Minha primeira vitória em Daytona / Romain Grosjean na Indycar 2021 Print
Written by Administrator   
Wednesday, 03 February 2021 14:41

Oi amigos, tudo bem?

 

Tenho tanta coisa para contar que nem sei por onde começar. A verdade é que estou feliz. Foi a realização de um sonho vencer no último domingo a Rolex 24 at Daytona, pela Wayne Taylor Racing, ao lado de pilotos tão maravilhosos como o Alexander Rossi, Filipe Albuquerque e Ricky Taylor, meu parceirão no título do ano passado pelo Team Penske.

 

Todos vocês sabem do meu amor pela IndyCar e do orgulho danado que tenho por ter tido a honra de vencer por três vezes essa prova incrível que é a 500 Milhas de Indianapolis. Mas esse meu período no IMSA WeatherTech SportsCar Championship, pelo Acura Team Penske, fez com que o meu desejo antigo de vencer em Daytona só aumentasse.

 

Não me entendam mal, toda vitória é importante e a alegria é sempre indescritível. Só que alguns lugares históricos, como Indianapolis e Daytona, têm uma aura especial, a atmosfera é diferente e, obviamente, as dificuldades são gigantescas. E se a gente pensar que o ritmo de corrida em Daytona mais parece o de uma prova sprint e não de 24 horas, as exigências física e mental são brutais.

 

Logo após o término da relação com a Penske, o Wayne Taylor me chamou para correr essa prova e fiquei muito feliz. E essa felicidade só foi aumentando quando conheci o pessoal todo, o jeito de trabalhar, a atmosfera do time. É tudo muito legal. Claro que já conhecia todo mundo. Sempre foi muito gostoso estar com a família Taylor, que aconteceu bastante nos anos anteriores.

 

 Helio Castroneves conquistou com a equipe Taylor a edição de 2021 das 24 horas de Daytona.

 

Mas só correndo com deles é que a gente tem a certeza de que aquele jeitão de família unida está impregnado no dia a dia da Wayne Taylor Racing. Os Taylor sempre me receberam de braços abertos e me senti em casa, justamente por causa do convívio familiar que sempre vivi desde criancinha e que foi fundamental para formar a pessoa e o profissional que sou hoje. Pena que essa pandemia impediu que meus pais estivessem aqui. Eles iriam amar esse ambiente.

 

O fato de a Wayne Taylor Racing estar com o mesmo carro que era meu e do Ricky no ano passado ajudou bastante. Uma coisa interessante é que cada equipe tem um modo diferente de trabalhar. Desse modo, ele estava ligeiramente diferente em um ou outro detalhe, mas nada que representasse mudanças significativas.

 

Na divisão de tarefas, o Filipe largou e depois, pela ordem, entraram na pista Ricky, eu e o Alex. No meu caso, eu cumpri oito stints, que é como chamamos o tempo compreendido entre a saída dos pits, o número de voltas consecutivas que você completa e a nova parada. Quando você não sai do carro no pit e retorna para a corrida, está iniciando o seu segundo stint e assim sucessivamente. Os meus quatro primeiros foram de noite. Os outros entre o final da noite e o amanhecer.

 

Todos nós enfrentamos a mesma situação durante as 24 horas de prova, ou seja, disputa extremamente forte a qualquer tempo e muito tráfego. Para vocês terem uma ideia, há um controle que indica na tela da equipe três luzes: verde, amarela e vermelha. Pela ordem, é quando o tráfego é suave (ou nenhum), médio e absurdamente forte. Mas não é só.

 

Dentro dessa bolinha colorida há um número, que indica quantos carros estão na sua frente num intervalo de 10s. No meu caso, em boa parte da madrugada, a bolinha não saía do vermelho e o número variava entre 13 e 17. Vou contar para vocês uma coisa, a rapadura é doce, mas não é mole, não.

 

Apesar de todas as dificuldades, foi um trabalho de equipe perfeito. Com o comando do Wayne, tudo funcionou perfeitamente bem na pista, nos pits e na retaguarda. Aquela explosão de alegria que vocês viram na TV tinha razão de ser. Vencer uma das provas mais difíceis do mundo é motivo, sim, para comemorar.

 

Só que depois da prova estava pregado. Nem dirigi de volta para casa. Quem pegou a estrada, nas pouco mais de três horas entre Daytona e Fort Lauderdale, foi a Adriana. No banco do passageiro tentei responder centenas de mensagens, dei entrevistas e ri sozinho ao lembrar de alguns detalhes. Mas o tempo todo com meu Rolex, o prêmio pela prova. E como eu queria esse relogião!

 

É isso, amigos, foi muito legal, mas agora é trocar a chavinha na cabeça e pensar na temporada da IndyCar pela Mayer Shank Racing. Sobre isso, falaremos nas próximas colunas.

 

Fiquem bem, cuidem-se e muito obrigado!

 

Helio Castroneves

 

Reprodução autorizada da coluna de Helio Castroneves, originalmente publicada no site www.lance.com.br

 

Olá Amigos,

 

Vocês não podem imaginas o que estou vivendo com essa oportunidade única e fantástica de dividir espaço aqui no Nobres do Grid com um dos meus ídolos no automobilismo, Helio Castroneves. Só posso agradecer muito a Deus e a Catarina Soares que está confiando em mim para, mesmo depois do anúncio da volta de Helio Castroneves, eu continuar escrevendo sobre a Indycar Series.

 

Nesta semana a grande notícia foi a chegada de um piloto da Fórmula 1 (categoria que conhecemos pouco, é verdade, mas bem mais do que a 10  ou 20 anos atrás) para a temporada 2021. Mais um piloto europeu, mais um grande piloto. Romain Grosjean, que tem 9 temporadas na F1, 180 largadas, alguns pódios e um renascimento das chamas como a mitológica ave, a Phoenix, Agora, ele vai encarar um novo desafio em sua carreira com a Dale Coyne Racing RWR.

 

Grosjean estará ao volante do carro 51 da Dale Coyne Racing com entrada em tempo integral RWR para todas as etapas em circuitos mistos e percursos de rua em 2021, com as corridas ovais ainda a serem determinadas. O piloto declarou no ano passado que não se sente muito confortável com a ideia, mas tem conversado muito com Marcus Ericsson, hoje na Chip Ganassi e que também pilotou na F1. O sueco está tentando amolecer o coração do francês para encarar nossos ovais.

 

 Romain Grosjean será piloto da Dale Coyne nas etapas disputadas em circuitos de rua e circuitos mistos.

 

No início de sua carreira, Grosjean conquistou sete campeonatos em categorias de acessos, algo um pouco diferente do Road to Indy, mas com a mesma finalidade. Entre elas, o título GP2 (hoje F2) e o último degrau antes da Fórmula 1 em 2011. Após os primeiros quatro anos de sua carreira na F1 na Lotus, onde feve sua melhor posição com o 7° lugar no Campeonato Mundial de 2013. Ele então se mudou para a Haas F1 Team em 2016, de Gene Haas, nosso velho conhecido da NASCAR, onde passou as últimas cinco temporadas.

 

Foram 10 pódios ao longo de sua carreira na F1, que incluiu dois segundos lugares, ambos conquistados em solo norte-americano (2012, Montreal; 2013, Austin) e agora o objetivo é ir mais além com a Dale Coyne Racing e com o co-participante da RWR Rick Ware, que declarou estarem todos entusiasmados por entrar em nossa primeira temporada completa da Indycar com a Dale Coyne Racing e por ter um piloto do nível de Romain Grosjean para correr nas ruas e circuitos mistos.

 

O francês terá Ed Jones, como seu companheiro de equipe no número 18 da equipe Dale Coyne Racing com Vasser Sullivan que foi anunciado na semana passada. Ambos os pilotos começarão os testes em 22 de fevereiro no Barber Motorsports Park, local da abertura da temporada no domingo, 18 de abril.

 

Vamos acelerar!

 

Sam Briggs