tem. Então é um sistema que funciona assim e em alguns lugares funciona muito bem, há décadas.

 

Para se fazer isso, o que seria uma verdadeira revolução, seria preciso um trabalho de conscientização de todos os seguimentos envolvidos e se isso incluir os pilotos seria ainda mais abrangente, conseguir convencer os presidentes das federações a aprovar uma mudança no atual estatuto da CBA para permitir que estes outros seguimentos participem do processo eleitoral. Particularmente acho quase impossível que eles tomem uma iniciativa neste sentido a curto prazo. A longo prazo é uma questão que poderia ser levada muito a sério. Caso isto um dia ocorra, talvez venha a ser um modelo pra ser copiado pelo mundo inteiro.

 

 

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Last Updated ( Thursday, 28 March 2013 13:54 )