Alline Cipriani: a Menina do Brasil Print
Written by Administrator   
Saturday, 01 December 2018 08:54

Alô galera que lê os Nobres do Grid... salve Jorge!

 

Gente, essa foi a coluna mais difícil de escrever até agora. Com os camponatos pelo mundo terminando, onde é que eu ia encontrar assunto para escrever?

 

Ainda bem que, por salvação da pátria, tive ainda o final de Fórmula 2 e da GP3, que no próximo ano vai se chamar Fórmula 3 e vai dar uma confusão danada porque a Fórmula 3 europeia que é comandada pelo Gerard Berger já avisou que não vai mudar de nome.

 

Mas tenho uma saída para que espero ser o suficiente: a chamada “silly season”, que é aquele período onde se fala mais do que acontecem coisas. Vou usar só o nome. O que vou fazer é mostrar para onde irão nossos pilotos na próxima temporada e ver quem está chegando para começar a fazer o caminho do automobilismo no exterior. Já vai dar trabalho bastante, eu acho.

 

Mas agora vamos falar do fechamento do ano, que teve alegrias e tristezas.

 

A temporada da GP3 – a última com esse nome – foi muito ruim para Pedro Piquet, que em nenhum momento se entendeu com o carro e aquela pista no deserto. Anthoine Hubert, francês de 22 anos e pupilo da Renault, garantiu o título com um terceiro lugar na corrida 1. Seu adversário principal, o russo Nikita Mazepin, que largou na pole e tinha chances ainda de lutar pelo título, chegou a liderar a prova, mas não consegui sustentar a ponta. Tentando segurar a posição, cortou caminho numa saída de curva e não entregou a posição. Foi punido com 10s!

 

 

Pedro Piquet fez uma corrida onde não conseguiu fazer progressos. Largou em 11° e terminou em 12°. Ao longo das 18 voltas da corrida o brasileiro não conseguiu fazer o que seria o progresso mínimo desejado, que seria alcançar a oitava posição para largar noa pole position na corrida do domingo.

 

A corrida de despedida da temporada, onde os pilotos já tinham o campeonato decidido e nada mais tinham a perder ou ganhar (pelo menos em teoria, uma vez que tem a pontuação da FIA para a super licença, não foi nada boa e Pedro Piquet acabou envolvido em um acidente logo no início da prova.

 

 

Richard Verschoor tocou a traseira de Pedro Piquet ainda na primeira volta, fez com que o brasileiro rodasse. Vendido na situação, Jannes Fittje acertou seu carro da Jenzer no da Trident, de Piquet. A confusão levou ao acionamento dessa coisa chata chamada “Safety Car Virtual”. Piquet e Fittje acabaram forçados a abandonar mas não foram os únicos. Quem também deixou a prova foi o campeão Anthoine Hubert, feito de sanduíche entre David Beckmann e Leonardo Pulcini. Hubert tocou Beckmann, e os dois também deixaram a corrida. 

 

O campeonato do nosso brasileiro, que deve continuar na categoria terminou com um sexto lugar na classificação final, o que deu a ele 5 pontos para a obtenção da licença. Caso continue na categoria, vai ser importante terminar entre os primeiros para não depender de ficar os três primeiros na Fórmula 2, seu provável destino para 2020.

 

Na Fórmula 2 as coisas também não foram nada fáceis para Sérgio Sette Câmara, que passou a rodada dupla no deserto zerado!

 

 

Desde os treinos as coisas não estiveram boas para a equipe Carlin, tanto que Lando Norris largou em sétimo e Sette Câmara em décimo, mas as coisas iriam se complicar ainda mais para o brasileiro quando, na largada, os carros da Dams, de Nicholas Latifi e Alexander Albon, não saíram dos colchetes. Arjun Maini não conseguiu desviar de Latifi e a batida foi feia.

 

Sérgio Sette Câmara, que entre as duas confusões em lados opostos da pista, precisou parar atrás do tailandês para não causar uma segunda batida. Albon e Sette Câmara foram aos boxes e partiram de novo do pit-lane, mas uma volta trás, enquanto o safety car controlava o ímpeto dos pilotos, dando uma baixada na fervura. Com uma volta de atraso, que conseguiu recuperar, o brasileiro foi apenas o 16°.

 

 

Na corrida do domingo as coisas não foram muito melhores. Mesmo imprimindo um ritmo de corrida bastante consistente, o brasileiro não conseguiu ie além da décima colocação. Com isso e com os resultados dos seus adversários diretos, a perspectiva de ganhar posições no campeonato não se tornou realidade. Com o 6° lugar na classificação final, Sérgio Sette Câmara acumulou 10 pontos na busca da super licença. Para 2019, precisa terminar o campeonato entre os 4 primeiros para conquistar os 40 pontos necessários para disputar a temporada da Fórmula 1 em alguma equipe... e, claro, um caminhão de dinheiro!

 

Eu estou agora, humildemente, pedindo desculpara para Alline Cipriani, sobre quem eu não escrevi uma mísera linha ao longo do ano (o colunista é amador... dá um arrego...)

 

Ela conquistou em Daytona, nos EUA, um título inédito para o automobilismo brasileiro. Vencendo na temporada de 2018 da Trans Am GT a classe TA3. A Trans Am é um dos mais tradicionais campeonatos de automobilismo da América do Norte e ele não pilotou nenhum “gol bolinha”. Foi a bordo de um modelo Ginetta G55.

 

 

O campeonato teve 11 etapas em pistas como Indianápolis, Road Atlanta, Watkins Glen, Circuito das Américas e Mid Ohio, e foi marcada por intensa disputa entre a brasileira e o norte-americano Mark Boden – atual campeão da categoria. Os dois terminaram o ano separados por apenas cinco pontos (230 a 225).

 

Alline Cipriani tornou-se a primeira brasileira a conquistar um título no automobilismo norte-americano, e a primeira piloto do país a vencer uma competição internacional desde que Suzane Carvalho sagrou-se campeã da Fórmula 3 Sul-Americana em 1992. Alline também tornou-se a primeira mulher a ser campeã na Trans Am GT pela categoria TA3.

 

 

E não foi só isso: ela era “Rookie” e recebeu o troféu de estreante do ano, já que em 2018 completou sua primeira temporada na Trans Am GT depois de dois anos distante das pistas em razão do nascimento de seu filho Enzo. Antes desta conquista, ela já havia sido campeã brasileira de endurance, e bicampeã do FARA – torneio realizado na Flórida. Ao longo da temporada, a brasileira enfrentou outros 26 pilotos na busca pelo título e ressaltou a força do trabalho em equipe para esta conquista inédita para o Brasil.

 

Mais uma vez, parabéns e mil desculpas!

 

Silly Season.

 

Agora vamos falar sobre o que farão nossos jovens pilotos para 2019.

 

Pietro Fittipaldi, recuperado do grave acidente sofrido em Spa Francorchamps no WEC fez algumas corridas na Fórmula Indy, mas assinou contrato com a equipe Haas, fato anunciado no GP Brasil de F1. Aos 22 anos de idade, ietro teve o primeiro contato com um carro da equipe em Abu Dhabi na terça-feira seguinte ao grande prêmio que encerrou a temporada 2018.

 

 

Apesar da oportunidade de estar nos finais de semana com a equipe ao longo das etapas d 2019 e de, eventualmente, poder fazer um ou outro treino nas sextas-feiras, Pietro precisa definir uma categoria para correr – e correr bem – para somar pontos em busca da super licença. No momento ele tem 20 pontos do título conquistado na World Series em 2017 e este ano precisaria ser o 5° colocado na F2, terceiro na F-E, F. Indy, WEC na LMP1 ou F3 do Berger, ser segundo na F3 que substitui a GP3 ou ser campeão da Super Fórmula no Japão ou no WEC na LMP2.

 

Sergio Sette Câmara também foi anunciado como piloto de testes (de simulador) para a temporada de 2019 pela McLaren. Com 10 pontos na corrida pela super licença, precisa de um quarto lugar na temporada de 2019 da F2 no ano que vem para ter os 40 pontos e poder ser titular em alguma equipe.

 

 

Para isso o mineirinho trocou a equipe inglesa Carlin, por quem competiu este ano (e que cansou de cometer erros, fora as más paradas de boxes), pela francesa DAMS, campeã três vezes na GP2, antiga F2. E é já com a DAMS que Sérgio iniciou a primeira sessão de testes no Circuito Yas Marina, em Abu Dhabi. A abertura do campeonato da F2 será dia 31 de março, no Circuito de Sakhir, em Barhain.

 

Eduardo Barrichello, depois de sua temporada de estreia nos monopostos correndo na F4 dos Estados Unidos parece estar encaminhando sua carreira como piloto nos Estados Unidos. O filho mais velho de Rubens Barrichello fechou com a equipe novata Miller Vinatieri e, em 2019, entra na USF2000.

 

 

O acerto confirmado nesta última semana de novembro para formar dupla com Jack William Miller, filho de Jack Miller, ex piloto da F.Indy e um dos proprietários do time vai dar uma “aspecto familiar” à equipe... pelo menos até a primeira batida de rodas. O outro dono da equipe é Adam Vinatieri, kicker do Indianapolis Colts e jogador mais velho em atividade na NFL. A escolha da equipe para o primeiro passo de Eduardo na escada do Road to Indy não deixa de ser uma mudança de rumo em relação a uma possível ida para a Europa, talvez pensada quando foi feita a opção pela F4 em 2018, mas ontras mudanças podem surgir... ou não. Quem sabe?

 

Isso é o que temos no momento, pelo menos até o fechamento da minha coluna. Vamos acompanhar os passos dos nossos garotos e garotas para ver o que eles vão fazer em 2019.

 

Um abraço a todos,

 

Genilson Santos