JP Oliveira e a Super GT Print
Written by Administrator   
Monday, 28 October 2013 18:40

A ideia principal desta coluna é encontrar os brasileiros espalhados pelo automobilismo internacional, afinal o nome Radar não é por menos. E nesta matéria trago as informações oriundas da terra do Sol Nascente, lar de Godzilla e Jiraiya.

 

O Japão é o lar da tradicional Super GT, que até 2004 era conhecida como JCGT (Japanese Grand Touring Championship), por onde as grandes montadoras nipônicas fazem a festa.

 

Na atual temporada o circo está armado e trazendo o espetáculo com potentes modelos destas fábricas: Nissan GT-R, Honda HSV-010GT e Lexus SC430 (Toyota). Estes super carros apenas na GT500, categoria principal, pois na GT300 encontramos nada menos que Porsche 997, Aston Martin V12 Vantage, Audi R8 e muitos outros!

 

Super máquinas rasgam a cerca de 300km/h as retas dos circuitos japoneses, exibindo alta performance em provas de média e longa duração. Para se ter ideia, a melhor volta da classificação com 186 km/h de média. E não se trata de um carro, ou equipe, obtendo superioridade sobre as demais, como vemos em algumas categorias, mas sim de todos tendo a possibilidade de vitória. De 7 provas realizadas, 6 duplas diferentes tiveram triunfo, apenas Kazuki Nakajima/ James Rossiter conquistaram 2 vezes o alto do pódio, a bordo de seu Lexus SC430 da equipe TOM’s.

 

Coleção de carros da Super GT. Em cima (GT500):Honda HSV-010; Lexus SC430; Nissan GT-R. Embaixo (GT300):2ª linha- Nissan Nismo; Porsche 997; McLaren MP4-12C; 3ª linha - BMW Z4; Honda CR-Z; Mercedes SLS; 4ª linha - Toyota Prius; Aston Martin V12 Vantage; Porsche 911; 5ª linha – Lamborghini Gallardo; Corvette Z06R; Subaru BRZ.

O calendário apresenta algumas pistas conhecidas, e outras nem tanto ... ou que você nem faça ideia que exista. Fuji, Suzuka, Motegi e Sepang são as mais renomadas, além de contar com a participação da GT300 na etapa Asian LMS, aos pés do monte icônico do Japão. Para fechar o ano, ainda contará com mais uma corrida, sprint, no circuito de Fuji e no novo autódromo coreano, ambas provas de exibição.

 

Observando o calendário é fácil perceber que as provas são de longa duração, com até 3 horas de disputa acirrada para um público fiel. Para garantir o equilíbrio, a Super GT, tanto na 500 e 300, se utiliza o famoso Handicap Weight, ou lastro. Para cada etapa, os carros vão a pista exatamente com o lastro igual aos pontos obtidos até a prova anterior.

 

Largada da GT500, entrando na curva 1 em Autopolis

Mas, porque entrar no assunto Super GT japonesa? Oras pois pois, por lá corre o brasileiro mais japonês (sem os olhos puxados) do automobilismo, João Paulo de Oliveira! Após conquistar títulos na F3 (Sudam Light 1999 e Alemã 2003), este brazuca foi desbravar o arquipélago do imperador e já fora coroado 2 vezes, na F3 japonesa (2005 como All Japan F3 e 2010 com a nomenclatura Formula Nippon, atualmente leva o nome de Super Formula). Na categoria Super GT 500, JP Oliveira levou a bandeira verde e amarela 7 vezes ao topo do pódio, ao longo de 8 temporadas, contando com a em andamento.

 

 

Pode-se achar pouco, mas em um campeonato equilibrado e altamente competitivo este desempenho, além de outras boas posições nas corridas, já garantiram a JP Oliveira um 5° e outro 4° lugar na classificação final. Em constante evolução, nosso representante tupiniquim está em 6° na temporada 2013, faltando uma corrida e disputando o título dividindo o Nissan GT-R, do Team Impul, com Tsugio Matsuda. A dupla está a 12 pontos dos líderes Kohei Hirate/Yuji Tachikawa (Lexus SC430/Team Zent Cerumo), com 20 pontos a serem disputados na etapa final, em Motegi.

 

Super GT500, com JP Oliveira liderando em Sepang.

A distância na tabela de pontos poderia ser menor, porém Oliveira/Matsuda tiveram problemas e abandonaram a etapa de Autopolis e viu a dupla 100% japonesa disparar na disputa pelo título. O #12 do Team Impul deixou a disputa quando estava em uma boa 2ª posição, sendo guiado Matsuda. Outro revés que complicou a vida dos pilotos do #12 acontecera em SUGO, na qual o carro dera apenas 4 voltas pelo circuito antes de abandonar com quebra na suspensão e largar apenas de 14°.

 

Antes de irem para os últimos giros da temporada, contando pontos, Kazuki Nakajima/James Rossiter (TOM’s/Lexus SC430) ocupam a segunda colocação, com 54 pontos, seguidos por Naoki Yamamoto/Frederic Makowiecki 52 pts, (Weider Dome/Honda HSV-010R), Koudai Tsukakoshi/ Toshihiro Kaneishi (Keihin Real/Honda HSV-010R)52 pts, e Masataka Yanagida/ Ronnie Quintarelli (Nismo/Nissan GT-R)47 pts seguem na briga pelo título e estão entre Hirate/ Yuji Tachikawa e Oliveira/ Matsuda.


Team Impul, com JP Oliveira e Tsugio Matsuda nas extremidades e o Nissan GT-R #12 ao centro.

A carreira de JP Oliveira tem sido positiva no Japão, além das 8 temporadas consecutivas, vencendo em Sepang (2013), Fuji (2012) e Okayama (2011) com o mesmo parceiro e equipe, e também Suzuka (2010) com Hironobu Yasuda, pela equipe Kondo, Okayama (2009), Sepang (2008) e (2007) com Seiji Ara, todas com a equipe Kondo, a bordo do Nissan GT-R (2008 a 2013) e Fairlady Z (2007). Entre os adversários, tem de se destacar os campeões da GT500 Tora Takagi (2005) [Sim, este mesmo que penou na F1 com as equipes Tyrell e Arrows], André Lotterer (2006 e 09), Ralph Firman (2007), Loic Duval (2010), Benoit Treluyer (2008) e Ronnie Quintarelli (2011 e 12).

 

Disputa acirrada na GT300, com grande público ao fundo em Fuji.

Enquanto isso na GT300, que consta com nada menos do que 12 modelos de fábricas diferentes, Hideki Mutoh/Yuhki Nakayama ponteiam a tábua de classificação com 70 pontos e uma vitória, porém esta na Asian LMS, valendo apenas 8 pontos. A regularidade da dupla tem feito a diferença, abrindo a diferença de 8 pontos para o 2° colocado, o duo Nobuteru Taniguchi/Tatsuya Kataoka, vencedores em duas etapas, mas com 3 reveses. Assim como na GT500, a disputa segue em aberto, e faltando 20 pontos a serem disputados ainda vemos Katsuyuki Hiranaka/ Bjorn Wirdheim (60), Hironori Takeuchi/Takeshi Tsuchiya (56) e Tetsuya Yamano/ Kota Sasaki (55) duelando para ver quem levantará o troféu.

 

Grid Girls nipônicas.

Outrora questionado, JP Oliveira, sobre possível retorno ao Brasil, o mesmo foi enfático em afirmar que deseja permanecer no Japão disputando a Super GT e a Super Formula, esta última que possui corridas similares a F1 em distância e com paradas para troca de pneus e reabastecimento. A sequencial da Formula Nippon conta do Honda e Toyota como montadoras e diversos dos pilotos da GT500 entre seus inscritos, tendo a liderança de André Lotterer (38) seguido de Loic Duval (31), os dois na disputa pelo título, que terá seu desfecho em Suzuka, rodada dupla na qual estarão em disputa 16 pontos.

 

Sem chances matemáticas de levantar o caneco, JP Oliveira (16) busca a primeira vitória nesta temporada, aumentando para 6 o número de vitórias ao longo das 6 temporadas completas no certame.

 

Saudações do Rio de Janeiro, o estado sem autódromo!

Fabiano Esteves

 

 

 

 

 

Last Updated ( Monday, 28 October 2013 19:42 )