Um ano cheio Print
Written by Administrator   
Tuesday, 23 March 2021 17:49

O ano de 2021 vai ser cheio de eventos automobilísticos e motociclísticos internacionais em Portugal. O calendário nos indica a Moto GP a 18 de abril, a Formula 1 a 2 de maio, o Rali de Portugal entre os dias 20 e 23 de maio, as Oito Horas de Portimão no dia 13 de junho, e o Mundial de Superbike no fim de semana de 2 e 3 de outubro. Tirando, evidentemente o Rali, praticamente todas estas provas irão acontecer no Autódromo de Portimão. E agora, com a primavera a chegar, a grande dúvida é saber se todas estas provas terão público. E ao longo dessa semana, houve diversos rumores antes de chegar a uma conclusão definitiva.

 

No passado dia 17, a Direção-Geral de Saúde publicou aquilo que definiu como os critérios para a realização de ambas as provas com espectadores. Essencialmente, um teste que dê resultado negativo à Covid-19, sendo que no valor pago pelo bilhete já incluirá o teste, que poderá ser feito em laboratórios previamente definidos, segundo a localização geográfica de cada um. A organização da MotoGP desejava uma lotação de dez por cento, ou seja dez mil espectadores, e a Formula 1 pretendia ter entre 25 a 28 por cento, o mesmo número em termos de gente.

 

 Com a exclusão do Vietmam, O circuito de Portimão voltou ao calendário em 2021, onde no ano passado tivemos uma grande corrida.

 

A razão de um número tão limitado por parte da organização do GP de Portugal tinha a ver com o evitar certas coisas que aconteceram no passado mês de outubro, que coincidiu com o começo da segunda vaga da doença. Pretendiam isolar bancadas, impedir que fosse possível as pessoas sentarem-se em filas consecutivas, bem como impedir que mais que dois espectadores se sentassem lado a lado. Foi por causa desses ajuntamentos que um mês mais tarde, quando aconteceu a MotoGP, esta foi realizada perante bancadas vazias, empobrecendo a vitória de Miguel Oliveira.

 

As coisas neste momento estão bem por agora - o RT, ou seja, a capacidade de transmissibilidade de doença é inferior a 0.80, e o numero de novos doentes anda na casa dos 550, dos mais baixos desde o inicio do outono - mas só na terceira semana de março é que começou a ser seguido o plano de desconfinamento, e caso a capacidade suba para acima de um por um, esse plano é congelado de imediato.

 

 

A ideia seria que, caso estas experiências fossem bem sucedidas, todas as provas seguintes no calendário, a partir de junho - a Endurance, as Superbikes - poderão acontecer com espectadores. Aliás, no plano de desconfinamento atual, um dia após o GP de Portugal, a 3 de maio, está prevista o plano do regresso das pessoas a realizações desportivas ao ar livre, como estádios de futebol e pavilhões desportivos, com limitações. Mas a grande dúvida tem a ver com o Rali de Portugal, que acontecerá entre os dias 20 e 23 de maio, no norte do país.

 

Normalmente, a prova é acompanhada por dezenas de milhares de pessoas nas zonas onde passa a prova, e ainda nada se sabe sobre se terá espectadores ou não, e se acontecer, que tipo de limites terá. Falta cerca de dois meses e se pouca gente coloca dúvidas sobre a prova, que foi cancelada em 2020, todos querem saber que plano existirá neste campo. Mas como ainda nem sabemos quantas classificativas vai ter a prova deste ano...

 

 O espetacular salto de Fafe não deverá ter a muitidão que o cerca nesta edição do WRC em Portugal por causa da pandemia.

 

Contudo, durante a semana que passou, começaram a aparecer altas expectativas, quando na quarta-feira, o secretário de Estado do Desporto, João Paulo Rebelo, afirmou numa entrevista ao jornal "A Bola" que essa hipótese poderia acontecer. Mas dia e meio depois caiu um enorme balde de água fria, quando o governo decidiu que as provas de MotoGP e a Formula 1 iriam acontecer sem espectadores. E no caso deste último, isso implicaria uma perda de receita na ordem dos 30 milhões de euros. Aliás, o que o governo decidiu na realidade foi deixar cair a ideia destas provas serem "balões de ensaio" para a entrada de público em recintos desportivos abertos, limitados ou não.

 

Assim, é provável que a meio de junho, quando a Endurance correr ali é que veremos gente nas bancadas de Portimão. O que é pena, porque este é um grande ano, com tamanha concentração de provas nas nossas pistas... espero que em 2022 tudo aconteça sem obstáculos, datas adiadas e outros.

 

 

Saudações D’além Mar,

 

Paulo Alexandre Teixeira