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Automobilismo, a nona maravilha do mundo PDF Print E-mail
Written by Administrator   
Monday, 03 June 2013 00:56

Olá, amigos. A semana que se passou foi realmente maravilhosa em termos de corridas. Afinal, tivemos o GP de Mônaco (que, apesar disso, não foi essas coisas todas) e as 500 Milhas de Indianápolis, ou simplesmente Indy 500 (essa sim foi uma bela corrida). A bem da verdade, foi a primeira Indy 500 que eu pude ver e comentar (meu registro principal da corrida está em meu blog), o que foi uma ótima sensação.

 

Pois bem, para analisar a corrida de Mônaco, utilizarei um formato "equipe-a-equipe". Mas antes, um pequeno comentário acerca da conjuntura total da prova: Amigos, essa foi a primeira vez que vi os carros das equipes nanicas realmente podendo andar no nível das equipes médias e grandes. Vi Giedo van der Garde (Ou DevaGarde) fazendo a volta mais veloz da prova várias vezes pelo live timing. E o motivo não foi outro senão a exacerbada economia da Mercedes para com seus pneus, para não perder rendimento tão rapidamente. E isso foi possível devido à característica principal de Mônaco, as ruas estreitas demais. Ninguém passa ninguém (à exceção de Raikkonen, sobre o qual já comentarei).

 

Mercedes: E quem se beneficiou com isso foi Nico Rosberg. O alemão, que vinha de três poles seguidas, com a de Mônaco, finalmente encontrou um lugar perfeito para fazer valer a estratégia ideal para a Mercedes, que come demais os pneus. Liderou todas as 78 voltas do GP, sem pestanejar ou fraquejar. Perfeito com o que tinha e para o que tinha se proposto a fazer. O mesmo, porém, não pode se dizer de Lewis Hamilton. O inglês acabou prejudicado por uma primeira parada ruim em relação aos Red Bull e perdeu duas posições por isso. Acabou em quarto. Corrida boa da equipe, num geral. Fizeram o que tinham que fazer, dentro das circunstâncias.

 

Red Bull: Sebastian Vettel e Mark Webber não tiveram o melhor carro do final de semana, mas marcaram pontos importantíssimos para ambos os campeonatos, com os tremendos azares que deram seus adversários. Vettel, o segundo, andou constantemente atrás de Rosberg, sem perder contato, e disse depois da prova que as Mercedes pareciam dois busões. E ainda teve que dar explicações aos cartolas de sua equipe por ter feito a volta mais veloz da corrida no septuagésimo sétimo giro. Vem desobedecendo com certa frequência as ordens de equipe, o tedesco. Mas não é nada que faça a Red Bull ficar descontente com ele num panorama geral. Já a corrida do australiano foi apenas ficar no encalço de Vettel e ganhar a posição de Hamilton nos boxes. E a equipe austríaca saiu feliz da vida de Monte Carlo, líder do campeonato com sobras para a Ferrari. Vettel, com 107 pontos, tem 21 tentos de vantagem para Raikkonen, seu adversário mais próximo.

 

Um adendo: A Red Bull, junto à Ferrari, foi uma das equipes a fazer um protesto legal junto à FIA, pedindo esclarecimento acerca do teste privado que a Mercedes fez com os pneus Pirelli em Barcelona. A Pirelli disse que fez a sessão com a Mercedes porque foi a única que se propôs a ajudar e que foi ela quem bancou os custos da atividade. Tentativa de colocar panos quentes na situação, creio eu. E a FIA disse que a Ferrari também fez testes privados, de modo a colocá-la como ré, também. Mas, segundo informações, a Ferrari havia testado com o modelo 150º Italia, de 2011, portanto, a atividade da equipe italiana não feriu o regulamento.

 

Force India: Depois de uma série de corridas no vermelho, finalmente Adrian Sutil largou a mão do azar. Com um excelente rendimento do seu carro, ele fez uma grande corrida para chegar na quinta colocação, com direito a uma belíssima - na minha nada humilde opinião - ultrapassagem na antiga curva da estação, hoje Loews, a mais lenta de toda a F1. O escocês Paul di Resta, após uma boa recuperação e por muitas vezes ter feito a volta mais rápida da corrida, chegou na nona colocação.

 

McLaren: Depois de uma série de vacas magras no começo do campeonato, os dois carros da McLaren fizeram boas corridas. Sim, os dois. Jenson Button, que largara em nono, chegou na quinta colocação após boa corrida e com direito a ultrapassagem em Alonso (sim, ultrapassar Alonso na F1 atual é grande coisa) e Sergio Pérez... Bem, esse daí foi de médico a monstro na tarde monegasca de dia 26 de maio. Fez ultrapassagens belíssimas em Jenson Button e Fernando Alonso na entrada da chicane do porto - e o espanhol chegou a cortar a chicane, mas devolveu a posição após a relargada pela bandeira vermelha causada por Pastor Maldonado - da qual irei falar já, já - e... a agressividade acabou ultrapassando o bom senso. E a vítima da terceira tentativa de passar na chicane por parte de Pérez foi Kimi Raikkonen. E o finlandês previu pelo rádio: "Esse idiota vai f*der minha corrida". E f*deu. Pérez furou o pneu de Kimi e abandonou voltas depois, com problemas na McLaren. É, Pérez, tem que se controlar.

 

Ferrari: Dia para esquecer. Felipe Massa e Fernando Alonso nunca sequer estiveram perto da vitória no final de semana inteiro. Fernando Alonso simplesmente estava lento na pista e foi ultrapassado por Adrian Sutil, Sergio Pérez e Jenson Button - de forma um tanto quanto humilhante, eu diria. E o brasileiro estava com a cabeça noutro lugar. Bateu duas vezes praticamente do mesmo jeito, como se uma panca fosse o repeteco da outra, e no mesmo lugar, na entrada da Sainte Devote. A primeira vez no último treino livre, quando acabou ficando sem o carro pronto para a classificação e tendo que largar em último, e a outra na corrida, quando estava tentando escalar posições no fundo do pelotão.

 

Toro Rosso: Pontos para Jean-Eric Vergne! O francês fez boa corrida e chegou numa oitava colocação após chegar ao Q3 e marcar a décima colocação no classificatório. É lucro, se pensarmos na sina em que está a equipe italiana nesse campeonato. Já Daniel Ricardão não teve a mesma sorte. Foi abalroado nas voltas finais da prova pelo francês louco Romain Grosjean.

 

Lotus "Nega Genii" F1: Não fez uma corrida lá tão grandiosa. E o final de semana foi apenas razoável. Raikkonen largou em quinto e estava muito bem para marcar bons pontos, mas acabou atingido por trás por Pérez. Furou o pneu com isso, foi aos boxes e voltou bem atrás. na décima sexta colocação. Ele acabou ficando sem marcar pontos após 22 corridas consecutivas na zona de pontuação, certo? Errado! Após voltar à pista de pneus novos e carro tinindo, o finlandês contou com o abandono do mexicano da McLaren e passou cinco - isso mesmo, CINCO carros nas duas voltas restantes do GP, para marcar um tento e se aproximar ainda mais do recorde de Michael Schumacher, que é de 24 corridas consecutivas nos pontos. Já Grosjean só grosjeou durante todo o final de semana. Bateu duas vezes nos treinos e uma na corrida, em Ricardão, e pediu música no Fantástico.

 

Sauber: Apenas figurante. O Incrível Hulk e Gutierros só apareceram de fato na prova para tomarem passões espetaculares de Kimi Raikkonen nas voltas finais.

 

Williams: Essa sim teve um de seus pilotos como protagonista hoje, ainda que negativamente. Pastor Maldonado foi trancado por Max Chilton na entrada da curva da tabacaria, na volta 44, e foi diretamente no muro. Pista destruída, bandeira vermelha. O venezuelano saiu bem, mas reclamou bastante do adversário, dizendo que "ele tem que tomar uma punição porque não se pode correr assim". Depois dessa, nada mais me surpreenderá na F1. Já Valtteri Bottas, bem ao seu estilo "come-quietinho", chegou na décima segunda colocação, e também só apareceu para ser ultrapassado por Raikkonen.

 

Marussia:  Foi cômica a forma como os dois carros marússicos se prejudicaram em Mônaco. Primeiro, Max Chilton trancou Maldonado e continuou na prova após o abandono do venezuelano. Depois, com a pista bloqueada pelo muro destruído pelo carro da Williams no acidente provocado por Chilton, Jules Bianchi acabou batendo no muro. Final de semana para esquecer da equipe russa.

 

Caterham: Pois é, gente. A Caterham, em razão da circunstância da corrida, em que os líderes eram ridiculamente segurados pela Mercedes num ritmo de carroça, fez várias vezes a volta mais rápida da corrida com DevaGarde. Charles Pic abandonou ainda no começo.

 

A F1 volta no próximo final de semana, com o GP do Canadá.

 

E as 500 milhas de Indianápolis, hein?

 

Considerada a prova mais importante do automobilismo mundial por alguns, a edição deste ano (a 97ª) não decepcionou. Muita disputa e com apenas quatro amarelas durante a prova inteira. E após muitas disputas fantásticas pela liderança, 15 líderes e 64 mudanças de líder, a maior média de velocidade da história da Indy 500 - 301,444 km/h - Tony Kanaan foi, no frigir dos ovos, perfeito. Um ótimo carro, um excelente trabalho da equipe nos boxes (praticamente sem erros dessa vez) e uma brilhante atuação na pista, desbancando Hunter-Reay nas voltas finais. E terá um troféu em seu nariz.

 

Depois da bandeira amarela causada por Rahal, Ryan Hunter-Reay e o baiano decidiram tudo: O estadunidense, que estava à frente, perdeu a posição não só para Kanaan, mas também para o incrível estreante Carlos Muñoz, seu companheiro de equipe numa Andretti que correu com 5 carros hoje. Uma segunda colocação para a corrida de estreia ficou muito, mas MUITO bem na fita. Marco Andretti passou várias voltas disputando a liderança com o brasileiro da KV, mas não teve velocidade para alcançar os líderes no final. Justin Wilson, que havia largado na quinta fila, descolou uma boa quinta colocação.

 

Helio Castroneves, da Penske, tricampeão das 500 milhas (2001, 2002 e 2009) nunca foi realmente um grande candidato à vitória, mas até que tentou. Andou sempre entre os primeiros, assim como o bom A.J. Allmendinger, seu companheiro. Vindo da Nascar, o estadunidense andou muito bem. Em dado momento, ele passou seis carros numa volta e meia, colocando-o na disputa. Achava-se que ele iria disputar a vitória depois de fazer sua última parada, mas não deu. Simon Pagenaud, da Schmidt, arrancou uma bela oitava colocação após largar da sétima fila, ou seja, lá atrás, no pelotão da merda, bem como Charlie Kimball, o nono colocado do dia.

 

Ed Carpenter, o pole-position, até conseguiu disputar pela liderança do princípio até mais ou menos a metade da corrida, mas acabou limitado pacas pelo desempenho de seu carro, que caiu bastante, e caiu rapidamente da segunda para a décima colocação, colocação em que terminou, num triste cessar de sonho. Mas foi bom. Oriol Servià chegou a andar no top-10, mas foi o décimo primeiro colocado, seguido por Ryan Briscoe, da Ganassi (virada de casaca legal) e o japonês Takuma Sato, que vinha bem no top-10 no começo, mas rodou e quase pegou o muro. Felizmente, ele conseguiu se recuperar e terminou numa razoável décima terceira colocação, segurando, assim, a vice-liderança do campeonato.

 

Scott Dixon, da Ganassi, vencedor das 500 milhas de 2008, foi apenas o décimo quarto, num dia em que sua equipe não passou de figurante. Bia Figueredo, da Dale Coyne, sempre andou lá para trás, mas conseguiu reagir e terminar na décima quinta colocação, naquela que pode ter sido sua última corrida neste certame. Tristan Vautier e Simona de Silvestro (ofuscada pelo companheiro, isso me dou a liberdade falar hoje, risos) foram décimo sexto e décima sétima, respectivamente, seguidos por EJ Viso (que até disputou a liderança no começo, mas teve sua prova arruinada por um problema de boxes da Andretti) e Will Power, que, ruim que é em ovais, até chegou a liderar, mas chegou apenas em 19º. James Jakes, outro dos que lideraram a prova, fechou o top-20.

 

Após a corrida, Tony disse: "Não sei por onde começar. Meu carro estava muito bom, e esse foi um daqueles dias em que tudo estava tão tranquilo. Ninguém estava desesperado, e sentimos que tudo estava sob controle. Mas em 11 ocasiões anteriores que estive aqui, pensei a mesma coisa. Com seis voltas para acabar, disse a mim mesmo, 'Esse deve ser o meu dia porque eu estive nessa posição várias vezes'. Mas então, na relargada, eu sabia que teria que pegar a liderança porque sabia que poderia ser o fim. Como a vida é engraçada, com a (bandeira) amarela sendo a minha melhor amiga. Eu pude ver Dario (Franchitti) no carro (quebrado) e, quando ele abandonou, estava acenando para mim. Foi tão especial. Nunca tive dúvida de que eu poderia vencer. Esse lugar é tão especial, e dessa vez funcionou. Essa é a minha maior vitória de todas."

 

No victory lane, quando bebeu a tradicional garrafa de leite, disse: "Esse leite é gostoso. Não posso acreditar que finalmente conseguimos. É nosso, agora." E ainda: "Vou ter minha cara feia desenhada nesse troféu", se referindo ao fato de o troféu ter o desenho do rosto do vencedor em relevo.

 

Di resta, só falta comentar a tristeza que tive no final da prova: Sim, como a maioria dos espectadores brasileiros, eu estava assistindo essa corrida pela TV Bandeirantes. Sim, como a maioria dos espectadores brasileiros, eu fiquei emocionado pacas com a vitória de Tony Kanaan. E, nas mesmas condições anteriores, fiquei simplesmente abismado com o cinismo e a falta de senso de ridículo da emissora ao ver a vitória do baiano numa das maiores corridas do automobilismo mundial e cortar a comemoração para colocar um jogo de futebol. Um jogo irrelevante - ou que deveria ser, aos olhos dos produtores - perto da conquista de Kanaan, mas que acabou censurando uma belíssima comemoração - cuja boa parte eu tive a chance de ver por um canal streaming via internet. A emoção do brasileiro ao beber o leite e, depois disso, ao beijar a linha de chegada de tijolos da pista. Mas vindo de uma emissora cujo país tem o futebol como lei entre os esportes, não é de se surpreender, mas sim de se lamentar, somente, uma vez que não temos poder para mudar absolutamente pitomba alguma lá.

 

Para fechar a conta:

 

Tivemos o GP de Detroit da Indy nesse final de semana, dividido em duas corridas - uma no sábado e outra hoje (02). A primeira prova - que não vi, portanto, não posso opinar sobre - foi vencida por Mike Conway, da Dale Coyne. Na segunda prova, o inglês, de ótima performance no começo, até tentou, mas perdeu rendimento na metade e não conseguiu vencer. Essa corrida de hoje foi marcada por uma infinidade de acidentes - incluindo batidas de Ryan Hunter-Reay e Takuma Sato e um Big One, Will Power jogando as luvas em cima de Sébastien Bourdais após a batida gigante, várias bandeiras amarelas duradouras e, por fim, a vitória do francês Simon Pagenaud, que alcançou seu primeiro triunfo na Indy. A se destacar o maravilhoso equilíbrio da Indy nesse ano, que já teve várias equipes médias e pequenas no topo.

 

Ainda tivemos o DTM em Spielberg, amplamente dominado pela BMW, com vitória de Bruno Spengler e sexto lugar de Augusto Farfus, e a corrida da Moto GP em Mugello, vencido por Jorge Lorenzo, da Yamaha, que colou em Dani Pedrosa, da Honda. Valentino Rossi não teve sorte e caiu na primeira volta.

 

É isso! Maravilhosa, a sina de corridas dos últimos finais de semana.

 

Abraços,

 

Antônio de Pádua

 

 

 

 

 

Last Updated ( Monday, 03 June 2013 01:23 )