Foco total na abertura da IndyCar 2022 / 2022 vai começar... e estamos de olho em 2023 Print
Written by Administrator   
Wednesday, 09 February 2022 17:05

Já estou de volta aos Estados Unidos e cumprindo agenda da Meyer Shank Racing e IndyCar. Nesta quarta, 9, passei o dia no simulador da Honda, em Indianapolis, já na preparação para a abertura do campeonato, em St. Petersburg. Depois disso, foi uma atividade promocional de corrida virtual que, definitivamente, não é minha praia. Mas tudo bem, acabo me divertindo assim mesmo.

 

E por falarem “praia”, pilotar no gelo realmente não é a minha. Em compensação, foi uma alegria imensa ter participado no final de semana do Race of Champions, na Suécia. Vivenciar uma experiência totalmente nova, nada parecido com o que estou acostumado, foi algo valioso e muito divertido.

 

Desde o início ficou claro para mim que minhas chances eram muito pequenas, então, tratei de aproveitar cada oportunidade para aprender a conduzir um carro em condições tão adversas, numa atmosfera sem qualquer similaridade com tudo o que já fiz.

 

Não que eu fosse um novato completo na neve. Anos atrás, na Dinamarca, participei de uma disputa em piso de gelo, mas dessa vez era neve no duro, metros e metros de neve, qualquer que fosse o lado que virasse o volante. Foi gostosíssimo passar esse final de semana por lá, mas neve não é comigo.

 

 

Por outro lado, ver a tocada do Sébastien Loeb, nove vezes campeão do mundo de rally, é um prazer enorme. A maneira como ele conduz o carro e o controle que tem nas curvas, realmente, fazem dele um dos melhores do mundo de todos os tempos. E afinal, contra Sebastian Vettel, tetracampeão mundial de Fórmula 1, foi para aplaudir de pé.

 

Agora, o foco é todo na abertura da IndyCar. Na semana que vem, mais precisamente no dia15, eu e o Simon Pagenaud faremos um último teste em Sebring, antes de os carros seguirem para St. Pete. Além da MSR, acredito que praticamente todo o grid vai estar em Sebring também, então, será uma espécie de pré-lançamento de uma temporada que promete muito.

 

Capitaneada pelo Jim Meyer e o Mike Shank, nossa equipe se apresentará para o campeonato como nunca antes conseguiu fazer. Pela primeira vez, comigo e o Simon, a MSR disputará a temporada completa com dois carros. Isso demandou muita dedicação, investimento, comprometimento e vontade gigantesca de fazer o nosso melhor.

 

Vou para esse campeonato com muita felicidade por estar vivendo essa experiência, de começar algo novo, mesmo depois de tantos anos. Se a gente pensar, andei direto na Indy entre 1998 até 2017. Só aí são 20 temporadas. Nos três anos em que corri nos protótipos full season – 2018 a 2020 -, não fiquei todo distante porque participei da Indy 500 e em algumas edições do Indy GP. 

 

Em 2021, foram seis provas e agora, cinco anos depois da minha mais recente temporada completa, vou para o meu campeonato de número 21. Quer dizer, apesar de ter mais de 300 corridas disputadas na Indy, lá vou eu para mais um recomeço. E muito, muito feliz.

 

Semana que vem eu volto para falar mais detidamente sobre a prova de St. Pete e o campeonato como um todo.

 

Forte abraço!

 

Helio Castroneves

 

Reprodução autorizada da coluna de Helio Castroneves, originalmente publicada no site www.lance.com.br

 

 

Olá Amigos,

 

Estou com uma enorme expectativa para a abertura do campeonato deste ano na IndyCar Series. Será que os pilotos experientes como Scott Dixon, Helio Castroneves, Will Power e Simon Pagenaud vão conseguir reagir aos jovens valores da categoria? Como segurar o ímpeto de Alex Palou, Colton Herta e Pato O’Ward (isso sem falar em Josef Newgarden)?

 

Mas eu interrompi um assunto para falar dos pilotos que correm na IndyCar Series que poderiam estar na Fórmula 1. O assunto é o desenvolvimento dos novos motores e do sistema híbrido para os carros de 2023. Essa é uma ideia que teve início em maio de 2018, quando a IndyCar declarou sua intenção de ter um novo motor V6 de 2,4 litros em 2022 no lugar dos motores de 2,2 litros usados desde 2012.

 

A ideia de um motor de combustão interna maior para 2023 não parou no motor em si a categoria instigou os fornecedores para que enviassem suas ideias para um sistema de recuperação de energia específico para complementar os robustos motores twin-turbo. Uma mudança importante para a categoria, seguindo uma tendência de mercado e nos meios de competição. Isso levaria a IndyCar a apresentar seu primeiro trem de força híbrido.

 

Enquanto a Chevrolet e a Honda estão se esforçando para moldar suas novas usinas de força para produzir mais de 800 cavalos de potência, a identidade do fornecedor ERS escolhido pela IndyCar, juntamente com todos os outros aspectos do sistema, foi mantida a sete chaves. Mas não existe segredo indevassável e foi descoberto o parceiro nesse projeto: a alemã MAHLE.

 

 

A MAHLE tem uma enorme tradição no automobilismo e eles fazem mais do que fabricar componentes de motores de precisão. Separada de sua herança de corrida, a vasta divisão de mobilidade elétrica da MAHLE é mais do que capaz de fornecer à IndyCar uma solução ERS. Embora a IndyCar ainda não esteja preparada para discutir sua solução ERS em detalhes, algumas pistas já estão visíveis.  

 

Em vez de aceitar uma proposta para uma unidade ERS baseada em bateria mais comum, ou o antigo estilo de armazenamento de energia, várias fontes dizem que a IndyCar aceitou a proposta da MAHLE de usar uma solução ERS baseada em supercapacitor um tanto rara. O uso de supercapacitores de maior destaque nas corridas foi de 2014 a 15 no Campeonato Mundial de Endurance da FIA, quando as primeiras interações da Toyota de seu TS040 LMP1 HYBRID fizeram uso de um sistema interno desenvolvido pela DENSO e Nisshinbo. Mais tarde, o fabricante também divulgou sua mudança para uma unidade ERS baseada em bateria para armazenar e distribuir energia, que continua em seu mais recente Hypercar GR010.

 

Dos benefícios associados a um supercapacitor, sua capacidade de carregamento rápido está bem acima das outras opções de ERS. Em uma aplicação da IndyCar, essa recarga rápida seria o principal motivo para escolher um supercapacitor para lidar com a energia que está sendo coletada pelas rodas traseiras durante a frenagem. Quanta energia será armazenada e a duração e o perfil de sua liberação ainda não foram confirmados, mas o pico de aumento está definido para cerca de 100 cv.

 

A IndyCar Series tem corridas em circuitos de rua, circuitos de pistas e em ovais. Para os circuitos de rua e mistos, o ganho de 100 cv para aumentar as possibilidades de ultrapassagens pode ser uma eficiente ferramenta nas mãos dos pilotos, mas como fazer com os circuitos ovais?  Como a IndyCar planeja recarregar suas unidades ERS nas 500 milhas de Indianápolis e em outros ovais, onde o uso de frenagens fortes para recarregar o sistema não é uma opção?

 

Esse assunto ainda vai ser muito falado por aqui, mas minha expectativa e que eles vão encontrar uma forma de fazer isso acontecer mesmo sem o uso do pedal de freio.

 

Vamos acelerar!

 

Sam Briggs

Fotos: site IndyCar Media

 

 

Nota NdG: Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do site Nobres do Grid.

 

    
Last Updated ( Wednesday, 09 February 2022 21:21 )