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Autódromo: Um ótimo negócio! PDF Print E-mail
Written by Administrator   
Friday, 21 June 2013 12:17

Caros amigos, a mídia esportiva brasileira tem alguns excelentes profissionais no esporte a motor. Um deles é Américo Teixeira, que além de ser o assessor de Imprensa de Helio Castro Neves, assina um ótimo Blog que é o Diário Motorsport, que costumo ler praticamente todos os dias.

 

Recentemente vi uma coisa da qual – desculpe-me, Américo – discordei: Foi sobre a situação dos autódromos no Brasil e seu posicionamento de que autódromo público não é viável.

 

Eu diria, depende. Depende de onde este autódromo é feito, de quanto se investiu nele, do que foi planejado em seu entorno e se sua gestão será independente e profissional.

 

Recentemente tivemos uma terrível etapa da Stock Car em Brasília, onde uma reforma mal feita, um abandono de uma magnífica praça esportiva, e a falta de recursos deixaram o Autódromo Internacional Nelson Piquet no estado em que se encontra.

 

A lógica nos direciona – com razão – a criticar a gestão do autódromo por parte do seu responsável: o governo do Distrito Federal. E a culpa é dele mesmo. Talvez, neste caso, mais por “engessamento burocrático” do que por má vontade. Não, não estou defendendo o governo da capital, apenas esclarecendo.

 

Quando foi feita a matéria do Raio X do autódromo de Brasília, na entrevista com o administrador, o mesmo explicou o que acontecia: tudo o que o autódromo arrecada com a sua locação para eventos, testes privados e mesmo corridas de automóveis e motocicletas é repassado para a secretaria de esportes do GDF e o mesmo ocorre com todas as praças de esportes.

 

Reunido o “bolo”, o montante de verbas é distribuído para as federações que gerem seus espaços esportivos. Assim, o que o autódromo arrecada vai bancar a federação de peteca, a de bocha e até mesmo o – agora gigantesco – elefante branco ao lado para partidas de futebol. Desta forma, não tem como custear sequer uma manutenção decente!

 

Pelo que falarei agora, corro o risco de ser apedrejado na minha próxima ida ao Rio de Janeiro, mas estou torcendo para que este autódromo em Deodoro não saia do papel. Fazer um autódromo naquele lugar é pior do que fazer o que fizeram na França quando construíram Magny Cours... no meio do nada.

 

Pensemos bem: quantos autódromos que vemos nas corridas transmitidas na TV das principais categorias do mundo ficam dentro de uma grande cidade? Cidade grande é complicado, tem gente demais, trânsito demais, problemas demais. Quando Interlagos foi construído, ficava tão longe que nem estrada tinha para se chegar lá. Tinha-se que cruzar o rio Pinheiros de balsa. Hoje, encravado em uma megalópole, além de uma exceção, é um transtorno – tanto para quem está dentro como para quem está fora – em dias de grandes eventos como a F1, a F. Truck e a Stock Car.

 

Muitos administradores, dentro de uma visão simplista e tacanha, não conseguem ver a potencialidade de um espaço como um autódromo se integrado com outros empreendimentos. Ao invés de citar o nababesco autódromo de Abu Dhabi, com aquele hotel que muda de cor por sobre trechos da pista, vou me ater ao excelente projeto que nos foi apresentado em Goiânia quando se pensou em negociar a área do atual autódromo com uma empresa que iria construir não só um autódromo, mas um espaço multiuso cerca de 8 Km mais adiante.

 

O projeto integrava o autódromo – feito basicamente com o mesmo desenho da pista atual, mas ampliado para mais de 4 Km e com largura de pista para ser classificado como FIA-1 – com um centro de convenções e um parque de eventos. Além disso, no entorno do projeto haveria um ‘cinturão verde’, para compensação de emissão de gases (crédito carbono) e para evitar o avanço da especulação imobiliária como aconteceu nas proximidades do atual autódromo.

 

O caro leitor deve estar se perguntando: se o projeto era tão bom, porque então estão reformando o autódromo da década de 70? A resposta é: política! O novo projeto ficaria não mais em Goiânia, mas na cidade vizinha de Senador Canhedo, reduto político do adversário do governador do estado.

 

Através do site dos Nobres do Grid, não só divulgamos a ideia de projeto integrado de Goiânia como queremos abrir os olhos dos prefeitos de cidades no interior do Brasil para aproveitar uma oportunidade de aquecer o comercio e o setor hoteleiro de sua região, gerando renda por meio da arrecadação de impostos, além de empregos diretos e indiretos.

 

Custa caro? Sim. Custa muito caro! Digamos que para se fazer um bom autódromo FIA-3 (habilitado para receber todas as categorias que correm hoje no Brasil, integrado com os outros projetos, não vai sair por menos de 150 milhões de reais, mas se considerarmos que isso é menos de 20% do que se gastou para serem feitos a maior parte dos estádios da copa, o valor é pequeno.

 

Se o amigo leitor que é empresário ou político já está bem atendo, continuemos o raciocínio.

 

Quantos eventos de esporte a motor ele poderá atrair para seu autódromo? Stock Car; Fórmula Truck; GT Brasil; Copa Porsche; Brasileiro de Arrancadas; Sprint Race; Brasileiro de Marcas/F3 Sudam. Sete! Além destes, a Moto 1000 GP e a Superbike Brasil de motos, totalizando nove eventos de pista a nível nacional. Consiga ainda levar para o local 6 convenções ou  feiras e 6 shows de artistas de grande apelo popular isso já irá garantir um grande evento a cada três semanas.

 

Além disso, um autódromo pode ser alugado para montadoras de veículos leve e pesados, treinos particulares, escolas de pilotagem, eventos promocionais como o “taxi”, o “track day” e o “day test” para pessoas comuns terem um dia dentro daquele seu sonho de infância que é andar num autódromo de verdade.

 

A região dos lagos no Rio de Janeiro, o triângulo mineiro e o interior de São Paulo, só para citar algumas das regiões mais ricas do país poderiam abrigar, perfeitamente um espaço como este. No interior de São Paulo, certamente mais de um.

 

Senhores Prefeitos de cidades como Campinas, São José dos Campos, Ribeirão Preto, Uberaba, Uberlândia. Cabo Frio e Campos, que esta coluna chegue às suas mãos e os senhores vejam a excelente oportunidade de negócio que tem diante de si.

 

Enquanto isso, no balcão do cafezinho...

 

Depois de vermos nuvens negras no horizonte de Bia Figueiredo após as 500 Milhas de Indianápolis onde ela, aparentemente, não teria mais patrocínio para continuar correndo – além da avassaladora performance de Mike Conway com seu carro – a brasileira vai correr mais uma vez na equipe Dale Coyne. Depois do sábado passado, no Miwaukee (onde terminou em 19º), correrá neste domingo no pequeno oval de Iowa, com menos de 1 milha.

 

Estou em contagem regressiva para setembro. Depois da coluna de duas semanas atrás, onde cobrei responsabilidades, dos promotores e administradores daquele festival de erros na etapa de Brasília da Stock Car, a organização da categoria e a confederação divulgaram uma nota em que agradeceram ao Governo do Distrito Federal pelas melhorias realizadas no complexo automobilístico e informaram que o governo está providenciando novas obras para evitar a repetição dos problemas.

 

Maurício Slaviero, Diretor Geral da Vicar declarou – politicamente – que o Governo do Distrito Federal fez todas as obras solicitadas para a realização da prova anterior, obras estas que não aconteciam há alguns anos, por isso só temos a agradecer ao GDF e à Secretaria de Esportes  e que, apesar ter havido alguns contratempos, eles foram solucionados a tempo, tanto que a corrida da Stock Car foi realizada sem nenhum problema. Em todo caso, a VICAR ‘sugeriu’ mais algumas pequenas melhorias para aumentarmos ainda mais a segurança dos pilotos e do público.

 

Pelo lado da CBA, o sorridente presidente classificou o contratempo enfrentado no início do mês como “atípico e pontual” e destacou que “a corrida aconteceu sem quaisquer problemas”. Ele ainda revelou outros pontos que a entidade vai pedir que sejam alterados.

Cleyton Pinteiro disse ainda que agora, com a modificação dos pontos de escoamento de água, tudo ficará resolvido de forma definitiva e que o Governo do Distrito Federal tem atendido muito bem todas as  solicitações, mostrado-se um grande parceiro da CBA e incentivador do automobilismo nacional.

 

A CBA enviará um nova solicitação para que sejam completadas as melhorias do circuito, com a amarração dos pneus das áreas de escape, a colocação de mantas de borracha na frente dessa proteção de pneus e a fresa do piso do pit lane, para evitar que os carros derrapem nos boxes em caso de chuva. Viva!

 

Na semana passada, quando escrevi sobre o ‘Pneugate’, fiquei, e acredito que os leitores também, na expectativa do que iria acontecer. E aconteceu... no caso, não aconteceu: sem acordo unânime por parte das equipes, a Pirelli teve de recuar e abortou a ideia de efetuar mudanças na construção dos pneus na tentativa de garantir um número menor de pit stops na sequência da temporada 2013 da F1.

 

Com isso, nós que assistimos corridas veremos mais algumas provas da temporada voltarão a ser marcadas pelo alto número de paradas para troca de pneus. Em entrevista à revista britânica ‘Autosport’ Paul Hembery, Diretor Esportivo da Pirelli empurrou a responsabilidade por futuras questões neste sentido para as equipes:

                                        

“Gostaríamos de poder mudar o composto duro para evitar isso, mas para isso acontecer seria necessário que todas as equipes concordassem, e nós sabemos que isso não vai acontecer. podemos fazer isso se fosse pedido. Nós gostaríamos que as provas tivessem uma média de duas paradas”, declarou Hembery.

 

Com mais um intervalo de três semanas entre o GP do Canadá e o da Inglaterra, o futuro presidiário mais veloz do planeta, nosso querido bom velhinho, tinha que aparecer na mídia. Desta feita o alvo de suas declarações foi o alto custo da F1. Segundo o chefão, as equipes precisam encontrar um meio de manter a competitividade e aproveitou para alfinetar – mais uma vez – a toca dos motores V8 pelos turbo V6, que vai pesar fortemente no orçamento das equipes para 2014. Dos 11 times que estão na F1 hoje, com exceção de Ferrari, Red Bull, McLaren e Mercedes, todos os demais times enfrentam dificuldades financeiras.

 

Estando às vésperas das 24 Horas de Le Mans, onde, 50 anos a trágica morte do Nobre do Grid Christian Heins, um brasileiro tem chances reais de vitória na categoria principal, eu preferia mil vezes falar sobre a 90ª edição desta corrida tão fantástica, mas como esse pessoal da política vive estragando tudo por onde passa, lá vai...

 

E o julgamento da FIA sobre o episódio do famigerado teste dos pneus acabou no melhor estilo brasileiro: EM PIZZA! Falou-se muito durante a apresentação das acusações e defesa. A todos foi passada uma impressão de que algo aconteceria e, no final, uma “reprimenda” para a Pirelli e a Mercedes. Para quem acha que é só na CBA ou na justiça brasileira que essas coisas acontecem...

 

Eu já sabia!

 

Um abraço e até a próxima,

 

Fernando Paiva

  

 

 

 

 

 

Last Updated ( Friday, 21 June 2013 12:34 )